Dois capixabas que são jogadores de futebol e atuam em times do Rio Grande do Sul estão vivendo de perto as tragédias que assolam o Estado. Robert William, do Cruzeiro (RS), e Emerson, do Caxias do Sul, clube da cidade homônima, estão acompanhando todas as dores e atribulações às quais os gaúchos estão vivendo desde o último dia 29 de abril. Todos os dois estão bem e em locais seguros, mas é impossível não sentir os acontecimentos. William mora no alojamento do clube de Cachoeirinha e Emerson, no Centro de Caxias do Sul, região que, segundo ele, não foi afetada por enchentes.
Natural de Vila Velha, William relatou que os primeiros dias foram os mais difíceis. "Foram bem ruins e intensos, especialmente para entrar em contato com a minha familia". Já Emerson Souza, que é de Anchieta, também tranquilizou os familiares. Inclusive o atleta chegou ao clube praticamente uma semana antes da tragédia. "Falei com eles sobre estar bem. Claro que o momento não é positivo, mas está tudo sob controle".
Ainda que esteja morando na cidade de Cachoeirinha, que é sede do Cruzeiro, o Robert William reside em Veranópolis com a companheira e está no Sul há quatro anos. Sua casa não passou por inundação, mas ficou "ilhada" por deslizamentos a sua volta. "A casa não foi atingida, mas está isolada e não temos como ter acesso a ela. A casa está vazia. A cidade costuma escoar bem a água, diferentemente dos municípios vizinhos, como Canoas. Meus colegas estão vindo à sede do clube tomar banho e beber água, já que aqui tem um poço artesiano".
Um amigo de Robert William morreu em decorrência da enchente. Ele era dono de um restaurante que foi afetado por um deslizamento de terra. "Ficou dois dias esperando resgate e preso aos escombros, mas não foi socorrido a tempo". Outra história que lhe chegou aos ouvidos foi ainda mais aterradora. "Uma pessoa estava resgatando uma criança que viu uma boneca boiando. Quando o voluntário pegou o que acreditava ser um brinquedo, viu tratar-se de um bebê", lamentou.
Diferentemente do atleta alvianil, o do clube grená não interrompeu os treinamentos. "Vamos parar por 20 dias, mas seguir nos treinamentos já que não fomos afetados".
Segundo os jogadores relataram, a Federação Gaúcha de Futebol (FGF) cogitava voltar com os jogos nesta semana, mas não tem possibilidade. "Fica difícil a locomoção e atinge o Estado inteiro. A previsão é de retornar dia 27 e não sabemos se vai voltar. A FGF avalia a segurança se vai voltar com o Gauchão ou não, e se jogaremos mais para frente". Segundo redes oficiais da Federação, o adiamento das partidas está confirmado e as competições de base foram suspensas por tempo indeterminado.
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