SÃO PAULO, SP - Primeiro treinador a permanecer no cargo de técnico da Seleção Brasileira depois de perder uma Copa, Tite, 61, com a eliminação diante da Croácia no Qatar, igualou-se a Mario Zagallo, 91, e a Telê Santana (1931-2006).
Os três têm no currículo duas derrotas em Copas do Mundo. Tite, na de 2018 e na de 2022; Telê, nas de 1982 e 1986; Zagallo, nas de 1974 e 1998.
Zagallo, entretanto, triunfou na Copa de 1970, como treinador, ao comandar um escrete com Pelé, Jairzinho, Tostão, Gerson e companhia; e também como coordenador técnico, no Mundial de 1994, nos EUA.
Além disso, como ponta-esquerda, Zagallo sagrou-se campeão do mundo nas Copas de 1958, na Suécia, e de 1962, no Chile.
Telê, diferentemente de Tite, não ficou na função depois da queda ante a Itália na Copa da Espanha-1982. Voltou, entretanto, para classificar o Brasil para a Copa do México, na qual a seleção, como desta vez, perdeu nas quartas de final e nos pênaltis, para a França.
Em seu currículo, Tite terá, além dos reveses em duas Copas do Mundo, a derrota para a Argentina na final da Copa América do ano passado, em pleno Maracanã, resultado que encerrou um jejum de 28 anos dos argentinos sem títulos com a seleção principal.
Foram derrotas marcantes, porém o treinador, que confirmou sua saída da seleção e deve tirar um período sabático antes de voltar às atividades profissionais, conquistou um título, o da Copa América de 2019, quando, também no Maracanã, o Brasil derrotou o Peru.
"Derrota dolorida, porém em paz comigo mesmo. Fim de ciclo", disse, em entrevista coletiva após o jogo no estádio Cidade da Educação em Al Rayyan, próximo à Doha, capital do país.
Tite registrou como treinador da Seleção, desde sua estreia com um 3 a 0, em jogo pelas Eliminatórias da Copa de 2018, contra o Equador, no dia 1º de setembro de 2016, até o empate -com derrota nos pênaltis- deste 9 de dezembro de 2022, 60 vitórias, 15 empates e 6 derrotas.
Um ótimo aproveitamento de 74% de vitórias, porém insuficiente para conquistar uma Copa do Mundo.
Com a saída de Tite, que já estava definida independentemente de o Brasil ser bem-sucedido no Mundial qatariano, começam as especulações sobre o substituto.
Circulam os nomes de Mano Menezes, treinador do Internacional que já teve passagem pela Seleção (de 2010 a 2012), Dorival Júnior, técnico campeão com o Flamengo da Libertadores deste ano, Pep Guardiola, espanhol que dirige o Manchester City, e Abel Ferreira, português à frente do Palmeiras.
A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) não deu data para a definição do novo técnico da Seleção.
Ednaldo Rodrigues, presidente da entidade, não é muito afeito à possibilidade de colocar um estrangeiro à frente da seleção brasileira. Mas pode ser o jeito.
No momento, Ednaldo não tem ideia de quem vai colocar no lugar do técnico que comandou o país nas Copas de 2018 e 2022. Ele não vê entre os brasileiros muitas opções que considere à altura do cargo. Por isso pode abrir espaço para um estrangeiro.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta