O jogo do Flamengo contra o São Paulo serviu como termômetro da relação entre a torcida e os jogadores rubro-negros, após a eliminação da Libertadores. A arquibancada elegeu alguns alvos para vaias e críticas, mas decidiu abraçar o atacante Pedro.
O fato de Pedro ter anotado o gol que evitou a derrota, já na reta final do jogo, foi marcado da troca de carinho entre o centroavante e a torcida do Flamengo.
Mas essa troca de afagos começou antes, a partir do momento em que o atacante, novamente começando na reserva, chegou ao banco. A "Fla-Mureta", como é apelidada a turma que fica nos assentos mais próximos ao gramado, já tinha ovacionado o jogador.
O comportamento da torcida ao longo do confronto deixou clara a insatisfação com membros da diretoria, comissão técnica e o time, em geral. E a arquibancada deu sinais sobre quem estava com crédito ou na berlinda quando veio a oportunidade de reagir individualmente a algum jogador.
O presidente Rodolfo Landim, o vice de futebol Marcos Braz, o técnico Jorge Sampaoli e, em menor escala, o volante Thiago Maia. Mas a torcida, em geral, não fez festa também para quem foi escalado na linha de defesa.
Por outro lado, Gabigol, Arrascaeta e Bruno Henrique foram muito festejados antes do jogo. A saída do uruguaio no intervalo motivou os gritos de "burro" direcionados a Sampaoli.
Mas a entrada de Pedro no lugar de Gabigol gerou euforia. Pedro, quando fez o gol de pênalti, retribuiu com a tradicional reverência. Antes de se curvar, o atacante fez um sinal com o dedo de que estava dirigindo-se a todo o estádio quando se curvou.
O carinho da torcida do Flamengo mostra como Pedro saiu ileso diante da crise gerada pela eliminação na Libertadores. Até porque ele não jogou nas duas partidas diante do Olimpia. Na primeira, porque estava suspenso pelo próprio Fla após ter faltado um dia de treino depois de levar soco do agora ex-preparador físico Pablo Fernández.
Na segunda - a que gerou mais bronca do torcedor -, Pedro não jogou por opção da comissão técnica de Sampaoli, mesmo com o Flamengo precisando de um gol no jogo em solo paraguaio para sobreviver na Libertadores. E o Fla "morreu" com uma substituição por fazer.
Tanto o técnico Jorge Sampaoli quanto o vice de futebol Marcos Braz negaram que o time tenha má relação com a comissão técnica atual.
O tom da cobrança ficou explícito assim que as arquibancadas começaram a encher. Os primeiros gritos reforçaram: "Queremos respeito e comprometimento". Não demorou até aparecer o primeiro "vergonha, vergonha, vergonha, time sem vergonha".
O cenário ficou mais tenso quando o São Paulo largou na frente. O calor que o Fla deu no tricolor nos instantes finais do jogo, gerando o empate, foi um hiato de incentivo mais intenso por parte do Maracanã. Mas as vaias voltaram quando o árbitro terminou o jogo.
Mais do que uma reação no Brasileirão, os rubro-negros esperam a classificação do Flamengo para a final da Copa do Brasil. O jogo de volta contra o Grêmio, quarta-feira (16), é o próximo encontro entre time e torcida. No que depender do nível de carinho, mesmo em meio à decepção, o setor ofensivo tem razões para se motivar ainda mais.
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