Com a saída do técnico Tite após a eliminação pela Croácia nas quartas de final da Copa do Mundo do Catar, o novo treinador deve ser anunciado em janeiro pelo presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues. E os trabalhos do comandante já começam em fevereiro, com a convocação para a primeira data Fifa do ano, entre 20 e 28 de março.
A tendência é que, independentemente de quem assuma o cargo, a base da Seleção Brasileira seja formada por jogadores que disputaram o torneio no Catar.
Como será início de um novo ciclo até a Copa do Mundo de 2026, a ser realizada de forma compartilhada nos Estados Unidos, Canadá e México, o treinador deverá seguir a linha de trabalho de Tite até que consiga convocar novos jogadores e, então, impor seu estilo de jogo.
O certo é que os atletas mais velhos do grupo, casos de Daniel Alves (39), Thiago Silva (38), Weverton (34) e Everton Ribeiro (33), não deverão ter chances de disputar mais um Mundial - não devem ser chamados.
No gol, Alisson, de 30 anos, deve continuar como titular, com Ederson (31) como sombra. A questão vai ser encontrar outros nomes para a posição que tenham nível para ir à Copa. Os outros sete goleiros convocados por Tite nos últimos seis anos são mais velhos que o camisa 1 no Catar: Neto (Bournemouth-ING), de 33 anos; Santos (Flamengo), 32; Alex Muralha (Coritiba), 33; Cássio (Corinthians), 35; Diego Alves (Flamengo), 37; Marcelo Grohe (All Ittihad-ARS), 35; e Danilo Fernandes (Bahia), 34.
Se nenhum novo nome surgir nos próximos anos, as chances de entrar na lista recaem sobre João Paulo (27), do Santos, e Hugo (23), do Flamengo; além dos campeões olímpicos que ficaram na reserva de Santos em Tóquio-2020: Brenno (23), do Grêmio; e Lucão (21) do Vasco.
No entanto, a maior dor de cabeça para o novo comandante brasileiro será nas duas laterais, a posição mais carente da seleção. No Catar, as lesões de Danilo (31), Alex Sandro (31) e Alex Telles (29) foram indícios do que pode acontecer em 2026.
Os três laterais também estão na faixa dos 30 anos e até teriam condições de atuar no próximo Mundial, mas outros nomes certamente entrarão na disputa, como Guilherme Arana (25) e Renan Lodi (24), na esquerda, e Emerson Royal (23), na direita, que já foram convocados por Tite. Arana, por sinal, só não foi para o Catar porque se lesionou pouco antes da convocação.
Além deles, o palmeirense Gabriel Menino (22), que pode ser lateral ou volante, e Emerson Palmieri (28), lateral esquerdo do West Ham-ING, são nomes a serem observados.
Na zaga, com a saída de Thiago Silva, em tese Marquinhos e Eder Militão devem formar a dupla titular, com outros nomes já conhecidos correndo por fora, como Bremer, que foi reserva no Catar, Gabriel Magalhães (Arsenal-ING), Diego Carlos (Aston Villa-ING), Rodrigo Caio (Flamengo) e Nino (Fluminense), campeão olímpico em Tóquio-2020.
No meio de campo, Casemiro terá 34 anos no próximo Mundial e, se sua forma física possibilitar, ainda pode comandar a cabeça de área. Outros nomes que têm grandes chances são Bruno Guimarães e Lucas Paquetá, ambos atualmente com 25 anos. Já Fred e Fabinho, que terão 33, encontrarão forte concorrência dos mais jovens, como Danilo, do Palmeiras, e João Gomes, do Flamengo, ambos de 21 anos.
Numa função de armação das jogadas, alguns nomes têm grande chance de voltar a ser chamados. Aí terão de convencer a comissão técnica de que podem fazer a diferença. Preterido por Tite este ano, o palmeirense Raphael Veiga (27) é um desses nomes, assim como Gustavo Scarpa (28), um dos destaques do Brasileirão 2022.
Os outros são Claudinho (25), do Zenit-RUS; Reinier (20), do Girona-ITA, Douglas Luiz (24), do Aston Villa-ING, e Andreas Pereira (26), do Fulham-ING.
Como neste ano, o novo comandante terá opções para escolher os atacantes. Neymar, por exemplo, terá 34 anos em 2026, mas ainda não se decidiu se continuará vestindo a camisa amarela. Em caso positivo, e se estiver em boas condições físicas, ele certamente será chamado.
Todos os outros jogadores de frente que foram ao Catar possuem condições de estar novamente nos EUA, Canadá e México. Porém, vários outros nomes devem aparecer pelo caminho, colocando as vagas em disputa ferrenha.
Apesar de muito jovem, um atacante já tem chamado atenção do futebol mundial e pode ser até titular em 2026 é o palmeirense Endrick, de apenas 16 anos. Nesta temporada, ele se tornou o único jogador da história do Palmeiras a ser campeão em todas as categorias do clube, inclusive do time principal, com o Brasileirão. E ainda foi eleito a revelação do campeonato.
Seu futuro será definido nas próximas semanas, mas é praticamente certo que ele fará companhia a Vinicius Junior e Rodrygo no Real Madrid a partir de 2024, quando completar 18 anos. Esse, inclusive, pode ser o trio de ataque do Brasil no Mundial.
Mas não é só Endrick que está despontando. Alguns outros jovens, como Vitor Roque (17), do Athletico-PR; Ângelo (17) e Marcos Leonardo (17), do Santos; e Yuri Alberto (21), do Corinthians, estão em crescimento constante e certamente serão observados mais de perto.
Além deles, há também os outros jogadores que já tiveram passagem pela seleção, como o campeão olímpico Matheus Cunha (23), do Atlético de Madrid-ESP, Gabigol (26), do Flamengo, David Neres (25), do Benfica-POR, e Paulinho (22), do Atlético-MG.
Como é possível observar, quem quer se seja o novo treinador, brasileiro ou estrangeiro, a tarefa de encontrar a seleção ideal não será fácil. Seja por falta de opções, como no gol e nas laterais, ou por excesso, como no ataque. De qualquer forma, como sempre, o Brasil chegará ao próximo mundial como favorito. Se vai conseguir conquistar o tão sonhado hexacampeonato, só o tempo dirá. Mas otimismo e confiança nunca faltarão.
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