O mercado imobiliário no Espírito Santo tem mostrado equilíbrio, tendo Vila Velha como um dos destaques, já que o município tem, atualmente, 48,9% dos empreendimentos em produção e 51,9% das mais de 14,5 mil unidades sendo construídas na Grande Vitória, segundo dados do 42º Censo Imobiliário do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Espírito Santo (Sinduscon-ES).
Para entender o que faz com que a cidade canela-verde, que completa 489 anos nesta quinta-feira (23), continue em alta no mercado imobiliário, o Hub Imobi conversou com especialistas do setor que elencaram 6 motivos que são responsáveis por manter Vila Velha em evidência e uma das cidades mais valorizadas do Espírito Santo e do país.
Afinal, segundo dados levantados na Pesquisa de Desempenho do Mercado Imobiliário Capixaba em 10 anos (de 2012 a 2022), a cidade teve a maior valorização imobiliária média dos principais bairros analisados neste período, de 127,64%, sendo que a rentabilidade média do imóvel ficou em 157,64% no município.
E quando se fala na valorização de imóveis de terceiros, vendidos em plataformas de comercialização de imóveis, o Índice FipeZap dos últimos 12 meses aponta que Vila Velha é a segunda mais valorizada do país, com índice de 14,96% (o primeiro fica para a cidade de São José, em Santa Catarina, com 17,06%).
Vila Velha é um município com 32 quilômetros de litoral, sendo recortados por praias que são atrações turísticas e de lazer tanto de moradores quanto de visitantes de dentro e fora do Espírito Santo. Além disso, a cidade ainda conta com áreas verdes preservadas, lagoas e monumentos naturais, como o Morro do Moreno.
“A situação geográfica de Vila Velha é muita atrativa, desde a sua longa extensão litorânea, passando pelas áreas verdes. Seus atributos naturais encantam”, analisa o vice-presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Espírito Santo (Ademi-ES), Alexandre Schubert.
Da mesma opinião é o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis da 13ª Região/ES (Creci-ES), Aurélio Capua Dallapicula. “O município oferece alta qualidade de vida, com belas praias e infraestrutura urbana melhorada com boas opções de lazer e serviços”, diz.
Outro fator é a economia do município. “Vila Velha é um polo econômico, com a presença de grandes centros comerciais e industriais, como o Terminal de Produtos Diversos da Rodosol e o Porto de Capuaba. Além disso, o município tem tido crescimento econômico consistente, com desenvolvimento em setores como comércio, serviços e turismo”, avalia o presidente do Creci-ES.
Ele ainda destaca os “serviços de nível”, como instituições de ensino, hospitais, shopping centers, parques e opções gastronômicas. Para o vice-presidente da Ademi-ES, a oferta crescente de serviços tem contribuído para esse destaque na economia.
“O município tem hoje uma excelente rede de saúde e educação, além de três shoppings e outros eixos de serviços, que fazem com que o consumo esteja bastante consolidado”, acrescenta Alexandre Schubert.
O presidente da Associação dos Empresários de Vila Velha (Assevila), Thomaz Tommasi, avalia o ambiente favorável aos negócios no município, que permite segurança para quem investe na cidade.
“Vila Velha é a bola da vez. O ecossistema empresarial faz essa leitura e tem investido na cidade. Apenas em 2024, serão iniciados 68 novos empreendimentos, fazendo com que a economia esteja cada vez mais forte. Ganho forte da atividade produtiva e oportunidade de geração de emprego em vários setores”, acrescenta.
Um fator que está intimamente ligado a economia e serviços é a infraestrutura do município, que possibilita a instalação de novas empresas e o seu crescimento econômico.
“Vila Velha tem boa infraestrutura de transporte, incluindo rodovias e proximidade com o Aeroporto de Vitória. Isso facilita o deslocamento e a logística, com recente integração pelo mar, por meio de terminal aquaviário e também por ciclovias”, comenta o presidente do Creci-ES, Aurélio Capua Dallapicula.
Por ser uma cidade de grande extensão territorial - 210,225 km², segundo dados de 2022 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) -, Vila Velha tem espaço para atrair novos empreendimentos, que podem variar, desde o padrão econômico até lançamentos de alto padrão e luxo.
Além disso, Vila Velha tem áreas já consolidadas e que ainda têm espaço para continuar a sua expansão imobiliária, como é o caso de Itaparica e Jockey de Itaparica, que são áreas ainda em expansão imobiliária.
“O bairro Praia de Itaparica é atualmente a região com maior disponibilidade de área para construção, concentrando uma grande parte dos novos empreendimentos do município. Em contrapartida, a região do Jockey destaca-se como uma área de expansão recente, com uma crescente oferta de imóveis”, avalia a gerente comercial da Proeng, Simone Mozine.
E também Itapuã e Praia da Costa, as duas regiões mais consolidadas do município, que, apesar de terem poucos espaços para novos lançamentos, são bastante valorizadas e procuradas.
“Dos municípios que compõem a Região Metropolitana, é a cidade que mais tem áreas qualificadas para novos empreendimentos, sendo, em minha opinião, o vetor de crescimento da Grande Vitória. Naturalmente essas características tornam o município um dos que têm mais investimento no segmento imobiliário e com grande valorização dos imóveis”, complementa o gerente comercial da Épura Construtora, Fabiano Martins.
Por conta de uma diversidade de terrenos e de locais de expansão, Vila Velha se torna atraente também para todos os perfis de empreendimentos, indo desde os econômicos, nos bairros em expansão, até os de alto padrão e luxo, em áreas já consolidadas.
“O município tem hoje 50% dos lançamentos de empreendimentos da Grande Vitória e eles são de todos os padrões: econômicos, novos e dotados de tecnologia, e empreendimentos de luxo e alto padrão”, analisa o vice-presidente da Ademi-ES, Alexandre Schubert.
Outro fator destacado é a regulação de aprovações e licenciamentos por parte do município. Atualmente, o município tem buscado agilizar a aprovação de projetos, que vão desde alterações no PDM, passando pela inserção de processo eletrônico, o que reduziu o tempo de tramitação dos projetos.
E, mais recentemente, segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico de Vila Velha, Everaldo Colodetti, há um projeto, contratado pela prefeitura, chamado Vila Velha Ágil, que encontra-se em sua fase final de elaboração, com previsão de entrega para o dia 20 de junho. “O objetivo é diminuir o tempo de espera de projetos submetidos à prefeitura, inclusive os imobiliários”, conta.
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