Atual campeão da Libertadores e da Recopa, o Fluminense enfrenta um cenário desolador no Campeonato Brasileiro. A derrota para o Grêmio no último domingo (30) por 1 a 0 manteve o Tricolor na lanterna da competição com apenas 6 pontos conquistados em 39 possíveis, igualando sua pior campanha em 2003.
Em junho, o Tricolor disputou sete jogos, acumulando seis derrotas e um empate. Essa sequência negativa fez com que a equipe igualasse sua pior série de derrotas consecutivas, que ocorreu há 21 anos, em 2003, na primeira edição do campeonato com o formato atual de 20 clubes e pontos corridos.
Naquele ano, as derrotas foram contra Ponte Preta, São Paulo, Coritiba, Santos, São Caetano e Juventude. Em 2024, os adversários que superaram o Fluminense foram Botafogo, Atlético-GO, Cruzeiro, Flamengo, Vitória e Grêmio. A equipe, sem conseguir reagir, amarga resultados ruins e demonstra uma falta de confiança preocupante.
A atual campanha do Fluminense é a 3ª pior da Série A na era dos pontos corridos, desde 2003, até a 13ª rodada. Apenas a Chapecoense, em 2021, com 4 pontos, e o Avaí, em 2019, com 5 pontos, tinham menos pontos que o Flu de 2024. Entre os times que tinham até 8 pontos a essa altura, apenas dois escaparam do rebaixamento: o Paysandu, em 2003, e o Ceará, em 2018.
Vale destacar que, em 2003, o Brasileirão contava com 24 clubes e 46 rodadas. Desde 2006, quando o campeonato passou a ter 20 clubes e 38 rodadas, apenas o Ceará de 2018 conseguiu evitar a queda com uma pontuação tão baixa até a 13ª rodada, o que ultrapassa um terço da competição.
Com a saída do técnico Fernando Diniz, demitido após a série de derrotas, o Fluminense anunciou Mano Menezes como o novo treinador. Mano está dentro do padrão que a diretoria prefere e conhece bem o futebol brasileiro para reverter a situação.
Dentro de campo, o time apresenta um futebol sem muitas ideias. Jogadores como Germán Cano, artilheiro em 2023, não têm repetido o desempenho esperado. John Kennedy também tem mostrado pouca efetividade, e a defesa, formada por Antônio Carlos e Marlon na última partida, junto com Thiago Santos e Martinelli no meio de campo, parece desorientada. A ausência de John Arias, que está servindo a seleção colombiana na Copa América, e a espera pela abertura da janela de transferências para contar com Thiago Silva, agravam ainda mais a situação.
Nesse período, o clube marcou dois gols e sofreu nove. Em nenhuma das partidas o Tricolor deixou o gramado sem ser vazado, e só em dois deles conseguiu furar a defesa adversária.
O mês de julho promete ser desafiador para o Fluminense, que enfrentará Internacional, Fortaleza, Criciúma, Cuiabá, Palmeiras e Bragantino, equipes que vivem boa fase no campeonato. Além disso, o time carioca não marca gols há quatro jogos, aumentando a pressão sobre jogadores e comissão técnica.
Com a equipe nas oitavas de final da Libertadores e da Copa do Brasil, a diretoria terá que decidir entre focar nos torneios internacionais ou na recuperação no Campeonato Brasileiro. Se o Fluminense assimilar que o objetivo é atingir o "número mágico" contra o rebaixamento, de 45 pontos, o clube terá que somar 39 dos 75 pontos restantes em disputa no Brasileirão. "Só" 52%. O segundo semestre promete ser turbulento para os tricolores, que lutam para evitar um desfecho ainda mais desastroso em 2024.
Para servir como comparação, vale usar o Brasileirão de 2023 como exemplo. Apenas seis clubes conseguiram somar mais de 50% dos jogos à disposição: o campeão Palmeiras, Grêmio, Atlético MG, Flamengo, Botafogo e Bragantino. Missão para o tricolor não é fácil.
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