Elemento fundamental para conectar diferentes planos de níveis em uma casa, a escada também pode transformar qualquer ambiente, dando praticidade, modernidade e uma estética sem igual quando é escolhida de acordo com as necessidades do projeto. Mas diante de uma infinidade de modelos e materiais à disposição, podem surgir dúvidas de como fazer essa escolha. Por esse motivo, conversamos com arquitetas para saber o que é preciso avaliar antes de definir a escada ideal para sua casa.
A arquiteta Thaís Pereira, à frente do Studio Avis, observa que uma escolha inadequada desse item pode representar sérios riscos de acidentes, principalmente para idosos, pessoas com mobilidade reduzida e crianças. "Por isso, é essencial manter um padrão na altura dos degraus. Caso contrário, isso pode causar desconforto e desequilíbrio, aumentando o risco de tropeços e quedas”, explica.
Além disso, a escada pode influenciar a otimização e a circulação nos ambientes da sua casa. “Um modelo errado pode ocupar muito mais espaço do que deve, dando margem, ainda, a eventuais erros de execução”, acrescenta.
Não é nenhuma novidade que o primeiro passo, como qualquer outra obra ou reforma, é o planejamento. Para a dupla de arquitetas Danielle Dantas e Paula Passos, do escritório Dantas & Passos Arquitetura, as escadas precisam ser bem estudadas desde o início do projeto, começando pela análise da área onde ela será construída, assim como estudar os possíveis tipos de estrutura e garantir a segurança e o conforto ao subir e descer, além de harmonizar com toda a identidade do projeto.
“Escadas não devem ser encaradas como elementos soltos em um projeto. Essa decisão precisa ser coerente com a edificação e com a arquitetura proposta e podem, até, ser o destaque do ambiente ou ter uma dupla função, como divisória ou organizadora”, comenta Paula.
Outro ponto, nem de longe o menos importante, é o recurso financeiro disponível. “Com tudo definido, é necessário conferir se as as escolhas se adequam ao orçamento reservado à escada ou se será necessário fazer algumas adequações”, alerta Thaís.
Você também vai precisar prever a consultoria de um profissional, visto que existem normas e regulamentações locais para garantir que a escada atenda aos requisitos de segurança. E é sobre esse o assunto do próximo tópico.
A estrutura para unir diferentes níveis de uma construção precisa ser pensada com muito cuidado – principalmente se no local residir crianças e idosos. Por isso, para garantir conforto e segurança, as arquitetas recomendam algumas medidas:
Mínimo de 16 cm e máximo de 18 cm.
Mínimo é 90 cm, sendo que nos espaços menores, o ideal é 85 cm. Já para espaços grandes, 110 a 120 cm.
É a proteção à meia altura da escada. Deve ter, no máximo, 11 cm entre os vãos.
Altura de 92cm a 95cm do degrau e 30cm, além do final da escada.
Podem variar de 28cm a 32cm livre para os pés.
Outra escolha a ser feita é o tipo de material escolhido para a escada, que deve ser selecionado com base na qualidade, resistência, durabilidade e na estabilidade dessa matéria.
Além disso, é necessário considerar que a superfície dos degraus deve ser antiderrapante para evitar escorregões e quedas. “Em caso de uma escolha errada de material, será necessário o uso das fitas antiderrapantes para manter a segurança e usabilidade da escada, o que acaba comprometendo a estética”, frisa Thaís.
"Os corrimãos não podem ter interrupções e a forma recomendada é a cilíndrica, pela facilidade de segurar. Já nos guarda-corpos, o vão não pode ser superior ao recomendado para evitar que uma criança prenda a cabeça ou as mãos entre os vãos", aponta.
"Outra dica é pensar em colunas, bem distribuídas na escada, como maneira de limitar a presença de grandes vãos e garantir melhor sustentação", adiciona.
O emprego de peças de acabamento também é indicado para ajudar na interligação entre degraus e corrimãos. “Também damos preferência por usar materiais antiderrapantes e consideramos a colocação de uma luz noturna constante e portões de segurança com sistema de pressão para a proteção dos bebês e crianças pequenas. Em vãos muito grandes, as redes de proteção são muito bem-vindas!”, aconselha Paula
Uma outra opção é dada por Thaís: “É interessante usar um balizador de parede, que, além de ajudar na orientação, pode funcionar como um elemento decorativo, adicionando um visual bonito e agradável ao ambiente”, sugere. O importante é garantir a visibilidade dos degraus.
O espaço disponível é determinante para definir o formato da escada, mas ponderar o que é importante no que diz respeito à quantidade de degraus necessár ios, direção de lances e patamares também é fundamental.
As escadas podem ter os seguintes formatos:
Não só as escadas podem ser aproveitadas da melhor forma, como também o espaço perto e abaixo delas pode ser otimizado. O aproveitamento desse espaço pode ser bem diverso, tudo depende das necessidades do morador, da disposição e localização da escada, além da acessibilidade, da iluminação e da ventilação para definir o melhor uso.
Prateleiras, armários, marcenaria e nichos são opções que podem garantir um espaço extra para guardar objetos, equipamentos ou usar como espaço decorativo.
Esse espaço pode ser ideal para criar uma adega ou minibar.
Se o espaço for iluminado, um jardim interno pode ser uma ótima opção.
Atenção para o espaço disponível e para a localização das tubulações.
Você pode transformar em uma área para animais de estimação, com espaço para descanso ou para colocar comida e brinquedos.
Se houver espaço disponível, adicione uma mesa, uma cadeira, uma iluminação adequada, além de gavetas e/ou prateleiras. Assim, você tem um escritório compacto em casa.
Algumas prateleiras, uma poltrona confortável e uma luminária são o que você precisa para criar um ambiente acolhedor para relaxar com os livros.
“É só juntar a necessidade e a criatividade para poder fazer um bom uso desse espaço que, muitas vezes, fica esquecido”, finaliza Thaís.
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