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Catar corre contra o tempo para deixar tudo pronto para a Copa

Catar corre contra o tempo para deixar tudo pronto para a Copa

País sede do maior evento de futebol do mundo, ainda tem obstáculos e pequenos atrasos nas obras de infraestrutura para receber o torneio

Publicado em 1 de julho de 2022 às 09:51

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O estádio de Al Wakrah é o primeiro construído do zero que é finalizado para a Copa do Mundo de 2022, no Qatar
O estádio de Al Wakrah é o primeiro construído do zero que é finalizado para a Copa do Mundo de 2022, no Qatar. (Fifa.com)

No dia 2 de dezembro de 2010, o Catar surpreendeu o mundo. Contra todos os prognósticos, um dos menores países da Ásia superou Japão, Coreia do Sul e Austrália e ganhou o direito de ser sede da Copa do Mundo, 12 anos depois, agora em 2022. Enquanto comemorações pela escolha aconteciam nas ruas de Doha, a capital do país, os dirigentes da rica monarquia prometiam um Mundial compacto e suntuoso.

Teria 12 estádios, espalhados em cerca de 60 quilômetros de distância. Ficariam tão próximos uns dos outros, que, em tese, possibilitaria ao torcedor assistir até três jogos no mesmo dia, em arenas luxuosas e confortáveis, sem ter de enfrentar longas viagens e mudanças de hotel. "Nunca a Copa foi no Oriente Médio e o mundo árabe está esperando há muito tempo por esta oportunidade", disse o então presidente da Fifa, o suíço Joseph Blatter, após a votação de seu comitê executivo na sede da entidade na suíça Zurique.

Só que, apesar da opulência prometida, a organização do Mundial ainda corre contra o tempo para deixar tudo pronto a quatro meses da disputa.

"Tivemos de nos adaptar a muitos obstáculos, mas tudo estará pronto a tempo para um grande evento", disse Hassan Al Thawadi, CEO do Comitê de Entrega e Legado da Copa do Catar, durante entrevista após o sorteio dos grupos do Mundial. O primeiro desafio era óbvio: como fazer funcionar a logística para acomodar, durante um mês, a multidão de torcedores, sem transformar a vida do país em um caos nem deixar um punhado de "elefantes brancos" na cidade.

O primeiro contratempo que precisou ser superado foi o do calor, perto dos 50ºC em junho e julho, meses tradicionais do evento, apesar de os estádios contarem com climatização, que mantém a temperatura em torno dos 20ºC. A solução encontrada foi mudar os jogos da Copa para os meses de novembro e dezembro, com temperaturas mais amenas (máxima de 30º C).

Em 2014, o planejamento da Copa já havia sofrido outra alteração: o Supremo Comitê de Entrega e Legado, organismo ligado ao governo local e que coordena todas as atividades do Mundial, decidiu que os 64 jogos seriam realizados em oito arenas, e não mais 12. Atualmente, os estádios ou estão prontos ou em reta final de acabamento. Apenas o Lusail, um colosso de 30.000 toneladas de concreto, com 310 metros de diâmetro, em forma de cesto de tâmaras, onde será disputada a grande final, ainda não foi inaugurado. Mas ele está concluído desde 2021.

AMPLIAÇÕES

Para reduzir congestionamentos em Doha, além da chegada da rede de metrô e bondes, foi aumentada capacidade das estradas que levam a estádios mais distantes, como o Al-Bayt, a 60 km de distância. "Com base em informações coletadas por câmeras e sensores, nosso Centro de Controle de Tráfego poderá agir rápido para mitigar congestionamentos, controlando os semáforos e os fluxos de trânsito", diz o engenheiro Adullah Al Qahtani, da Ashghal, a empreiteira responsável pelo monitoramento de tráfego

Para receber boa parte dos 1,5 milhão de visitantes esperados (1 milhão de ingressos já foram vendidos), o Aeroporto Hamad, o principal do país, foi modernizado e teve a capacidade de seus cinco terminais aumentada. Cerca de 2,8 milhões de passageiros poderão circular por ele. Para ajudar na operação de mais voos, foi suspensa a demolição do antigo aeroporto de Doha. "Passou por obras de renovação e adicionará uma capacidade de cerca de 10 milhões de passageiros", diz Akbar Al Baker, CEO da Qatar Airways, a principal companhia aérea catariana.

Há ainda a possibilidade de o torcedor ficar em outros países da região e se valer dos aeroportos e voos ampliados do Catar. A promessa é de ponte aérea durante a competição com várias companhias. Os voos chegariam 5 horas antes das partidas, permitindo que os fãs curtissem a cidade antes de voltar para a base. Seriam 160 voos por dia para 200 mil pessoas. "A Copa será uma boa oportunidade para os fãs de futebol descobrirem uma parte do mundo que eles não conhecem", disse o presidente da Fifa Gianni Infantino.

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