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Aumento do preço de imóveis comerciais desacelera em fevereiro

Aumento do preço de imóveis comerciais desacelera em fevereiro

Se por um lado, os preços de venda de salas e conjuntos comerciais de até 200 m² se mantiveram praticamente estáveis em fevereiro, os valores para locação estão mais altos

Publicado em 23 de março de 2023 às 11:20- Atualizado há 2 anos

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Mesmo com a predominância do trabalho remoto, ainda há demanda por aluguel para imóveis comerciais
Mesmo com a predominância do trabalho remoto, ainda há demanda por aluguel para imóveis comerciais. (Shutterstock)

O levantamento de fevereiro do Índice FipeZap, divulgado nesta quarta-feira (21), registrou que os preços de venda de salas e conjuntos comerciais de até 200 m² se mantiveram praticamente estáveis, com um aumento de apenas 0,02% comparado ao primeiro mês de 2023. Já os preços de locação no segmento tiveram uma discreta variação, avançando 0,38% no mesmo período.

Como o estudo monitora dados de dez localidades do país, mas não considera o Espírito Santo, consultamos especialistas daqui para entender se esse tipo de investimento tem tendência de boa rentabilidade para quem quer apostar nessa modalidade.

O vice-presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Espírito Santo (Ademi-ES), Gilmar Custódio, enxerga que o cenário mostrado no índice é compreensível e está em consonância com o que ocorre no mercado capixaba. "Com a recuperação econômica que vem acontecendo, mensalmente, desde o abrandamento da pandemia da Covid-19, as transações econômicas tendem a entrar em normalidade", aponta.

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Isso pode ser entendido como um reflexo direto da forma que o mercado comportou-se na retomada das atividades econômicas no período pós-pandêmico. Naquele período, os imóveis sofreram uma acirrada negociação locador-locatário, como uma série de concessões e descontos para reter contratos. Agora, os preços estão começando a ter reajustes, e só não teve um aumento mais acelerado por conta da manutenção dos valores por um tempo depois da pandemia.

Gilmar Custódio
Vice-presidente da Ademi-ES
Aspas de citação

Ainda de acordo com Gilmar, é previsível que esse aumento de preço venha com as repactuação dos aluguéis, dado que os proprietários têm tido a oportunidade de realizar correção de valores de mercado, mesmo que menores por causa da preocupação com a vacância desse tipo de imóvel. 

Outro fator apontado por ele é que a própria forma que a sociedade vê os empreendimentos comerciais mudou depois do distanciamento social que a pandemia obrigou. “Em especial, no último ano, a procura por imóveis comerciais por alguns setores econômicos que exigem o trabalho presencial está retomando, no entanto, há de se considerar que teve uma mudança brusca de cenário na área comercial no Brasil”, observa também Gilmar.

Na avaliação do diretor do Sindicato das Empresas de Compra, Venda e Administração de Imóveis do Espírito Santo (Secovi-ES) e executivo da Gava Crédito Imobiliário, Ricardo Gava, outra influência nesses números é o fato de a demanda dos imóveis residenciais ser muito maior. Atratividades como excelente localização e alto fluxo de pessoas, são mais decisivas na hora de escolher um local para alugar do que para morar.

"Por isso, os imóveis comerciais têm um risco maior de ficarem vagos por mais tempo. Em contrapartida, a rentabilidade supera o investimento do imóvel residencial. São fatores que devem ser levados em consideração na hora de investir", observa Gava.

Paralelamente a isso...

Pela razão entre o preço médio de locação e o preço médio de venda, segundo a análise da FipeZap, é possível calcular uma medida da rentabilidade para o investidor que opta por investir em imóveis com a finalidade de obter renda com o aluguel. O indicador resultante (rental yield) pode ser útil para avaliar a atratividade de salas e conjuntos comerciais em relação a alternativas de investimento disponíveis.

Analisando nos últimos 12 meses, os preços de venda de imóveis comerciais tiveram queda nominal de 0,57%, em contraste aos preços de locação do mesmo segmento, que acumularam uma alta de 5,52% na mesma janela temporal.

Comparando com os principais índices de preço de referência da economia, a variação acumulada no mesmo recorte temporal do IPCA — Índice de preços no consumidor — é de aumento de 5,60%, e o IGP-M — conhecido como "inflação do aluguel — foi também de crescimento, de 1,86%. O índice de aluguel de imóveis comerciais, portanto, ficou abaixo da inflação.

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