A Copa do Mundo é a competição que reúne os melhores jogadores do planeta, defendendo suas seleções. Chegar lá é o sonho de todo atleta de futebol. Conquistar o título, então, é o prêmio máximo. Significa alcançar um Olimpo que é reservado a um seleto grupo de astros da bola.
Nessa lista de jogadores que já disputaram a Copa do Mundo pelo menos uma vez estão três representantes do Espírito Santo: Fontana, Carlos Germano e Maxwell. Um deles conseguiu a façanha de ser campeão mundial pela Seleção Brasileira. E outro também chegou à final, mas viu o título escapar.
Natural de Santa Teresa, na Região Serrana do Espírito Santo, Fontana foi o único capixaba a erguer a taça da Copa do Mundo. O zagueiro, nascido em 31 de dezembro de 1940, começou sua trajetória no futebol ainda bem jovem. Já em 1958 figurava com a camisa do Vitória.
No ano seguinte, foi para o rival Rio Branco, onde conquistou o Campeonato Capixaba por duas vezes, em 1959 e 1962. Com o sucesso no futebol capixaba, transferiu-se para o Vasco, no Rio de Janeiro. Por lá, fez fama como um dos melhores zagueiros daqueles tempos, graças a sua força, coragem e ao ótimo poder de marcação.
Mesmo com estilo viril de jogo, o capixaba nunca foi expulso de campo. No Vasco, conquistou a Taça Guanabara em 1965 e o Torneio Rio-São Paulo de 1966.
Em 1970, veio a convocação para defender a Seleção Brasileira na Copa do Mundo do México, sob o comando de Zagallo. Assim, teve o privilégio de integrar uma equipe que marcou época e até hoje encanta o mundo, ao lado de craques como Pelé, Rivelino, Tostão, Gérson e Jairzinho.
Ele ainda entrou em campo no último jogo da primeira fase, na vitória de 3 a 2 sobre a Romênia, quando alguns titulares foram poupados. A conquista do tri mundial, naquele ano, após goleada de 4 a 1 sobre a Itália na final, garantiu ao Brasil a posse em definitivo da taça Jules Rimet.
Após o título mundial, já vestindo a camisa do Cruzeiro, Fontana ainda conquistou o Campeonato Mineiro em 1972.
Nesse mesmo ano, Fontana encerrou a carreira, aos 31 anos. Em 1980, durante uma partida de futebol entre amigos, o capixaba sofreu um ataque cardíaco e morreu aos 39 anos. Deixou três filhos (Sabrina, Bernardo e Fabrício) e um legado de conquistas para o futebol capixaba e nacional.
O segundo capixaba a defender o Brasil em uma Copa do Mundo foi o goleiro Carlos Germano. Nascido em 14 de agosto de 1970, em Domingos Martins, Germano foi revelado pelo Vasco e viveu anos de glória no clube cruz-maltino.
No clube carioca, esteve no time profissional por quase uma década, de 1990 a 1999. Tornou-se o segundo jogador a vestir a camisa do Vasco por mais vezes, em 632 oportunidades. E colecionou taças: Carioca (1992, 1993, 1994 e 1998), Taça Guanabara (1992, 1994 e 1998), Taça Rio (1992, 1993, 1998 e 1999), Campeonato Brasileiro (1997), Libertadores (1998) e, por fim, Torneio Rio-São Paulo (1999).
No Brasileiro de 1997, foi peça importante daquele elenco vitorioso. O Vasco ergueu seu terceiro Brasileirão e Germano foi eleito o melhor goleiro da competição. No ano seguinte, conquistaria a Libertadores da América. Carlos Germano também passou por clubes como Santos, Portuguesa, Botafogo, Internacional, Penafiel (Portugal), entre outros.
Carlos Germano já figurava em convocações da Seleção Brasileira, ao longo da década de 1990. Inclusive, esteve no grupo que conquistou a Copa América, em 1997. No ano seguinte, foi convocado para a Copa do Mundo da França, como reserva imediato de Taffarel. Germano não chegou a atuar naquele Mundial, em que o Brasil terminou como vice-campeão: foi derrotado por 3 a 0 pela França na final.
Hoje, Germano atua como subsecretário de Formação e Rendimentos na Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Sesport). Em entrevista para A Gazeta, contou sobre a realização do sonho de disputar a Copa do Mundo.
“Foi um sonho de garoto realizado. É o sonho de todo menino brasileiro, né? Em termos de esporte, o futebol é nosso carro-chefe. No Brasil, isso deve ser valorizado”, comentou Germano.
O capixaba não deixou de externar o orgulho por sua trajetória. “Para um garoto do interior do Espírito Santo, foi extremamente gratificante. Foi surreal para mim. Pude jogar em um time grande como o Vasco da Gama e, depois, ir para uma Copa do Mundo. Consequentemente, levei o nome do Espírito Santo, e isso não tem preço que pague. É uma gratidão eterna por ter vestido a camisa da nossa Seleção em uma Copa do Mundo.”
O ídolo do Vasco deixou sua torcida para Richarlison, que provavelmente será o quarto capixaba em uma Copa do Mundo — a convocação acontece na próxima segunda-feira (7). “Sou o segundo capixaba a ter ido para uma Copa do Mundo. Sair do Espírito Santo e defender o nosso país não tem preço. Agora temos a oportunidade de ver o Richarlison, que é mais um capixaba trilhando esse caminho. Se Deus quiser, muitos outros capixabas virão.”
Na seleta lista de jogadores capixabas em Copas do Mundo, o terceiro foi o lateral-esquerdo Maxwell. Nascido em Cachoeiro de Itapemirim, em 27 de agosto de 1981, ele esteve no Mundial de 2014, realizado no Brasil.
Revelado pelo Cruzeiro, Maxwell construiu sua carreira fora do país, com passagens por Ajax, Empoli, Internazionale, Barcelona e, por fim, Paris Saint-Germain.
Sua primeira convocação para defender o Brasil foi em setembro de 2004, quando atuava pelo Ajax, para ser reserva de Roberto Carlos em dois jogos, contra Venezuela e Colômbia.
Maxwell, porém, só teve a chance de disputar uma Copa em 2014, quando defendia o PSG. O capixaba ficou na reserva de Marcelo e viu do banco de reservas a humilhante derrota por 7 a 1 para a Alemanha, na semifinal. No jogo seguinte, teve a oportunidade de ser titular na disputa do terceiro lugar, contra a Holanda. Mas o Brasil foi novamente derrotado, desta vez por 3 a 0.
Em seu longo currículo internacional, o capixaba colecionou títulos, como os Campeonatos Holandês, Italiano e Espanhol. Maxwell também ergueu a taça da Supercopa em todos os países pelos quais passou, além de ter faturado uma Liga dos Campeões com o Barcelona, na temporada 2010/11.
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