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Seleção leva 30kg de farinha para a Copa, mas Catar barra carne de porco

Seleção leva 30kg de farinha para a Copa, mas Catar barra carne de porco

Regras do país do Oriente Médio impedem o consumo de bebidas alcoólicas e carne suína, em função da doutrina do islamismo

Publicado em 11 de novembro de 2022 às 15:30

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  • Igor Siqueira

RIO DE JANEIRO - Cardápio de Copa do Mundo é coisa séria. E o que não pode faltar nos mantimentos para a cozinha da Seleção Brasileira? Bem, a farinha de mandioca é tratada com tanto carinho que será um dos poucos itens levados do Brasil para o Catar. Serão 30 quilos para serem usados pelo chefe Jaime Maciel ao longo do Mundial.

A farinha de mandioca é apenas uma pequena parcela das 5,5 toneladas de bagagem que a delegação brasileira levará para a Copa. O aparato vai para a Itália neste sábado (12), junto com parte da delegação que irá atuar na preparação em Turim, antes da chegada ao Catar.

Chef Jaime Maciel serve bolo ao técnico Tite
Chef Jaime Maciel serve bolo no aniversário do técnico Tite, na concentração da Seleção Brasileira. (Lucas Figueiredo / CBF)

A base da alimentação não vai ser farofa, obviamente, mas é que esse elemento da culinária brasileira foi um dos poucos não garantidos pelo hotel no qual a delegação ficará hospedada, em Doha.

Nas viagens que antecederam a Copa, o setor de logística da Seleção conversou com a administração do local, enviou o cardápio com antecedência e verificou quais mantimentos seriam fornecidos com facilidade no Catar. A maioria da demanda será suprida por lá mesmo. Outros itens menores para a cozinha serão levados do Brasil, como temperos.

"Catar é um país que importa a maioria dos produtos que consome", cita o administrador da Seleção, Hamilton Correia.

Mas a Seleção não pode levar o que bem entender. As regras do Catar impedem o transporte de bebidas alcoólicas e carne de porco. Esses dois vetos estão relacionados à doutrina do islamismo. Inclusive, Tite vai ter que pagar um preço "salgado" se quiser beber caipirinha em caso de título.

O cardápio da Seleção é pensado para cinco refeições: café da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia. Nele não costuma haver muita carne de porco. Há opções de proteína em todos os almoços/jantares e elas abrangem frango, peixe e carne bovina.

O porco só costuma aparecer quando tem churrasco. Durante a campanha da Copa 2018, a brasa só funcionou durante o período de treinos em Londres. No Catar, se acontecer, o leque de opções terá um desfalque.

O cardápio da Seleção Brasileira é montado pela médica nutróloga Andréia Picanço — a única mulher da delegação de 74 pessoas, inclusive. É preciso pensar em quem tem algum tipo de restrição alimentar. A execução fica por conta do chefe Jaime Maciel, que está na Seleção desde 1995 e nas últimas convocações ganhou a companhia do auxiliar de cozinha José Aparecido.

A comissão técnica e a bagagem do Brasil vão neste sábado (12), em voo fretado, rumo a Turim, na Itália, onde a Seleção fará seis dias de preparação antes de desembarcar em Doha. As instalações usadas serão hotel e CT da Juventus.

Bagagem da Seleção

São equipamentos de fisioterapia, massagem, remédios, aparelhos para treinos e, sobretudo, roupas. Até os ternos feitos sob medida por Ricardo Almeida entram nisso.

O material da Seleção será dividido em 300 volumes — baús que precisam pesar até 32 kg cada, conforme as regras internacionais de aviação. As caixas medem 3m³ e precisam ser transportáveis no aeroporto, já que o processo de embarque e desembarque, passagem na alfândega e transporte antes da entrada no avião tem mãos humanas como ponto de partida.

O material da Seleção sairá de caminhão da Granja Comary, em Teresópolis (RJ), rumo ao aeroporto Galeão, no Rio. O armazenamento do equipamento é centralizado no CT da Seleção. Em viagens, há kits padrão para todas as seleções. Médicos, fisioterapeutas e massagistas já sabem o que têm à disposição.

Na volta, é feito um relatório de tudo o que foi gasto. Como parte desse controle, a delegação sabe exatamente o que está em cada um dos baús e costuma espalhar os itens para evitar que o extravio comprometa alguma atividade. O voo fretado para a Copa afasta a preocupação de perda de malas. O cálculo é que, dos 300 volumes, algo entre 200 e 220 sejam ocupados pela rouparia.

A bagagem é uma preocupação constante. A cada treino é preciso pensar na logística, alocando o material em caminhões que levarão os equipamentos do hotel ao estádio. Mas depois da campanha no Catar, ninguém vai se incomodar se a bagagem da Seleção tiver um certo objeto de ouro, que pesa cerca de 6 kg: a taça da Copa do Mundo.

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