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Gestor do Botafogo diz que decisões da Justiça atrapalham lei da SAF

Gestor do Botafogo diz que decisões da Justiça atrapalham lei da SAF

John Textor reclama que cortes brasileiras não interpretam de forma correta a legislação, o que prejudica as finanças do clube

Publicado em 25 de janeiro de 2023 às 20:45

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RIO DE JANEIRO - O empresário John Textor, dono da SAF do Botafogo, criticou em uma live ao site FogãoNET a lei que regulamentou os clubes-empresa no Brasil. Textor reprovou as decisões recentes da Justiça quanto ao entendimento do texto da legislação.

"A Lei da SAF está quebrada. Ela não funciona. Começamos a controlar o clube no dia 11 de março, e desde o começo sentimos que os juízes e as cortes brasileiras não tiveram cuidado em interpretar a lei como ela foi criada", disse. "A Lei da SAF deveria nos ajudar, mas ela está quebrada, não funciona. É a primeira vez que falo isso aqui. Não estamos prontos para aportar no futuro porque os fantasmas do passado continuam interferindo".

John Textor comemora compra da SAF do Botafogo: 'Vim para construir um time campeão'
John Textor diz que lista de pagamento aos credores não está sendo seguida . (Vítor Silva/Botafogo)

O texto da Lei da SAF prevê a criação do Regime Centralizado de Execuções (RCE), que permite renegociar dívidas trabalhistas e cíveis de forma unificada, ou seja, seguindo uma lista dos credores. Isso possibilita o fim de bloqueios e execuções, comuns em muitos clubes.

O prazo para pagamento é válido por seis anos, mas pode ser ampliado para mais quatro, caso já tenha pagado pelo menos 60% da dívida. A lei também diz que 20% da receita do clube-empresa e 50% dos lucros e dividendos, caso tenha, devem ser destinados ao clube (associação) para pagar as dívidas.

A irritação de Textor é que essa lista de pagamento aos credores não está sendo seguida em recentes decisões da Justiça e a SAF do Botafogo tem pagado mais dívidas do que o previsto na lei, atrapalhando as operações do futebol. "Ganhamos R$ 3,5 milhões do prêmio da Copa do Brasil e a CBF pegou o dinheiro porque o clube social (associação) tinha uma dívida histórica com eles. Fizemos ofícios à CBF e nunca tivemos uma resposta".

"O contrato da TV vem de meses em meses, e não mensalmente. Em junho, estávamos gastando dinheiro investindo em jogadores, contando com o dinheiro da Globo, e esse dinheiro não veio. Aparentemente, dois presidentes do clube social antes do Durcesio (presidente do Botafogo) assinaram um documento dando o contrato da Globo como garantia de uma dívida fiscal com o governo. Essa mesma dívida estava renegociada com o governo, sendo paga em dia. Porém, um procurador federal resolveu resgatar aquele antigo contrato e falar que o dinheiro era dele. Era muito dinheiro. O contrato da TV é a maior receita da SAF e foi tomado sem mais nem menos", criticou.

Textor quer mudanças na Lei da SAF e disse que vai buscar uma solução alternativa até lá. "Não vamos colocar mais dinheiro no RCE até as cortes respeitarem a lei". Caso saia do RCE, o Botafogo SAF deixa de ter benefícios como descontos e prazos maiores para o pagamento de dívidas. Assim, poderia ficar suscetível a bloqueios e execuções. Outros modelos possíveis de renegociações de dívidas são a recuperação judicial e a extrajudicial".

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