Com a deflagração da Operação Penalidade Máxima II, promovida pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) para investigar a manipulação de resultados no futebol brasileiro, o nome de uma mulher também foi citado entre os diversos homens apontados pela acusação.
Camila Silva da Motta é a parceira de Bruno Lopez, apontado como líder da quadrilha que aliciava jogadores para a manipulação dos jogos. A jovem era responsável pelas movimentações financeiras do grupo: recebia o dinheiro dos financiadores e fazia o pagamento aos atletas aliciados.
Na última semana, o Fantástico, da Rede Globo, teve acesso a áudios da mulher, que afirmava não ser um dos alvos da operação do MP-GO.
Mas a investigação mostra totalmente o contrário. De acordo com Fernando Cesconetto, um dos promotores de justiça responsáveis pelo caso, ela foi denunciada pelo Ministério Público. “Há outras partidas a serem analisadas. Ainda há farto material probatório de conversas nos celulares que estão sendo periciados”, afirmou Fernando.
No último ano, Camila movimentou mais de R$ 2 milhões em nove meses. O montante seria utilizado para viagens e para a compra de um carro importado. Tudo exposto nas redes sociais.
Com o aliciamento dos jogadores, Bruno e Camila faturavam a cada rodada do Campeonato Brasileiro, em jogos de 2022. Na 25ª rodada do Brasileirão do último ano, o grupo faturou mais de R$ 700 mil.
Na ocasião, a meta era que cinco jogadores recebessem um cartão amarelo: Alef Manga e Diego Porfírio, do Coritiba, que enfrentava o América Mineiro; Vitor Mendes, do Juventude, na partida contra o Avaí; Nino Paraíba, do Ceará, que jogava contra o Flamengo; e Bryan Garcia, do Athletico Paranaense.
Para que os jogadores sejam aliciados, um valor é ofertado antes das partidas. E nem sempre o dinheiro sai diretamente do bolso dos líderes da quadrilha. Um dos apontados é William de Oliveira Souza, conhecido como William McLaren entre os apostadores.
De acordo com a investigação, ele fazia empréstimos a Bruno Lopez, mas negou ter conhecimento sobre a manipulação dos jogos. Porém, em um áudio divulgado pelo MP-GO, William se oferecia para criar 100 contas em sites de apostas.
Para a promotora do caso, ele disse que isso seria um “modo de falar” para que pudesse cobrar o pagamento. O suspeito de financiar o esquema ilegal também foi questionado sobre sua relação com Camila, a mulher e parceira de Bruno nas fraudes, e confirmou que havia sido no nome dela o depósito da quantia pedida por Bruno.
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