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Veja como usar cores na cozinha de maneira equilibrada

Veja como usar cores na cozinha de maneira equilibrada

Sucesso nos anos 1970, as tonalidades intensas para esse ambiente retornam com uma nova leitura

Publicado em 28 de março de 2025 às 16:07

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Tendência das cores nas cozinhas veio acompanhada pelo equilíbrio (Projeto: BMA Studio | Imagem: Guilherme Pucci)
Tendência das cores nas cozinhas veio acompanhada pelo equilíbrio. (Projeto: BMA Studio | Imagem: Guilherme Pucci)

Nos anos 1970, as cozinhas eram marcadas por um estilo vibrante e ousado, com o uso de cores fortes tanto nas paredes quanto nos eletrodomésticos, refletindo a estética arrojada e alegre da época. Tons marcantes, como laranja, verde-abacate e amarelo, davam vida ao ambiente, criando um espaço cheio de personalidade.

No entanto, após décadas explorando essa paleta intensa, o conceito de cozinha evoluiu e passou a valorizar uma atmosfera mais clean e minimalista, com predominância de tons neutros e acabamentos sofisticados, retomando o protagonismo da elegância e da sobriedade no design de interiores.

Em uma releitura, ela, que é um coração pulsante das casas, voltou a se destacar pela ousadia de tonalidades que fazem bem no dia a dia e contagia os moradores. Ao ser repaginada, ressignificar o uso das cores nas cozinhas veio acompanhado pelo equilíbrio, como estratégia para conter um grande medo: o de enjoar.

“Em tempos passados, a intensidade era a tônica das cores nos projetos, mas hoje a proposta não é a de pesar, mas, sim, de trazê-las sob medida, com um ‘que’ de descrição e vivacidade”, analisa o arquiteto Bruno Moraes, à frente do BMA Studio. De acordo com ele, o entendimento é simples: se as paredes receberem revestimentos de tons intensos, os móveis seguirão uma linha mais neutra, com uma paleta mais clara ou tons de amadeirado – ou vice-versa.

Inserção das cores na decoração

Como ponto de partida, Bruno Moraes afirma que é necessário quebrar o paradigma do medo que ainda paira sobre as cozinhas coloridas. “O receio é recorrente e compreensível. Por isso, sempre ressaltamos para nossos clientes que, antes de inseri-las, fazemos um estudo para entender as cores que combinam com aquele estilo de projeto. O caminho é acompanhar as orientações do círculo cromático e as indicações existentes dentro da psicologia das cores, principalmente para esse espaço”, orienta.

Incluir cores na cozinha não significa torná-la um espaço chamativo. “A combinação de cores parece simples, mas não é. Sinceramente, é fácil de errar e ficar cafona”, alerta o arquiteto. Ainda assim, em cozinhas , ele declara seu apreço por trabalhar tons azulados e esverdeados combinados com cores neutras, pois se elimina o risco de uma decoração carregada.

“Basicamente, o pensamento que nos ajuda a decidir na cozinha é o mesmo de outros ambientes e, entre esses atributos, analisamos o estilo de vida do cliente, idade, cultura e a regionalidade, entre outros pontos”, detalha.

Consultar um arquiteto ou designer de interiores pode facilitar a escolha das cores para a cozinha (Projeto: BMA Studio | Imagem: Guilherme Pucci)
Consultar um arquiteto ou designer de interiores pode facilitar a escolha das cores para a cozinha. (Projeto: BMA Studio | Imagem: Guilherme Pucci)

Importância de consultar um profissional

Sobre a combinação das cores, Bruno Moraes sustenta a importância de o morador contar com a consultoria de um arquiteto ou designer de interiores. Assim como as pessoas têm contato com especialistas em colorimetria para descobrir a paleta que melhor combina com o tom de pele e o estilo, o mesmo raciocínio também se aplica nessa decisão dentro da arquitetura de interiores .

“A utilização de cores primárias opostas no círculo de cores tende a deixar o ser humano irritadíssimo ou com o desejo de permanecer por pouco tempo no local. E é justamente isso o que não queremos para nossos moradores e seus convidados”, analisa.

Utilizando cores sem enjoar

Outro receio das pessoas, segundo o arquiteto Bruno Moraes, diz respeito às questões de tendência e o que entra e sai de moda. Entretanto, ele defende que a decisão bem elaborada foge desses temores e que há como colorir a cozinha dentro de uma proposta atemporal.

“Eu percebo que, quem já nos pede, de cara, as cores nesse ambiente está em busca de um lar mais vivo e descontraído”, compartilha. “Mas, na maioria das vezes, somos nós, profissionais de arquitetura, que argumentamos e desfazemos o medo de arriscar”, diz ele.

Nessas ocasiões, uma boa condição é concentrar as cores apenas em um ponto visual e sem exagerar. Seja qual for a opção, é possível criar atmosferas, cenários e composições que conversam diretamente com a personalidade dos moradores.

Por Emilie Guimarães

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