A despedida a Pelé, o Rei do Futebol, começou na Vila Belmiro nesta segunda-feira, mesmo antes de o velório ser iniciado oficialmente. Previsto para começar às 10h (horário de Brasília), a cerimônia recebeu personalidades influentes do mundo do esporte e da política que chegaram mais cedo. Gilmar Mendes, ministro do STF, foi o primeiro a chegar ao local. Na sequência, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, chegou ao lado do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, e do presidente da Conmebol, Alejandro Domingues. O mandatário da entidade máxima do futebol pediu "estádios com o nome do Pelé" em "países de todo mundo".
Pouco antes das 10h, o caixão do Rei do Futebol foi carregado para dentro da Vila Belmiro. À frente do caixão estavam Edinho, filho de Pelé, e o ex-jogador do Santos Zé Roberto. Além das personalidades conhecidas, fãs e torcedores passaram a madrugada nas imediações do Estádio Urbano Caldeira, esperando o início da cerimônia para prestar as últimas homenagens ao Rei do Futebol, morto no dia 29, em decorrência de complicações ligadas ao câncer de cólon.
Primeira personalidade a chegar no local, o ministro do STF, Gilmar Mendes, conversou com a imprensa e falou um pouco sobre sua relação com Pelé e com o Santos, seu time do coração. Gilmar Mendes chegou a dizer que "não é santista e sim Pelezista", em demonstração de respeito e admiração pelo Rei do Futebol.
Na sequência, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, chegou acompanhado do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, e do presidente da Conmebol, Alejandro Domingues. Infantino atendeu a imprensa no local e comentou a respeito da importância de Pelé para o futebol. "O legado de Pelé é único para o futebol. Ele tinha o dom de Deus, algo que pouquíssimas pessoas na Terra têm. Era um dom que tocava os corações e nossas emoções", disse. "Vamos pedir para que Federações do mundo inteiro que nomeiam um estádio em cada país do mundo com o nome de Pelé, porque creio que as futuras gerações têm de saber e lembrar quem foi Pelé".
Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, reafirmou que irá prestar todas as homenagens possíveis para "o maior atleta de todos os tempos". E definiu como uma "missão" manter o legado do Rei do Futebol em seu mandato.
"Hoje é um momento de dor para todos os fãs do futebol. Estou aqui para reverenciar a memória desse ídolo de todos nós. Quero reafirmar aqui que a CBF fará todas as homenagens possíveis ao maior atleta de todos os tempos. Pelé é eterno. Uma das minhas missões na CBF a partir de agora será a de preservar a sua história e perpetuar o seu legado. O dia que vi o Pelé em ação na minha frente durante um jogo em Ilhéus foi inesquecível. Eu era um adolescente de 13 anos e foi o maior presente que ganhei dos meus pais", disse o presidente da CBF.
"Lembro ainda hoje da emoção de ter visto o Pelé. Ele fez um dos gols na vitória do Santos contra a seleção local. Dois anos depois, viajei até Salvador para assistir o milésimo gol dele, que acabou não saindo. O Nildo tirou o gol quase na linha. Eu e a Fonte Nova praticamente inteira vaiamos o zagueiro do Bahia. Três dias depois, o Rei marcou o milésimo no Rio diante do Vasco", completou.
Entre os presentes para o adeus ao Rei do Futebol, figuram nomes que escreveram suas histórias no Santos e no futebol ao lado de Pelé. O goleiro Agnaldo, que defendeu a meta santista no icônico jogo do milésimo gol de Pelé, conversou com o Estadão sobre a morte do amigo.
"Com o Pelé, a gente sempre entrava em campo ganhando. O futebol mudou depois que surgiu Pelé. O pessoal faz comparações, mas nao precisa. Pelé é Pelé. Não tem nem vai ter outro. Dei a volta com ele no ombro no Maracanã. Isso ficou marcado. Nunca vou esquecer", disse Agnaldo.
Manoel Maria, amigo do Rei do Futebol e ex-companheiro de Santos, revelou o sentimento de tristeza de "ter perdido um irmão", com a morte de Pelé. "Sentimento de tristeza, né? De ter perdido um irmão. Uma convivência de 54 anos. Eu sinto bastante. Esses dias todinhos, quando o vejo dar entrevista, me emociono. Tenho de assimilar isso. Sei que vai passar. Ele sempre será eterno dentro do meu peito, o Edson. Pelé será eterno para o Mundo", disse.
Quem ainda não compareceu ou sinalizou presença no velório tratou de homenagear o Rei do Futebol com o envio de coroas de flores à Vila Belmiro. Segundo apurado pelo Estadão, além do próprio Santos Futebol Clube e seu presidente Andres Rueda, CBF, Federação Paulista de Futebol (e seus respectivos presidentes, Comitê Olímpico do Brasil, São Paulo e Real Madrid foram algumas entidades que prestaram homenagens. Neymar também prestou sua homenagem enviando uma coroa. Algo também feito por nomes como o apresentador Silvio Santos, o narrador Galvão Bueno, o senador Romário e o presidente da república da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol.
Além destas personalidades, rádios de São Paulo e do Brasil enviaram homenagens, como a Kiss FM e a Top FM. Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, também prestou sua homenagem. O cartunista e desenhista Maurício de Sousa também prestou homenagens ao amigo e antigo parceiro. A ALESP, Assembleia legislativa do estado de São Paulo, enviou coroas de flores.
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