A seleção brasileira usará um uniforme todo preto no amistoso contra Guiné, dia 17 de junho, em Barcelona. A medida inédita faz parte da campanha contra o racismo amplificada pela discriminação e ofensas direcionadas a Vini Jr.
O Brasil usará o uniforme preto (camisa, calção e meião) ao longo do primeiro tempo do amistoso. No segundo tempo, voltará com a camisa tradicional, amarela.
O uniforme preto é um jeito de marcar posição contra o racismo, indo além de levar faixas ou usar uma camisa apenas na entrada em campo —estratégias que já foram adotadas em outras situações.
O UOL apurou que os jogadores de linha vestirão um modelo da Nike feito inicialmente para os goleiros, já da atual coleção. Imagens foram da camisa obtidas com exclusividade.
Recorrer ao uniforme de goleiro foi o meio mais viável, já que não daria tempo para Nike e CBF desenvolverem uma camisa específica para a ação. Como camisas de goleiro são mais raras, foi necessário adaptar/cortar modelos de manga comprida para aumentar o enxoval da seleção.
Depois de usadas pelos jogadores, as camisas serão enviadas pela CBF a autoridades da política e do esporte, como os presidentes de Fifa, Uefa e Conmebol, além do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e a ministra da Igualdade Racial, Aniele Franco.
Os jogadores assinarão uma das camisas e ela será leiloada para que o dinheiro seja revertido para causas antirracistas. Uma outra camisa autografada irá para o museu da CBF, no Rio.
A CBF manteve o amistoso em solo espanhol, mesmo após a onda de ofensas raciais a Vini Jr. O caso mais recente, que gerou a mobilização atual, foi na partida do Real Madrid contra o Valencia. A bola rola às 16h30 (de Brasília).
A entidade consultou o próprio jogador sobre a manutenção do jogo, que já estava sendo negociado antes para ser na Espanha.
Além da Guiné, o Brasil enfrentará na próxima data Fifa a seleção de Senegal, dia 20, em Lisboa.
O técnico da seleção brasileira nas duas partidas será Ramon Menezes, que voltou no começo da semana ao Brasil após eliminação da seleção sub-20 do Mundial, perdendo nas quartas de final para Israel, na prorrogação.
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