Cristiano Ronaldo, 37, iniciou a Copa do Mundo no Catar em uma condição inédita em sua vitoriosa carreira: desempregado.
A situação do capitão da seleção portuguesa parece algo impensável em se tratando de um jogador cinco vezes eleito o melhor do mundo, maior artilheiro da Champions League (140 gols) e o que mais fez gols na história por uma equipe nacional masculina (118).
Mas foi ele mesmo que forçou isso. Às vésperas do Mundial, uma entrevista polêmica dele, com fortes críticas ao Manchester United, levou o clube a buscar a rescisão de seu contrato. Para não exigir nenhuma compensação financeira antes de liberar o atleta para outro clube, o time inglês impôs a condição que a agremiação interessada em contar com ele assuma o restante dos valores salariais previstos no contrato do atacante, até junho de 2023.
O português é dono do maior salário entre os jogadores da Premier League. Na Inglaterra, os clubes pagam seus atletas por semana, e o camisa 7 recebe 515 mil libras esterlinas (R$ 3,27 milhões) a cada sete dias, ou seja, R$ 13 milhões por mês ou R$ 156 milhões por ano.
O valor inibe mesmo algumas das principais equipes do futebol europeu. Na última janela de transferência, quando já sabia que o United não disputaria a Champions League e estava disposto a buscar um novo clube, Cristiano Ronaldo teve seu nome especulado no Chelsea, no Borussia Dortmund, no Bayern de Munique, no Olympique, no Sporting e até no Barcelona - maior rival do Real Madrid, onde ele é ídolo -, mas nenhum deles avançou com uma proposta.
A idade também é um fator que pesa contra o jogador. Apesar de continuar acumulando marcas importantes, como ter se tornado no Catar o primeiro jogador a marcar em cinco edições diferentes de Copas do Mundo, ele vai completar 38 anos em 5 de fevereiro.
Por isso, os mais recentes clubes que tiveram seu nome de alguma forma especulado como possível destino do craque são de mercados alternativos ou com alguma ligação com eles. O CEO da A-League, liga de futebol da Austrália, Danny Townsend, foi um dos que manifestaram interesse em contar com o jogador no campeonato.
"Com certeza nós temos interesse em trazê-lo para a Austrália. Obviamente, é um tiro longo mas nós temos uma proposta para ser considerada. Estamos conversando e vamos ver o que vai acontecer", afirmou o dirigente à rádio australiana SportFM.
O jornal espanhol Marca, no entanto, afirmou recentemente que as propostas que mais teriam interessado ao jogador seriam do Al-Nassr, da Arábia Saudita, e do Newcastle, da Inglaterra.
Curiosamente, o time inglês também tem vínculo com o dinheiro vindo dos sauditas, pois foi comprado, em setembro de 2021, pelo fundo soberano controlado pela família real da Arábia Saudita por R$ 2,2 bilhões à época. Dinheiro, portanto, não seria um problema para essas duas equipes. Mas cada escolha tem um cenário bastante distinto: continuar na Inglaterra ou experimentar um futebol alternativo.
Cristiano Ronaldo se notabilizou ao longo de sua carreira por ser um jogador extremamente competitivo, movido por desafios. Não seria surpresa se ele optasse por um clube com mais tradição no futebol do que por receber um salário mais volumoso.
Depois de criar um certo tumulto na seleção portuguesa antes do início da Copa, no entanto, ele possivelmente deixará essa decisão para depois do Mundial. Neste momento, o maior objetivo dele é conquistar o título inédito. Tanto que chegou a dizer uma frase inesperada ao ser questionado sobre seu futuro caso vença a Copa do Mundo. "Sim. Aposentado. 100%."
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