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Copa do Mundo Feminina: representatividade e inspiração para jogadoras capixabas

Copa do Mundo Feminina: representatividade e inspiração para jogadoras capixabas

Atletas do Espírito Santo analisam o cenário atual sobre o esporte feminino, que luta diariamente por valorização e igualdade

Publicado em 19 de julho de 2023 às 11:47

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura
Seleção Brasileira de Futebol Feminino parte em busca do primeiro título mundial
Seleção Brasileira de Futebol Feminino parte em busca do primeiro título mundial. (Thais Magalhães / CBF)
João Barbosa
Estagiário / [email protected]

Nesta quinta-feira (20), a bola vai rolar para a nona edição da Copa do Mundo de Futebol Feminino, que terá Austrália e a Nova Zelândia como sedes. 32 seleções estarão na disputa pela taça mais importante da categoria, que além do sucesso dentro de campo, também carrega um valor importante de representatividade em um cenário que por mais que apresente crescimento, ainda enfrenta diversas barreiras para atingir um patamar de maior visibilidade e igualdade.

Ao redor do mundo, competições como o Mundial e as Olimpíadas inspiram e representam diversos atletas, e no Espírito Santo não é diferente. A reportagem de A Gazeta conversou com mulheres que se destacam no futebol feminino no Estado, e elas apontaram a importância e os significados que a Copa do Mundo traz.

Gabriela Ferreira, meia-atacante do Vila Nova, equipe de Vila Velha, acredita que o futebol feminino está no caminho certo para o crescimento e evolução, e a Copa do Mundo de 2023, com transmissão em TV aberta, é uma importante ferramenta para a difusão do esporte entre as novas gerações.

“Tendo em vista que vão pegar essa copa como um exemplo para aprimorar mais ainda o crescimento dentro da modalidade, precisamos que os clubes pequenos, grandes, e projetos [sociais] entendam todo o processo, entendam que plantando hoje podemos colher frutos maiores no futuro”, disse Gabi.

Ao lado de Gabi, a lateral Mayane Siqueira, do Meninas do ES (MDE), time da Capital, acredita que o esporte tem se reforçado de maneira eficaz. “Com a copa e sua visibilidade, outras meninas serão incentivadas a conhecer o esporte, poderão se inspirar e traçar seus próprios caminhos. Para a difusão do futebol feminino, precisamos de valorização para as atletas com competições importantes, bem estruturadas, visibilidade na mídia e competições com um valor significativo em suas premiações”, sinaliza Mayane.

Falando em valores, a Copa Feminina de 2023 bateu recordes de premiação, venda de ingressos e contratos para transmissões, mas ainda há uma grande discrepância em relação ao futebol masculino.

“Atualmente, vejo que vivemos um processo que está sendo realizado da forma correta. Com salários melhores que antes, oportunidades na mídia surgindo, mas entendo que isso é um processo longo que só agora está dando passos firmes na direção certa”, afirma Mayane.

“Não podemos comparar todos os locais que têm futebol feminino da mesma forma, porque sabemos que em cada país, estado tem suas vantagens e dificuldades. Mas posso dizer que a modalidade está no caminho certo”, complementa Gabi.

E o futebol feminino no Espírito Santo?

Atualmente, diversas equipes capixabas têm montado equipes femininas para a disputa de campeonatos regionais e estaduais. O Campeonato Capixaba Feminino de 2023 é, atualmente, a maior vitrine do esporte para elas, mas ainda carece de valorização, como explicam as atletas.

“Estamos lutando por mais investimento dentro da modalidade no Estado, hoje nosso campeonato local passou a ser mais competitivo, porém falta um pouco mais de investimento”, conta Gabi Ferreira.

Mayane, do MDE, atualmente disputa a Copa da Paz de Futebol Feminino e também o Capixabão, em parceria com o Atlético Guarapariense. Para ela, a rotina pesada de treinos e jogos precisa de mais reconhecimento e valorização por parte do poder público.

“No Espírito Santo, o cenário está caminhando devagar, pois não são todas as prefeituras que abraçam a causa. É preciso de mais projetos voltados a valorização do futebol feminino, são muitas competições oficiais para o masculino e poucas para o feminino. E quando tem para o feminino, não contamos com a mesma visibilidade e investimentos”.

Mayane complementa: “Lutamos diariamente em busca do nosso espaço, precisamos do apoio dos órgãos públicos, para mostrar o futebol feminino do Espírito Santo para o resto do mundo. Hoje, através do Ministério do Esporte, as mulheres estão começando a ter voz aqui [...] Seria muito importante de caminhássemos com todo o Estado apoiando”, finaliza a atleta.

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