É dentro de casa que podemos nos expressar de forma mais íntima e externar nossa personalidade por meio das relações que construímos nesses espaços. Na sala podemos passar bons momentos entre amigos, na cozinha é possível criar memórias por meio de almoços familiares, no quarto buscamos o conforto e aconchego depois de um dia cansativo. Nesses ambientes, é estabelecida, mesmo que de forma inconsciente, uma ligação com o nosso corpo e é nessa subjetividade que tem se desenvolvido uma nova tendência de arquitetura.
Com foco nas formas orgânicas, sinuosas e objetivando a construção de decorações que possam traduzir a essência de quem vive ali, muitos profissionais da área têm desenvolvido projetos inspirados em uma nova era de cuidado. Principalmente, porque em um período de pós-pandemia, os ambientes decorativos têm priorizado a memória afetiva e a construção de uma relação mais íntima com a casa.
Essas tendências, inclusive, poderão ser vistas na CasaCor 2023, que tem como tema “Corpo e Morada”. A arquiteta e sócia-diretora da mostra do Espírito Santo, Renata Tristão, explica que esse modelo de arquitetura se pauta em elementos sensoriais, promovendo visuais diferentes, sons inspiradores, cheiros afetivos e até objetos antigos, carregados de história, que se contrastam com ambientes de decoração mais modernos.
“Estamos promovendo uma ligação entre construção, fachada e ambiente com a nossa pele e o nosso corpo, porque somos um só. Refletimos o que existe em nosso interior e somos inspirados pelo nosso exterior e é isso que muitos profissionais do mercado estão tentando traduzir em seus projetos”, pontua.
Isso se manifesta a partir da organicidade do ambiente, de acordo com a arquiteta responsável pelo loft que tem como nome o tema do evento, Ximene Avilar. Segundo a profissional, em um período de pós-pandemia, muitas pessoas têm procurado por uma reinvenção e isso pode ser feito com um olhar diferente para a casa, seguido de um olhar mais intenso para si mesmo, o que se manifesta na valorização do "eu" dentro da própria morada.
“Estamos parando de usar coisas muito mais retas e deixando o ambiente mais orgânico, cheio de curvas. Também acredito que levar o verde para dentro de casa ajuda porque ele está sempre acompanhado de muita paz unindo o exterior com o interior da casa”, reforça a arquiteta.
Então, se você está pensando em fugir dos ambientes impessoais e melhorar a relação com a própria casa, abaixo você confere algumas dicas de como deixar a sua casa mais humana.
Tem quem goste dessa tonalidade, mas ela nem sempre é a mais indicada para quem busca ambientes mais vivos e enérgicos. Segundo a arquiteta Ximene Avillar, o cinza, inclusive, é uma tendência que já está ficando para trás no mercado.
Se o cinza deve ser evitado, o verde pode ser mais valorizado. Em especial, porque um modelo de decoração que prioriza o relacionamento com a natureza permite o contato com o ambiente externo, sem mesmo sair de casa, e ajuda no conforto e aconchego.
Seja por meio de velas aromáticas, seja pelo uso de texturas nos móveis, a arquiteta Renata Tristão reforça que o estímulo sensorial aumenta a ligação entre a casa e o corpo.
Renata Tristão ainda reforça que podemos investir em ambientes mais tecnológicos, mas é preciso pensar nessas comodidades como aliadas e não se tornar ainda mais reféns desses dispositivos, até mesmo em casa.
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