Mesmo com a questão artesanal, a tecnologia está presente em todos os âmbitos da construção civil no Brasil, que vem evoluindo, com o passar do tempo, adotando novas técnicas e materiais diversos, que permitem mais velocidade, resistência e precisão nas obras.
Segundo o engenheiro civil e de segurança do trabalho, Giuliano Battisti, gerente de Relacionamento Institucional do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES), as primeiras obras com concreto armado no Brasil datam de pouco mais de um século.
“É essa tecnologia que ainda domina a grande maioria das obras de construção civil no país e no Estado, juntamente com as estruturas projetadas somente com aço”, conta.
Apesar do concreto armado ser a forma predominante de construção no país, outras técnicas também se consolidaram, como lajes protendidas, que mesclam estruturas de concreto armado com lajes sustentadas por cordoalhas similares a cabos de aço, substituindo as vigas de concreto armado.
Uma das vantagens desse método é proporcionar mais opções de layout aos projetos arquitetônicos, permitindo maiores distâncias entre os vãos dos pilares. Ou seja, dessa forma, é possível ter ambientes com mais espaços e menos colunas em seu interior.
“A qualidade dos concretos também se aperfeiçoou nas últimas décadas, ganhando mais resistência e permitindo obras mais ousadas em seu porte”, acrescenta Battisti.
Na esteira de novas tecnologias, um dos destaques fica para a nanotecnologia, onde muitos materiais estão em estudo para verificar a viabilidade da substituição, em alguns casos, das tradicionais barras de aço na construção civil. Entre eles, destacam-se as fibras de carbono, de vidro e de aramida.
Segundo o gerente de fiscalização do Crea-ES, o engenheiro civil Leonardo Leal, a fibra de carbono tem como principais vantagens a resistência e a facilidade de transporte, já que é um material bem mais leve que o aço. “Já a fibra de aramida se sobressai pela grande resistência a altas temperaturas, podendo ser uma forte aliada contra situações de incêndios”, acrescenta.
Outra tecnologia apontada pelos profissionais, que tem começado a se difundir no mercado, é o ICFs (Insulating Concrete Forms). Trata-se de um sistema que consiste na construção de painéis modulares com fôrmas de concreto ou segmentos de EPS (Poliestireno Expandido), que são montados por encaixe e preenchidos por telas de aço e concreto.
Outra novidade é a tecnologia steel frame, um sistema formado por estruturas com perfis de aço galvanizado e fechamento com placas que podem ser de madeira, cimentícias, painéis de alumínio composto ou drywall.
Outro tipo de iniciativa é a fabricação de residências utilizando impressoras 3D, que injetam material à base de cimento. Isso pode representar um custo bem menor e menos tempo de execução, pois há pouco desperdício e pouca mão de obra.
“Cabe alertar que muitas dessas novas tecnologias ainda não possuem certificação e normatização brasileira, estando, ainda, em sua maioria, em testes técnicos que garantam segurança aos usuários e à sociedade”, atenta Leal.
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