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Há 20 anos, zagueiro capixaba Serginho morreu após mal súbito no Morumbi

Há 20 anos, zagueiro capixaba Serginho morreu após mal súbito no Morumbi

Estádio onde o zagueiro Izquierdo sofreu problema cardíaco que resultou em sua morte, já havia sido o local de episódio similar

Publicado em 28 de agosto de 2024 às 15:07

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Zagueiro Serginho teve parada cardiorrespiratória durante jogo contra o São Paulo, no Morumbi.
Zagueiro Serginho teve parada cardiorrespiratória durante jogo contra o São Paulo, no Morumbi. (Folhapress/Folhapress)
Caio Vasconcelos
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morte do zagueiro Izquierdo, do Nacional (URU), após um mal súbito no Estádio do Morumbis, em São Paulo, durante partida válida pelas oitavas de final da Libertadores, trouxe à memória o trágico falecimento do defensor capixaba Serginho, que morreu no mesmo estádio quase 20 anos atrás, enquanto defendia o São Caetano.

Em 27 de outubro de 2004, durante uma partida do Azulão contra o São Paulo, válida pelo Campeonato Brasileiro, Serginho, então com 30 anos, desmaiou em campo devido a um mal súbito e faleceu horas depois no hospital. O zagueiro havia sido cercado por seus companheiros de equipe no momento em que desmaiou, causando grande comoção.

De acordo com reportagens de 2004, Serginho era um zagueiro forte, que vivia o auge de sua carreira. Oito meses antes, durante um exame no Incor (Instituto do Coração), foi detectado que ele tinha problemas cardíacos. No entanto, o médico do São Caetano na época afirmou que a condição do jogador não representava riscos que o impediam de continuar jogando, e Serginho optou por seguir em sua carreira profissional.

Um prontuário médico, entretanto, indicava o "risco de morte súbita" e que Serginho sofria de um problema cardíaco grave. O documento foi assinado pelo médico Edimar Alcides Bocchi, então diretor da unidade clínica de insuficiência cardíaca do Incor. Mais tarde, o médico descreveu a morte de Serginho como uma "fatalidade".

Na época, o Ministério Público indiciou o então presidente do São Caetano, Nairo Ferreira, e o médico do clube, Paulo Forte, por homicídio doloso. Posteriormente, o Supremo Tribunal Federal (STF) reclassificou a denúncia para homicídio culposo, e ambos foram absolvidos.

O São Caetano, que vivia um grande momento no futebol brasileiro, foi punido com a perda de 24 pontos no Brasileirão, o que quase resultou no rebaixamento da equipe. Com a punição, o clube caiu da quinta para a 18ª posição na tabela, em um campeonato que contava com 24 clubes. 

O evento acabou provocando mudanças importantes na questão de lidar com problemas cardiovasculares em jogos de futebol. Após a morte de Serginho tornou-se obrigatório ter desfibriladores e ambulâncias disponíveis nos estádios.

Zagueiro Serginho teve parada cardiorrespiratória durante jogo contra o São Paulo, no Morumbi.
Zagueiro Serginho teve parada cardiorrespiratória durante jogo contra o São Paulo, no Morumbi. . ((Internet | Reprodução))

Problemas cardíacos em jogadores de futebol

Problemas cardíacos são uma questão recorrente no futebol, especialmente entre atletas de alto rendimento. Apenas médicos especializados podem avaliar exames e determinar se um atleta, amador ou profissional, pode continuar competindo, considerando os riscos envolvidos.

Casos notáveis nos últimos anos incluem o do goleiro Iker Casillas, campeão da Copa do Mundo de 2010 pela Espanha, que sofreu um infarto durante um treino pelo Porto em 2019, e anunciou sua aposentadoria em 2020. Outro exemplo é o do argentino Sergio Agüero, que, após problemas cardíacos detectados durante exames ao se transferir para o Barcelona, também optou por se aposentar.

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