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Mulher que acusa Daniel Alves de estupro temeu não ser levada a sério

Mulher que acusa Daniel Alves de estupro temeu não ser levada a sério

Trechos da conversa dela com o policial que a atendeu minutos após o episódio foram divulgados pelo jornal La Vanguardia e revelam receio da jovem

Publicado em 11 de maio de 2023 às 17:02

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Preso desde a última sexta-feira, Daniel Alves não tem direito a fiança na Espanha
Ex-jogador da seleção brasileira está preso preventivamente desde 20 de janeiro, na Espanha. (Reprodução / Instagram)

A jovem de 23 anos que acusa Daniel Alves de agressão sexual teve medo de não ter a sua denúncia contra o brasileiro levada a sério pelas autoridades. O receio da mulher pôde ser constatado no áudio da câmera do policial que a atendeu minutos após o episódio. Trechos da conversa foram divulgados nesta quinta-feira pelo jornal La Vanguardia. O caso aconteceu no dia 31 de dezembro, na casa noturna Sutton, em Barcelona. O ex-jogador da seleção brasileira está preso preventivamente desde 20 de janeiro, na Espanha.

Segundo a publicação, o policial não sabia que a câmera da sua roupa estava ligada. Ele foi ao local após ser acionado pelos donos da casa noturna. A gravação mostra a jovem chorando sem parar e contando, ainda em choque, detalhes do que teria ocorrido na área VIP da casa. A vítima explica que entrou voluntariamente no banheiro onde estava Daniel Alves e que trocou alguns beijos com o jogador antes de ele mostrar um lado violento. A jovem conta que tentou deixar o banheiro, mas o brasileiro a trancou no local.

No boletim de ocorrência que inclui a transcrição dessas imagens, consta que nesse momento a vítima começou a chorar e interrompeu a história. De acordo com a transcrição publicada pelo La Vanguardia, a jovem acalmou-se e continuou a história, assegurando que continuaram a beijar-se, mas que o homem começou a dizer-lhe coisas muito desagradáveis como: "você é a minha p******" e bateu-lhe várias vezes. Nesse momento, a mulher interrompeu a história novamente chorando "inconsolavelmente", mas conseguiu verbalizar que o homem jogou sua bolsa no chão e ela o agarrou pelo vestido.

Durante a conversa com o policial, a mulher ameaçou diversas vezes não continuar com o relato e disse repetidamente que gostaria de ir para casa. Na transcrição, uma outra voz feminina surge neste momento, identificada com sendo de uma das duas companheiras da vítima, que avisa ao policial que houve penetração. O policial consegue acalmar a jovem e chama uma ambulância. Ela insiste em deixar o local e afirma não querer que as pessoas saibam o que aconteceu. "Ninguém vai acreditar em mim porque vão ver pelas câmeras que eu entrei voluntariamente no banheiro", disse.

A transcrição dos áudios divulgados nesta quinta-feira vão ao encontro do depoimento da jovem às autoridades cerca de duas semanas depois, com exceção do fato de a jovem assegurado ter-se sentido intimidada durante os minutos em que partilhou a mesa com o jogador. Apesar da incongruência, a juíza Maria Concepción Cantón Martín viu motivos suficientes para determinar a prisão do atleta, como as diferentes versões no depoimento do brasileiro. Um exame posterior apontou vestígios de sêmen tanto internamente quanto no vestido da vítima.

A Justiça espanhola negou, na terça-feira, um novo pedido de soltura do lateral Daniel Alves. Foi a segunda vez que o brasileiro teve o pedido de liberdade recusado. Além do risco de fuga alegado, a magistrada afirma que os depoimentos da vítima contrastam com as do jogador, uma vez que são "firmes, contundentes, verossímeis, coerentes e persistentes". A defesa do atleta, no entanto, conseguiu em uma instância superior a autorização para uma avaliação psicológica da jovem.

Daniel Alves, que completou 40 anos recentemente, está preso no Centro Penitenciário Brians 2, na Espanha. Ao longo do período em que esteve na prisão, o brasileiro viu a sua mulher, a modelo e empresária Joana Sanz, pedir o divórcio. A imprensa espanhola relata que o atleta é alvo de intimidações de outros presos e dificilmente sai de sua cela. O atleta teria ainda se tornado pivô de um esquema de vendas de camisas do Barcelona autografadas por ele em troca de cigarros.

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