A solicitação dos advogados de Cuca para a reabertura do processo que condenou o treinador por manter relação sexual sem consentimento com uma menina de 13 anos trouxe à tona uma informação até então inédita no caso. A Justiça da Suíça descobriu que a vítima não está mais viva há mais de duas décadas. Ela morreu em 2002, aos 28 anos, em circunstâncias não especificadas.
A descoberta aconteceu quando o Tribunal Regional de Berna-Mitteland tentou localizar a vítima para notificar sobre a revisão do processo. A juíza Bettina Bochsler então, decidiu pela anulação do caso. Um dos herdeiros foi consultado, mas não quis ser parte do processo. Em tese, cabe recurso, mas nenhuma das partes está disposta a recorrer.
O caso aconteceu em Berna, na Suíça, durante uma excursão do Grêmio ao país europeu, em 1987. À época, Cuca era jogador e defendia as cores do time gaúcho. Dois anos depois, ele e outros três atletas foram condenados, mas nunca cumpriram a pena estipulada para o crime. No ano passado, Cuca contratou advogados para rever o caso após pedir demissão do Corinthians com apenas seis dias de trabalho após forte rejeição da torcida e da opinião pública.
À Justiça da Suíça, a defesa de Cuca argumentou que o treinador não contou com um representante legal e foi julgado à revelia. O pedido de um novo julgamento foi aceito em 22 de novembro, mas o Ministério Público alegou não ser possível realizá-lo pelo fato de o crime ter prescrito. O órgão, então, sugeriu a anulação da pena e o fim do processo. A Justiça acatou a decisão do MP no dia 28 de dezembro e a extinção da sentença foi publicada nesta quarta-feira, dia 3. Foi determinado, ainda, uma indenização de 13 mil francos suíços (R$ 75 mil) - atualizado para 19,5 mil francos suíços (R$ 54,8 mil) após cumprimento de despesas.
Apesar da extinção da sentença, não se trata de uma mudança de veredicto. Isso porque o mérito do caso não foi reavaliado pela Justiça da Suíça. Assim, é errado afirmar que Cuca foi inocentado. Com a anulação de sentença e prescrição do processo, não poderá haver novo julgamento.
Cuca recebeu propostas no ano passado, mas recusou porque, segundo o próprio técnico justificou à época, seu foco estava em provar que era inocente. Com o caso encerrado, ainda que o profissional não tenha sido inocentado, aumentam as chances de ele assumir algum clube em 2024.
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