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ONGs pedem multa de R$ 1 milhão à CBF por episódio com gato na Copa

ONGs pedem multa de R$ 1 milhão à CBF por episódio com gato na Copa

Ação cobra punição à confederação pela forma como assessor retirou gato da bancada durante entrevista coletiva de Vinícius Jr.

Publicado em 11 de dezembro de 2022 às 17:12

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SÃO PAULO - Um grupo de Organizações Não Governamentais (ONGs) de proteção animal e o Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal (Fórum Animal) ajuizaram uma ação cobrando retratação pública e pagamento de multa de R$ 1 milhão por parte da CBF por causa da forma como Vinicius Rodrigues, assessor da entidade, retirou um gato da bancada enquanto o atacante Vinicius Junior concedia entrevista coletiva durante a Copa do Mundo do Catar.

Segundo os reclamantes, o assessor "retirou o animal de forma violenta e o arremessou ao chão". O episódio aconteceu no último dia 7, antes de a Seleção Brasileira ser derrotada pela Croácia nas quartas de final e dar adeus ao Mundial.

Assessor da CBF retira gato durante coletiva de Vinicius Jr., da Seleção Brasileira, na Copa do Mundo do Catar
Assessor da CBF retira gato durante coletiva de Vinicius Jr., da Seleção Brasileira, na Copa do Mundo do Catar. (Reprodução de vídeo)

O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP) afirmou para a reportagem que viu um trato comum do assessor da CBF com o animal. No entanto, a reportagem conversou com Ana Paula de Vasconcelos, diretora jurídica do Fórum Animal, que garantiu que outros profissionais apontaram manejo indevido com o gato.

"Todas as questões de direitos dos animais, eu fico muito atenta e, de alguma forma, tento entender o contexto e vejo o que podemos melhorar na relação entre humano e animal. A CRMV-SP disse que não houve maus tratos, mas eu discordo do ponto de vista jurídico e do veterinário. Ouvi vários veterinários e eles afirmaram que há, sim, um manejo indevido com o animal por conta das terminações nervosas, que não foi da forma adequada", afirmou.

Além da retratação pública e do valor em dinheiro, Ana solicitou na ação que todos os profissionais da CBF passem por um curso ambiental e animal para que esse tipo de episódio não aconteça mais.

A advogada alega que a ação tem recebido críticas de algumas pessoas por julgarem que é uma forma de ganhar dinheiro fácil. Mas Ana explica que se a CBF tiver de pagar a indenização, as ONGs e o Fórum Animal não receberão o dinheiro.

"Queremos deixar claro que já ouvimos críticas sobre estarmos querendo dinheiro. É uma inverdade e uma ignorância de quem fala isso. Caso haja a condenação contra a CBF, esse dinheiro não virá para as ONGs. Vai para um fundo que visa o bem da coletividade, que apoia o meio ambiente, por exemplo. Ele será gerido pelo Ministério Público, e não por nós", disse.

A repercussão do caso foi negativa nas redes sociais e gerou debates. Ana aponta falta de respeito de Vinicius Rodrigues com o animal, e acredita que a CBF já deveria ter se posicionado de forma natural por influenciar tantas pessoas.

"Seria muito melhor se ele tivesse dado um exemplo positivo ou tratasse o gato com mais respeito. Aquilo foi um reflexo da sociedade atual, precisamos passar isso para todo mundo. Se ele faz isso na frente de todas as câmeras, imagina o que pode fazer por trás delas. Vai além de ser adequado ou não, é o trato. A CBF influencia tanta gente, tantos jovens e adolescentes, que (eles) poderiam dar um exemplo positivo", concluiu.

As ONGs e o Fórum Animal aguardam a avaliação do pedido de antecipação de tutela por um juiz -que pode ou não dar sequência à ação. Somente depois disso, a CBF teria de apresentar sua defesa.

O UOL Esporte entrou em contato com a CBF, que alegou não ter conhecimento do assunto.

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