A empresária Evellyn Cipriano, 43, optou por usar o cimento queimado no porcelanato ao reformar o prédio da importadora da qual é dona. Em busca de um ar mais moderno, ela viu no revestimento uma boa opção para mudar o ambiente e deixá-lo funcional. A decisão da proprietária não é um caso isolado, pois o material se tornou forte tendência e modernizou a técnica que já foi famosa nos anos 1980. A diferença, agora, é que a proposta assume sua apresentação mais versátil.
A mistura de argamassa, água e areia com uma finalização de cimento em pó por cima compõe o cimento queimado. Apesar de o material estar associado a um clima mais industrial pelo fato de ser originalmente cinza, o mercado abriu portas para diferentes versões de cores e pontos de aplicação.
Então, se a intenção é criar um ambiente de estilo diferente, como oboho chic, ou minimalista, nada impede a adesão. As modificações no produto com coloração em tons pastel ou cores quentes garantem essa possibilidade. Mas, se a ideia é fugir do cinza, a arquiteta de interiores Daniela Funari indica a aplicação de tons neutros para assegurar um espaço mais harmonioso.
A dica é reforçada quando o cimento queimado é colocado no chão e no teto. O revestimento passou a ser aplicado nessas superfícies, sendo objeto de interesse tanto em casas quanto em empresas por oferecer um visual mais inovador e decorativo. Porém, por se tratar de espaços muito visualizados, a pintura deve ser escolhida de forma criteriosa, aliada aos itens de decoração.
O cimento queimado no piso e no teto pode ser empregado em todas as áreas, porém tem sido preferência em cômodos mais íntimos. Quartos, banheiros e cozinhas são alguns deles. Por trazer a sensação de privacidade, é escolhido por quem quer investir em um visual incomum. Nos espaços para dormir, há a chance de explorar até outros nichos na decoração. “Já fiz até um quarto gamer. Fica um ambiente mais rústico, foi bem legal e divertido fazer”, observa Daniela.
Apesar de a opção ser bem atrativa, os interessados em ambientes aconchegantes devem estar atentos. Como é um produto frio, o cimento queimado pode não ser a escolha ideal para quem não gosta de um ar mais gelado. A arquiteta Nathalia Lorencini explicou que o solo pode estar gelado em certos momentos do dia, como o amanhecer, o que pode não ser agradável nem reconfortante para algumas pessoas.
É possível também modificar todo um ambiente, mas sem radicalizar na proposta. A bancada de cimento queimado é uma alternativa. Além de causar menos sujeira, a peça combina com diferentes adereços. Se colocada em uma cozinha em tom mais claro, por exemplo, dá para conciliar com azulejos mais coloridos e eletrodomésticos de inox e até revestir o móvel com outro material.
Outra opção é a aplicação nas colunas, pois a argamassa confere um toque de inovação. Vigas expostas, por exemplo, asseguram uma apresentação mais rústica. O uso em torno da churrasqueira ou em escadas também muda o ambiente sem grandes alterações de obras. As placas adesivas de cimento queimado entram na lista de substitutos do cimento. Os modelos metálicos são de fácil colocação na parede e atraem moradores que não querem bagunça.
Os interessados em menos trabalho, mas que desejam a superfície cimentada, contam ainda com o piso e o papel de parede que imitam o cimento queimado. "O efeito é muito fácil de se conseguir. É por isso que eu gosto bastante, é democrático. Você consegue acesso ao material para dar esse efeito sem o custo muito alto", ressaltou Daniela.
Ao limpar uma superfície de cimento queimado, é preciso cuidado e não usar produtos abrasivos, que prejudicam a textura e pode causar a remoção da tinta tinta se o cimento tiver recebido coloração. Nesse caso, água e sabão são uma boa pedida para evitar danos ao revestimento. Nas paredes de banheiros e nos lavabos, é necessário impermeabilizá-lo para fechar os poros e evitar absorção de água.
O cuidado é requerido também no momento de aplicação, principalmente no chão. Alguns pisos exigem nivelamento, e é preciso ficar atento a algum buraco no rejunte para que não fique desigual. A escolha da mão de obra qualificada também é importante, pois, mesmo não sendo fácil a aplicação, é preciso atenção. "Assim, evita-se que haja fissuras com o passar do tempo por meio da variação de temperatura", explicou Nathalia .
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