No imaginário popular, todo grande jogador de futebol enriquece enquanto atua como atleta. Mas, na maioria dos casos, a fortuna acumulada durante a carreira profissional não fica sob uma consciente gestão financeira, o que acarreta em uma má administração e não permite que ex-jogadores mantenham o mesmo padrão de vida do que já tiveram.
William Machado, zagueiro que jogou na Desportiva Ferroviária no ano de 1998, último grande ano da Locomotiva em Campeonato Brasileiro, é um exemplo de boa administração e gestão financeira depois da aposentadoria do esporte. Aos 48 anos, ele agora atua como assessor de investimentos e é sócio de uma empresa que gere mais de R$ 70 bilhões de 50 mil clientes espalhados pelo Brasil e pelo mundo.
A aproximação com o mercado financeiro se deu ainda durante a carreira de jogador. William, que também teve passagens pelo Cruzeiro, Grêmio e Corinthians, cursava a faculdade de Ciências Contábeis paralelamente à vida nos gramados e, depois da aposentadoria e experiências como gerente de futebol do Santos, o ex-atleta passou a seguir a carreira de assessor financeiro.
"Quando comecei a ganhar um pouco mais de dinheiro, me vi ali no momento de como vou investir, e eu não tinha muito conhecimento e não tinha quem me auxiliasse, mas queria o melhor para potencializar o meu patrimônio. E o que fiz foi ser bastante conservador e estudar durante a minha carreira, principalmente no Corinthians. Tive a oportunidade de conhecer muita gente do mercado financeiro em São Paulo, e isso me abriu os olhos para várias coisas", disse William em entrevista ao GE.Globo.
A empresa em ele é sócio, a Fami Capital, se tornou uma das maiores do segmento no país, contando com 13 unidades no Brasil, além de uma filial em Miami, nos Estados Unidos. A companhia conta com mais de 600 colaboradores ajudando ex-jogadores, famosos a qualquer pessoa que busque fazer investimentos. É a partir da experiência no futebol que William tenta ajudar os colegas de profissão a gerir o próprio dinheiro.
William fez parte do elenco que do último grande ano da Tiva em Campeonato Brasileiro, na disputa da Série B de 1998, quando o time capixaba teve uma campanha histórica, chegou ao quadrangular final e ficou a apenas um empate do tão sonhado acesso à Elite.
A segunda divisão daquele ano contou com 24 time, que foram distribuídos em quatro grupos com seis equipes em cada, e os quatro primeiros colocados de cada chave se classificavam para a fase seguinte. A Desportiva caiu no Grupo A, ao lado do Atlético-GO, Londrina, Náutico, Remo e União São João-SP, e se classificou em segundo, com 16 pontos, sendo cinco vitórias, um empate e quatro derrotas, tendo a segunda melhor defesa do grupo, tendo sofrido 10 gols em 10 jogos.
Na segunda fase, a Tiva enfrentou a Tuna-Luso, do Pará, e aplicou um placar agregado histórico de 6 a 2. Foi um empate em 1 a 1 no primeiro jogo; uma vitória por 2 a 0 no segundo; e mais um triunfo por 3 a 1 na terceira partida. Com a classificação, a Locomotiva chegou na terceira fase, onde jogaria mais uma etapa de pontos corridos, agora no Grupo M, que contava com outras quatro equipes: Gama, Criciúma e XV de Piracicaba.
Mais um vez, a Desportiva passou em segundo, com 9 pontos em 18 disputados. Foram 3 vitórias e 3 derrotas que levaram à equipe grená ao quadrangular que poderia garantir o acesso à Série A de 1999. Já na fase final, o grupo era formado por Gama, Botafogo-SP e Londrina e, infelizmente, a Locomotiva ficou em terceiro. No confronto direto pela segunda vaga com o time de Ribeirão Preto na última rodada, os capixabas sofreram um goleada de 5 a 1, e não carimbaram o passaporte para a elite do futebol brasileiro.
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