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Do estilo clássico ao industrial, o capitonê prevalece ao tempo

Do estilo clássico ao industrial, o capitonê prevalece ao tempo

Originário da época vitoriana, na Inglaterra, o estofamento nunca saiu de moda. Especialistas dão dicas de como utilizá-lo na decoração, independentemente do estilo escolhido

Publicado em 14 de outubro de 2022 às 08:02- Atualizado há 2 anos

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Do estilo clássico ao industrial, o capitonê prevalece ao tempo
O clássico sofá Chesterfield com acabamento de capitonê em couro. (Henrique Ribeiro/Projeto de PB Arquitetura)
Lívia Bonatto*
Curso de Residência em Jornalismo / [email protected]

Conforto, luxo e romantismo transparecem dos estofados que possuem acabamento em capitonê. O nome pode até soar estranho, mas o detalhe acolchoado em sofás e poltronas a partir de costuras e botões é bastante comum. De origem inglesa do século XIX,  e muito utilizada nos móveis da época vitoriana, símbolo de luxo, a técnica é feita a partir de pontos afundados de maneira simétrica que, por sua vez, destacam figuras geométricas conferindo charme aos móveis de superfície lisa.

A aplicação de tapeçaria é atemporal e, mesmo sendo um elemento do estilo clássico de decoração, não fica restrito a esse período e pode ser usado de forma versátil em diversos designs. Quem esclarece isso é a arquiteta e designer de interiores Fernanda Cecotti.

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O capitonê tem essa pegada mais clássica, mas ultimamente a gente tem conseguido trazê-lo, também, de uma forma despojada em alguns imobiliários. Fazendo mix de estilos, misturando um estilo mais clássico com algo mais contemporâneo, mais moderno. Ele marca um estilo, mas ainda consegue ser atual. 

Fernanda Cecotti
Arquiteta e designer de interiores
Aspas de citação
Detalhe em capitonê traz conforto e aconchego aos ambientes. (Henrique Ribeiro/Projeto de PB Arquitetura)

Para quem deseja fugir do clássico, mas não abre mão do conforto do capitonê, a grande sacada é a mistura dos estilos, conta a arquiteta. Quem prefere decoração mais urbana, pode utilizar a peça capitonê contrastando com o ambiente. Dessa forma, o móvel vira protagonista, ganhando visibilidade e mantendo a atmosfera moderna.

Na sala de estar, o sofá do modelo Chesterfield, uma das peças mais tradicionais criadas nessa linha, ocupa bastante espaço e se destaca no ambiente. Para se adaptar à arquitetura atual que contempla menos espaço, o estilo capitonê precisou se encaixar nas exigências de consumo. De acordo com o consultor de vendas da Natuzzi Móveis, Alexander Barbosa, há uma procura maior por sofás com design clean. De encosto baixo, braços finos e espaçamentos maiores na técnica de capitonê, ele conta que o sofá com esse estilo é o campeão de vendas na loja.

Aplicação de capitonê em sofá moderno em couro. (Natuzzi Móveis/Divulgação)

Além da sala de estar, o acabamento pode ser utilizado nos ambientes de jantar e dormitórios. A arquiteta Priscila Tressino, sócia da PB Arquitetura, conta que utiliza bastante o estofamento de capitonê em cabeceiras de cama, garantindo romantismo e acolhimento ao quarto. Para quem deseja ter um móvel que remeta a aconchego, é preciso se preparar financeiramente para investir na peça. Segundo ela, o capitonê é um dos tipos de acabamento mais caros se tratando de tapeçaria. Para garantir o efeito drapeado utiliza-se muito mais tecido, o que acaba encarecendo o produto.

Projeto de Priscila e Bernardo Tressino aposta em cabeceira de cama com estofado em capitonê
Projeto de Priscila e Bernardo Tressino aposta em cabeceira de cama com estofado em capitonê. (Henrique Ribeiro/Projeto de PB Arquitetura)

Para além da aparência convidativa que vem dos gominhos formados no tecido, o capitonê é o tipo de detalhe ideal para criar pontos de destaque no ambiente, mas os profissionais alertam que é preciso saber pesar a medida certa. "Essas peças de capitonê chamam mais atenção, ou seja, se tornam o ponto de destaque do ambiente. É preciso atenuar um pouco o volume de decoração ao redor da peça, para que ela seja destaque e o resto participe dessa harmonia sem brigar com outras informações", sugere Priscila Tressino.

Lívia Bonatto é aluna do 25º Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta e foi supervisionada pela editora adjunta do Estúdio Gazeta Karine Nobre.

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