O banheiro é um dos ambientes que têm adquirido considerável destaque nos projetos arquitetônicos. Isso porque, ao longo dos anos, esse espaço teve um progresso significativo com a incorporação de novos hábitos e tecnologias. Assim, atualmente, é comum encontrar em uma residência mais de um banheiro, cada um com sua funcionalidade e característica.
Nesse sentido, os estudos sobre esse ambiente têm sido impulsionados, justamente a fim de tornar o seu projeto eficaz e prático para os moradores.
“Um banheiro funcional consiste em uma junção de fatores que vão desde a realização de layout eficiente, escolha de materiais adequados, boa iluminação, armazenamento suficiente dos itens essenciais, ventilação adequada e a segurança. São estes os elementos-chave para projetar um ambiente capaz de atender a necessidades práticas e, ao mesmo tempo, transmitir as sensações de acolhimento e bem-estar”,dizem os profissionais Eloy e Felipe Fichberg, do escritório Trees Arquitetura.
A seguir, os arquitetos listam as principais orientações que um projeto de um banheiro funcional deve considerar. Veja!
O primeiro segredo está na arquitetura funcional e inteligente que considera a disposição de todos os elementos, como a posição da bacia sanitária, chuveiro, banheira, bancada com cuba e qual tipo de cuba e armários. Segundo Eloy Fichberg, o objetivo é criar um fluxo eficiente que permita o acesso simplificado a cada elemento, evitando obstáculos desnecessários.
O próximo passo é a escolha dos revestimentos e acessórios certos. A priori, os materiais devem ser resistentes à umidade e fáceis de limpar. “Azulejos cerâmicos, porcelanatos e pastilhas são opções comuns para as áreas molhadas do banheiro, enquanto superfícies como mármore ou granito podem ser especificadas para adicionar um toque de elegância. Os revestimentos de piso também devem ser antiderrapantes, visando à segurança dos usuários”, sintetiza Felipe Fichberg, que lista as opções mais adotadas nos projetos:
Um banheiro funcional requer uma luz adequada que garanta uma visibilidade ideal para a realização de tarefas diárias como a higiene pessoal, os cuidados com a pele, a maquiagem e a barba. Em razão dessas situações, os arquitetos do escritório Trees Arquitetura indicam que o projeto luminotécnico inclua duas tipologias de luz: a geral e a direcionada.
A geral abrange a área total e é alcançada por meio de luminárias de teto e luminárias embutidas para melhor combinação de luz natural e artificial. Por sua vez, a direcionada entra em cena para realçar características específicas do banheiro, como nichos decorativos, prateleiras ou obras de arte.
Para tanto, utilizam-se spots direcionáveis ou arandelas, além de, eventualmente, iluminação embutida em pontos estratégicos. “Também é possível conceber um ambiente mais relaxante com iluminação indireta ou regulável, que permite ajustar a intensidade da luz de acordo com a preferência do usuário”, completa Eloy Fichberg.
A ergonomia é um fator que nem sempre é considerado na fase de planejamento, mas o arquiteto Felipe Fichberg alerta que, para garantir uma experiência ergonômica no banheiro, especialmente para pessoas de diferentes idades e alturas, é fundamental considerar algumas adaptações nos elementos principais, como a altura da pia e da bacia sanitária, minimizando esforços desnecessários.
“Recomenda-se que a altura da bancada seja ajustada levando em consideração a estatura média da população ou as necessidades específicas dos usuários. Em geral, a altura da bancada deve ser instalada, pela parte de cima, entre 85 cm e 92 cm, para atender o usuário, mas é válido lembrar que essa referência pode mudar por conta das características individuais”,detalha o profissional.
Para projetar um banheiro com foco na segurança, especialmente para idosos ou pessoas com mobilidade reduzida, é necessário considerar uma série de aspectos importantes, como:
A dica de ouro para todos os banheiros é adotar estratégias eficazes que cooperem para maximizar a funcionalidade e a sensação de amplitude. A principal delas é utilizar o espaço verticalmente a fim de aproveitar as paredes para instalação de prateleiras, armários suspensos ou nichos embutidos. “Essas soluções ajudam a liberar espaço no chão e mantêm os itens essenciais ao alcance, reduzindo a desordem visual”, indica Felipe Fichberg.
A escolha de cores deve ser feita com critérios considerando a iluminação natural, a artificial, o tamanho do espaço e o pé direito. Qualquer cor poderá ser bem-vinda quando esses quatros elementos forem considerados e avaliados.
Por fim, a dupla de arquitetos Eloy e Felipe Fichberg insiste na tecla da arquitetura do espaço, principalmente quando o banheiro for pequeno. “O uso de cestas, caixas ou bandejas para agrupar elementos similares e mantê-los organizados [é essencial]. A colocação de ganchos ou barras para pendurar toalhas e roupões é ótima para liberar espaço dos armários. Também gostamos de dispor apenas os itens essenciais à vista, guardando o restante em um armário ou prateleira fechada, [visto que] o excesso pode destruir a aparência final do ambiente”, finalizam.
Por Emilie Guimarães.
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