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CBF pede rigor do STJD após confusões de Ceará x Cuiabá e Sport x Vasco

CBF pede rigor do STJD após confusões de Ceará x Cuiabá e Sport x Vasco

Invasões aos gramados marcaram o fim de semana. No jogo do Ceará, crianças e mulheres feridas. Na invasão da ilha do Retiro, até uma bombeira levou um chute quando estava no chão

Publicado em 17 de outubro de 2022 às 10:18

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Torcidas de Ceará e Sport invadiram os gramados e interromperam as partidas do Brasileirão
Torcidas de Ceará e Sport invadiram os gramados e interromperam as partidas do Brasileirão. (Reprodução / Twitter)

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) lamentou os episódios de violência ocorridos nos jogos de Ceará x Cuiabá, pela Série A do Campeonato Brasileiro, e Sport x Vasco, pela Série B, além da suspensão de Goiás x Corinthians, no sábado (15), pelo Brasileirão. A entidade cobrou medidas drásticas de punição ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e disse que espera que o tribunal "atue com o rigor necessário para banir os responsáveis pelas cenas chocantes".

"Estamos indignados com as imagens que vimos hoje nas duas partidas das Séries A e B do Campeonato Brasileiro, competições com números recordes de participação popular nos estádios e que está sendo marcado pelo retorno das famílias. Esperamos que o STJD tome posições duras. Nos colocamos no lugar dos pais daquela criança desmaiada em Fortaleza. Nós aguardamos que punições drásticas sejam tomadas pelo tribunal. O futebol brasileiro não tem mais espaço para a violência e o retrocesso", disse o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.

O STJD informou que aguarda o recebimento das súmulas das partidas para, juntamente com vídeos e demais documentos, analisar as infrações previstas no Código Brasileiro de Justiça Desportiva e destacou que medidas severas serão tomadas.

"A Procuradoria agirá com rigor em todos os casos de violência nos estádios de futebol. Pais e todas as pessoas de bem precisam se sentir seguros em qualquer jogo de futebol no Brasil e vamos lutar para que seja essa a realidade", disse o procurador-geral do tribunal, Ronaldo Piacente.

GOIÁS X CORINTHIANS FOI SUSPENSO

No sábado (15), a partida entre Goiás e Corinthians, prevista para ser realizada no estádio da Serrinha, em Goiânia, foi suspensa após decisões da Justiça comum. O jogo vivia indefinição quanto à presença da torcida corintiana. O presidente do STJD, Otávio Noronha, disse que a decisão de suspender o jogo "visa garantir a ordem desportiva e o equilíbrio da competição".

Na semana passada, o Ministério Público de Goiás havia recomendado que a partida deveria ter torcida única para "evitar atos de violência entre as torcidas organizadas dos dois times, que possuem histórico de grande rivalidade".

O Corinthians recorreu da decisão, alegando ser uma atitude "unilateral", e conseguiu reverter a situação. Na sexta-feira, o STJD liberou a presença de torcedores do time no jogo, mas na manhã de sábado o cenário se inverteu. Uma liminar do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, expedida horas antes do jogo, acatou o pedido do Ministério Público de Goiás e paralisou mais uma vez a venda de ingressos para torcedores visitantes.

VIOLÊNCIA NO DOMINGO

O jogo entre Ceará e Cuiabá, neste domingo (16), pelo Brasileirão, foi interrompido antes do previsto por falta de segurança. O jogo foi marcado por uma confusão generalizada nas arquibancadas durante o segundo tempo. Cadeiras foram arremessadas no campo e policiais recorreram a balas de borracha. Dezenas de torcedores invadiram o gramado para fugir da confusão.

No meio do tumulto, os jogadores saíram do campo às pressas, se abrigando nos vestiários. A partida teve que ser encerrada aos 47 minutos do segundo tempo, quando ainda faltavam cinco minutos para o término, de acordo com os acréscimos.

O árbitro Caio Max Augusto Vieira explicou na súmula a decisão de interromper a partida antes dos minutos finais. "Após 11 minutos do início da invasão, entrei em contato com o Comandante-Geral do policiamento sr. Eduardo Souza Landim, tenente/coronel do batalhão BP Choque, que não me deu garantia de segurança para reiniciar a partida. Após 13 minutos do início da invasão, decidi dar por encerrado a partida, por entender que não haveria garantia de segurança para o reinício da partida , pois haveria ainda 7 minutos por jogar referente ao restante do acréscimo do segundo tempo. Informo que ambas as equipes demonstraram não ter condições emocionais para continuar a partida", diz um trecho do documento.

INVASÃO NA ILHA DO RETIRO

No aguardado duelo entre Sport e Vasco, atuais quarto e quinto colocado da Série B, uma confusão generalizada ocasionou o fim da partida antes dos últimos três minutos de jogo. A equipe pernambucana vencia o jogo por 1 a 0, mas o atacante Raniel empatou para o time carioca.

Na comemoração, o jogador, revelado no rival Santa Cruz, provocou a torcida rubro-negra. Logo depois, torcedores do Sport arrombaram o portão e invadiram o gramado. Um deles agrediu uma bombeira que estava no chão realizando cuidados médicos. Os jogadores do Vasco correram para o vestiário e a polícia usou gás de pimenta.

Cerca de uma hora depois do início das cenas de violência, sem a garantia de segurança para a sequência do jogo, o árbitro Raphael Claus decretou o fim da partida. A decisão revoltou a diretoria do Sport.

SÚMULA RELATA QUE RANIEL E LUIZ HENRIQUE FORAM EXPULSOS

O árbitro da partida entre Sport e Vasco, Raphael Claus, relatou na súmula que, após mais de 50 minutos de paralisão por conta da invasão, deu a partida como encerrada e o placar final de 1 a 1. Claus confirmou a expulsão de Raniel e Luiz Henrique, jogadores da equipe carioca. Raniel recebeu dois cartões amarelos: um por tirar a camisa na comemoração, e o segundo por provocar a torcida adversária após o gol. Já Luiz Henrique, tomou o vermelho direto por conduta violenta ao atirar um tênis em direção a torcida da equipe mandante.

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