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Marcos Braz diz que notícia de esquema de corrupção 'causa estranheza'

Marcos Braz diz que notícia de esquema de corrupção 'causa estranheza'

Um inquérito foi aberto no início deste mês no Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar o caso, que tem indícios de corrupção passiva e lavagem de dinheiro

Publicado em 28 de maio de 2024 às 13:28

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Marcos Braz, vice-presidente de futebol do Flamengo
Marcos Braz, vice-presidente de futebol do Flamengo. (Marcelo Cortes)

Marcos Braz, vice-presidente de Futebol do Flamengo, se pronunciou na manhã desta terça-feira (28), através de nota, sobre as investigações em suposto esquema de desvio de dinheiro de projetos de esportes da Prefeitura do Rio de Janeiro, quando era da Secretaria Municipal de Esportes. O dirigente rubro-negro comandou a pasta entre janeiro de 2015 e março de 2016. O caso também envolve o senador Romário (PL), e as acusações contra eles partiram de uma delação premiada.

"O senhor Marcos Braz foi secretário pelo período de 16 meses, entre os anos de 2015 e 2016, ou seja, há quase nove anos. Causa estranheza que estes fatos, levados ao conhecimento dos órgãos de imprensa, de uma delação que supostamente foi feita em 2019, já passados cinco anos, sejam noticiados só agora, em pleno período pré-eleitoral, que se nega veementemente a própria existência destes fatos. Como uma pessoa pública e altamente exposta, encontra-se à disposição das autoridades, sendo de seu total interesse que os fatos sejam esclarecidos com a maior brevidade possível. A defesa buscará ter acesso ao suposto procedimento investigatório", afirma nota enviada pela assessoria do Flamengo.

Entenda o Caso

Um inquérito foi aberto no início deste mês no STF (Supremo Tribunal Federal) para investigar o caso, que tem indícios de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Sob sigilo, o inquérito tem relatoria do ministro Kassio Nunes Marques. A base para as investigações é um anexo da delação premiada do empresário Marcus Vinícius Azevedo da Silva. Ele chegou a ser preso em 2019, acusado de participar do desvio de recursos de projetos sociais do governo e da Prefeitura do RJ.

No ano seguinte, assinou com a PGR (Procuradoria-Geral da República) um acordo de delação premiada, cujos termos e conteúdo estão em sigilo. Logo em seguida, Marcus Vinícius passou a responder ao processo em liberdade. Braz pegava dinheiro em ONG, diz delator. Segundo Marcus Vinícius, o vereador era o responsável pelo recolhimento de valores desviados no esquema que envolveu uma ONG para "favorecimento ilícito de Romário". A reportagem não teve acesso a detalhes sobre como se dava o repasse.

Esquema na Secretaria Municipal de Esportes do Rio. O delator afirmou que os pagamentos ocorreram durante a passagem de Braz pelo comando da pasta, cargo para o qual foi indicado por Romário e onde permaneceu entre janeiro de 2015 e março de 2016. Contratos com ONG são investigados. O MPF pediu informações à Prefeitura do Rio sobre contratos assinados por Braz com o Cebrac (Centro Brasileiro de Ações Sociais para Cidadania), no valor total de R$ 13 milhões, para a gestão de vilas olímpicas (espaços para prática de esportes).

"Superdimensionamento" de serviços. Segundo o delator, o dinheiro desviado veio da ONG, que recebeu recursos por meio de contratos com a secretaria de Esportes. Os desvios se dariam a partir do pagamento de valores superiores aos serviços efetivamente prestados. À reportagem disse, por meio de nota de sua assessoria de imprensa, que a delação "possui narrativa vaga e imprecisa" (veja a íntegra da nota ao final da reportagem). O senador Romário não responde pelas ações do secretário [Braz] no exercício de suas funções. Ele reafirma sua confiança na Justiça e no inquestionável arquivamento da investigação.

Assessoria de imprensa de Romário

A reportagem não teve acesso a provas apresentadas por Marcus Vinícius que estão sob sigilo e em apuração da PF e do MPF. Para sustentar as informações, o delator deu acesso aos investigadores a anotações, computador e celular. Se constatado que mentiu, Marcus Vinícius está sujeito à rescisão do acordo e a pena de até quatro anos de prisão. Procurada, a defesa do delator não quis se pronunciar.

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