Trazer o verde para dentro de casa não apena deixa o seu lar mais purificado, mas também contribui para melhorar a qualidade de vida dos moradores e uma das opções está na implantação de um jardim vertical. O Hub Imobi conversou com profissionais da arquitetura e da decoração que explicaram como certas escolhas de decoração podem mudar o clima da sua casa, sendo o jardim vertical uma das formas mais funcionais que existem dentro da arquitetura biofílica.
A designer de interiores e sócia do estúdio Biologique, Alessandra Casagrande, explica que os jardins verticais nada mais são do que um tipo de jardinagem. “É uma técnica em que as plantas são cultivadas em estruturas ou paredes verticais”, observa.
Elas podem ser implantadas em áreas externas ou internas. Atualmente, existem quatro principais tipos de vegetação:
Ideal para ambientes externos, visto que necessitam de uma boa incidência solar e água.
É formado por plantas preservadas, o que possibilita trazer o aconchego do verde para ambientes internos sem necessidade do cuidado com a natural. O nome é dado por conta de ser constituído de plantas naturais que passam por um processo de tratamento que conserva textura, folhagens e movimentos. É uma alternativa orgânica, sustentável e durável.
As plantas utilizadas são as artificiais. Ou seja, parecem uma planta visualmente, mas não são naturais.
Composto por um musgo chamado moss, o jardim é composto por pequenas plantas que vêm sendo utilizadas em ambientes internos para promover conforto térmico, acústico, além de decorar com um aspecto estético bastante interessante.
Alessandra Casagrande também defende que está mais do que comprovado que as plantas fazem bem física e mentalmente às pessoas que vivem naquele espaço. "Com o crescimento das grandes metrópoles, as famosas 'selvas de pedra', a falta da natureza estava nos desequilibrando. Com o estudo da arquitetura biofílica, é possível estruturar ambientes saudáveis, que levam em consideração o contato com a natureza e os seus mais variados elementos, sendo as plantas um dos mais fundamentais", afirma.
“Além de belos, os jardins verticais ajudam no isolamento térmico e acústico e proporcionam um salto na qualidade do ar no ambiente”, pontuam Ieda e Carina Korman, à frente do escritório Korman Arquitetos.
Mas para um jardim saudável, é preciso ter cuidados ao implantá-lo. “Eles podem estar presentes em diversos ambientes dentro do lar, seja em áreas internas, seja nas áreas externas. O importante é se lembrar que é preciso cuidados para que se desenvolvam bem, em especial se for composto por espécies vivas”, alerta, ainda, Ieda Korman.
O mercado oferece, hoje, diversas soluções para compor uma parede verde, como prateleiras com vasos, com treliças para fixar as plantas e até quadros. Os materiais também variam bastante, como aço, ferro, concreto, cerâmica e madeira. (Foto: Projeto do PB Arquitetura/Henrique Ribeiro)
Ao incorporar um jardim vertical no projeto, considere a carga que a parede escolhida suporta. Isso porque a estrutura pode até ser leve, no entanto, somada ao peso das espécies escolhidas, da terra e da água, a estrutura pode sobrecarregar. (Foto: Projeto do PB Arquitetura/Henrique Ribeiro)
As profissionais também recomendam deixar o jardim vertical levemente afastado da parede para evitar umidade e infiltração. Considerar a existência de um ponto hidráulico é importante. Felizmente, hoje, existem estruturas com mecanismos de bombeamento e irrigação, que podem ser aplicadas em qualquer ambiente.
Indispensável em qualquer jardim, a irrigação pode ser feita por meio de um sistema automático ou manual. “Para paredes verdes maiores, o automático é o mais indicado. Ele garante a praticidade no cotidiano”, opina Carina Korman. Nesse caso, essa estrutura conta com uma bomba pressurizadora e, para garantir a vitalidade das espécies, é indicado deixar sempre a terra ou substrato úmido, mas não em excesso. O jardim acima foi feito por Alessandra Casagrande e a foto é de divulgação do Chalé La Bella Villa.
Já desanimou? Calma. Também existe um tipo de jardim vertical que exige menos manutenção e pode viver por anos: o composto com plantas preservadas. Elas passam por processos químicos que as deixam muito parecidas com as naturais e exigem somente manutenções pontuais.
Considere a localização do jardim vertical para garantir que ele se mantenha belo e vistoso, sem necessidade de frequentes manutenções. “O ideal é escolher uma parede que receba iluminação natural, mas que não tenha uma exposição exagerada à luz solar”, afirma Ieda Korman. (Foto: Projeto do PB Arquitetura/Henrique Ribeiro)
No Brasil, é muito comum as coberturas de muros frontais com plantas escandentes (que crescem para cima), como a unha-de-gato e hera. Mas, no geral, é a luminosidade do ambiente que vai determinar as melhores espécies para compor o seu jardim vertical. “Para ambientes internos e com menor incidência solar, opte por plantas de sombra. Ambientes externos funcionam melhor com plantas mais resistentes. Nos dois casos, o ideal é escolher espécies duradouras, que demandem menos manutenção”, indicam as profissionais do Korman Arquitetos. (Foto: Projeto do PB Arquitetura/Henrique Ribeiro)
A melhor forma de evitar dores de cabeça ao criar seu jardim vertical é buscar um profissional que possa lhe ajudar tanto no quesito projeto, quanto nos cuidados do jardim escolhido. O projeto acima é de Alessandra Casagrande e a foto de Mariana Boro.
Se ainda assim está com um pé atrás, saiba que, de acordo com a designer e interiores Alessandra Casagrande, os jardins verticais ajudam na criação de um habitat para aves e insetos. "Eles podem, também, ajudar combater a perda de biodiversidade causada pela urbanização, além de ajudar a manter uma variedade de plantas e insetos", finaliza.
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