Entre 1985 e 2020, a expansão urbana no Brasil cresceu 1,97% por ano, segundo uma pesquisa do MapBiomas. Além de terem superado o crescimento da população, os dados revelam que essa expansão também se deu em um padrão desordenado, o que gerou novas demandas e carências para os indivíduos.
Para combater esse problema e promover maior bem-estar para a população que usa e se locomove por essas cidades, a arquitetura e o urbanismo têm se dedicado, ultimamente, a estudar o impacto dos chamados mobiliários urbanos, como bancos, praças e academias populares, entre outros espaços, na infraestrutura dos grandes centros.
“Não é porque temos uma praça com esses elementos urbanos que ela vai ser melhor ou pior. Mas entendemos que isso ajuda a criar mais aderência aos espaços públicos. É ainda melhor quando contamos com áreas verdes porque também conseguimos criar uma relação com bem-estar”, afirma o especialista em design e arquitetura urbanística Felipe Stracci, do Plantar Ideias.
De acordo com ele, tudo aquilo que habita a cidade e está sempre disponível para uso público diariamente pode ser considerado como mobiliário urbano. “Se a gente parar para pensar, até elementos como os cachorródromos podem ser considerados como esses elementos.”
Sendo assim, esses equipamentos desempenham papel muito importante na revitalização dos espaços da cidade, principalmente, porque palavras como “aconchego” e “conforto” se tornam termos de ordem na concepção desses elementos. Afinal, são eles os responsáveis por construir uma relação de aderência no encontro das pessoas que fazem parte dessas comunidades.
Alguns projetos da Plantar Ideias, por exemplo, idealizaram a revitalização de parques como o Ibirapuera, em São Paulo, e desenvolveram um restaurante no local. Com bancos feitos de tocos de árvore, o espaço recebe o visitante com o paisagismo que se conecta à proposta do ambiente.
Em Pernambuco, o Parque Dois Irmãos será revitalizado e transformado em um bioparque para se integrar à pesquisa científica e contemplação em respeito à natureza.
Vale ressaltar ainda, segundo o presidente, que esses equipamentos também precisam ser bem resistentes, já que vão receber ação da chuva e do sol. Assim como precisam ser bem pesados para que não seja tão fácil de mover.
Mas nem só de praças habita o mobiliário urbano. Espaços que promovem esse modelo de interação de comunidade e contém esses equipamentos também fazem parte desse conceito. Em Cariacica, por exemplo, está sendo feita uma Orla, na região de Porto de Santana.
“A Orla é um grande avanço para o desenvolvimento e a valorização de toda a região. Na verdade, por meio desses espaços, conseguimos perceber o aumento no bem-estar por meio do relacionamento entre os indivíduos daquela comunidade, além de garantir a segurança, porque muitas vezes estamos revitalizando e levando valorização para essas áreas”, destaca o secretário de Obras de Cariacica, Weverton Moraes.
Na Serra, o secretário de Obras, Infraestrutura e Mobilidade Urbana, Halpher Luiggi, conta que a prefeitura possui um programa pensado no desenvolvimento desses elementos e que a revitalização desses espaços ajuda, principalmente, bairros em situação de vulnerabilidade social.
“Não falamos apenas de praças, hoje temos muitos equipamentos de infraestrutura pensados para promover esse encontro de pessoas. Temos calçadões à beira-mar e áreas de lazer e contamos com um programa para desenvolver projetos que podem mudar a vida da população no entorno”, afirma.
Já na Capital do Espírito Santo, em Vitória, a secretária de Desenvolvimento da Cidade e Habitação, Anna Claudia Dias Peyneau, revela que já existem projetos de revitalização em vários pontos da cidade, incluindo pontos bem frequentados e praças famosas.
“Tocamos na questão de mobiliário urbano todas as vezes que propomos objetos de urbanização e revitalização de áreas na cidade. Com isso, procuramos oferecer uma qualidade de vida melhor para as pessoas que, de maneira geral, usam da cidade”, pontua.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta