Recentemente, viralizou nas redes sociais o anúncio de um imóvel de 10m², lançado como o “menor apartamento da América Latina”. Tendência no mercado imobiliário de grandes metrópoles, imóveis supercompactos têm sido visados principalmente como fonte de renda ou para quem deseja morar próximo a tudo em endereços cobiçados.
No entanto, diferente de São Paulo, onde está localizado o imóvel polêmico, no Espírito Santo, essa tendência ainda é incipiente, como afirma o arquiteto e conselheiro estadual do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Espírito Santo (CAU/ES) Max Mello.
“A realidade do Estado ainda é outra. Por outro lado, essa tendência tem gerado um mercado com eletrodomésticos mais compactos, como máquinas de lavar de parede ou de mesa, coifa acoplada com cooktop. Mas esses aparelhos costumam ser mais caros do que os convencionais’, explica.
Apesar disso, o mercado imobiliário capixaba já traz algumas unidades mais compactas, em torno de 30m² a 45m² e nem sempre é uma tarefa fácil mobiliar um imóvel de dois ou três quartos de dimensões pequenas, principalmente quando os eletrodomésticos entram em cena. Afinal, como fazer caber uma geladeira, fogão e armários em uma cozinha e não ficar com a sensação de que o ambiente está apertado demais?
Consultamos especialistas no assunto para responder às principais dúvidas na hora de montar um apartamento ou mesmo um cômodo.
Segundo a arquiteta Bruna Perim, é preciso, antes de tudo, ter noção do espaço disponível, suas dimensões totais. Em seguida, analisar as necessidades e o que quer deixar exposto e o que deseja esconder.
Quando existe pouco espaço, o ideal é optar pelos eletrodomésticos embutidos, como cooktop, fogões de embutir e fornos 2 em 1 (forno convencional e micro-ondas). Segundo a arquiteta Fernanda Julião, o mercado tem ainda opções de geladeiras slim, que são mais “estreitas” que as convencionais, e as inverter, que têm função de refrigerador na parte de cima e freezer embaixo.
Para Fernanda Julião, espaços pequenos são mais difíceis de serem pensados. Por isso, é necessário o acompanhamento de um profissional que tenha conhecimento para saber compor de forma harmônica e que dê eficiência e funcionalidade para o ambiente. “Precisa ser belo, ter fluxo e funcionalidade dos equipamentos”, observa.
Um bom projeto é pensado exclusivamente para aquele espaço. Portanto, para ajudar na orientação, as arquitetas deram algumas dicas do que observar e quais as soluções que podem ser adaptadas para cada ambiente da casa.
Investir na verticalização de equipamentos é uma boa opção. Cooktps abrem espaço para bancadas mais amplas e funcionais e o forno pode ser colocado em um lugar mais alto, por exemplo. Segundo a arquiteta Fernanda Julião, cada centímetro aproveitado é importante, por isso, vale também investir em equipamentos de embutir.
Como esse espaço geralmente é menor, a melhor opção é ter uma máquina lava e seca. No lugar do tanque, pode ser usada uma cuba para aproveitar o espaço ou até mesmo o tanque ser projetado na pedra, pois assim, pode ter o tamanho que precisar, afirma Fernanda Julião.
O lixo pode ser colocado dentro de um armário embutido, que deve ter espaço para vassouras, rodos e outros equipamentos de limpeza. Outra ideia é investir em gavetas, como explica a arquiteta Bruna Perim. “Muita gente costuma usar a lavanderia como uma área de serviço também. Sendo assim, armários com gavetões verticais ajudam muito para armazenar vassouras e produtos de limpeza”.
Investir em um mobiliário sob medida, que tenha dimensões pensadas para o ambiente, para otimizar altura, largura e profundidade. Se tiver TV, é importante pensar em ergonomia e conforto.
“A altura da televisão precisa estar sempre na altura dos nossos olhos. Para isso, precisamos levar em consideração a altura do assento do sofá e da cama. De forma geral, posicionamos o centro da TV cerca de 1,20m a 1,40m do piso”, observa a arquiteta Bruna Perim.
Outro ponto é a distância do olhos até a televisão, pois uma tela muito perto da cama pode o nosso sono. “Calculamos esse espaço de forma que essa distância seja três vezes maior do que a medida vertical da TV, quando falamos em televisores de alta definição. Para as 4k essa distância diminui para 1,5 vezes o tamanho vertical”, observa.
Segundo a arquiteta Fernanda Julião, uma TV Full HD possibilita uma tela maior com menor espaço e é possível embuti-la no móvel. “Escolher um mobiliário encaixado, como aramados e caixas organizadoras para armários ajuda a poupar espaços. Mesas e pufes encaixados ajudam também a otimizar a área, além do uso de gavetas”, exemplifica.
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