O mercado de aluguel tem passado por mudanças importantes, que têm dado uma nova configuração, tanto no processo de locar quanto de deixar disponível um imóvel para locação. A tecnologia tem sido uma das grandes aliadas para promover uma experiência satisfatória a inquilinos e possibilidades de rentabilidade maior aos proprietários.
Isso vem influenciando também a formatação de novos empreendimentos voltados para essa função de locação, conforme explica o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis da 13ª Região (Creci-ES), Aurélio Capua Dallapicula. “No mercado de locações a tendência é que haja uma evolução na construção de empreendimentos com novos conceitos para os investidores que desejam disponibilizar seus imóveis para hospedagens diárias”, destaca.
Um exemplo disso é o aplicativo Housi, empresa nacional que trabalha com assinatura de imóvel. Nessa modalidade, todo o processo é feito de forma digital, onde a empresa cuida de todos os trâmites relacionados à locação da unidade, inclusive, manutenção e a oferta de serviços extras para os locatários. Segundo dados da empresa, a rentabilidade de um imóvel alugado dessa forma fica em torno de 40% acima da locação tradicional.
Esse nicho tem atraído outros players para o mercado, inclusive de procedência capixaba, a exemplo do Pire, serviço de locação que trabalha com aluguel por temporadas mais curtas. A empresa trabalha desde o auxílio para mobiliar o imóvel da forma correta, até gestão de anúncios e pequenos reparos, conta o fundador da Pire, Diego Oliveira.
“A gente notou que as pessoas tinham dificuldade em fazer o anúncio, tirar boas fotos e escrever um texto atraente, e ainda há a preocupação em fazer a gestão de limpeza e manutenção no aluguel tradicional, que fica a cargo do proprietário. Decidimos, então, profissionalizar isso e começamos nos empreendimentos da Construtora De Castro, só que isso foi se ampliando até criarmos a Pire, que vem de Propriedade Imobiliária como Renda Extra”, conta.
Assim como outros aplicativos, a Pire também trabalha com robôs para precificação diária, melhorando a rentabilidade do aluguel, já que, por ser de curta temporada, fica sujeito às variações da época do ano e até mesmo dos dias da semana.
“Enquanto no aluguel tradicional, o valor é fixo o ano inteiro, no nosso caso, ele aumenta na alta temporada e há pouca inadimplência, porque o inquilino paga antes. E se o proprietário preferir, pode fechar a agenda para os dias em que desejar utilizar o imóvel, principalmente quem mora fora do Estado”, esclarece.
Atualmente, a empresa tem dois planos, em que cobra 15% ou 25% por locação, com serviços como gestão de limpeza, lavanderia, manutenção e até a energia do ar-condicionado. “Estamos tendo muitas solicitações de novos clientes, tanto que já estamos pensando em transformar em uma startup o negócio”, revela.
Mas não é só no campo digital que o aluguel tem se destacado. Segundo o vice-presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Espírito Santo (Ademi-ES), Gilmar Pereira Custódio, algumas novidades também chegaram para dinamizar o mercado e melhorar a experiência para ambos os lados.
Outro destaque é a criação e crescente adoção do Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (Ivar), desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas (FGV). Para Custódio, o índice representa um avanço, já que é um indicador específico do setor imobiliário, não estando mais atrelado a oscilações de preço ligadas a produtos de consumo, já que nem sempre refletia a realidade do setor.
“Ainda não existe Ivar para imóveis comerciais, mas é um nicho que precisa ter seu índice também. E, falando nisso, há uma modalidade de aluguel em imóveis comerciais chamada de ‘built to suit’, que é um contrato de locação a longo prazo, onde o proprietário realiza a obra de acordo com as necessidades do cliente”, aponta.
Nesse quesito, ele ainda destaca o surgimento de galpões logísticos, onde são locados os espaços para as empresas “sob a gestão de um locador com a estrutura de gestão”.
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