Se antes o luxo era considerado extravagante, hoje ele pode ser silencioso e sutil. O chamado “quiet luxury” (do inglês, luxo silencioso) tem conquistado boa parte dos empreendimentos do país e ditado tendências, tanto no mercado de construção, quanto no de decoração.
Conceitualmente falando, a arquiteta Bruna Rody explica que o “quiet luxury” é uma tendência de comportamento “muito mais baseada na qualidade do que para impressionar ou deslumbrar.”
De acordo com a especialista, agora a projeção dos espaços é feita sob medida para atender às necessidades do cliente. Isso significa que não tem a mais, não tem a menos e nem desperdício.
“Os ambientes passaram a ser integrados, permitindo o uso para diversas atividades simultaneamente. Hoje, o importante não é o tamanho do apartamento, mas o tamanho certo e que atenda ao lifestyle do cliente”, afirma.
Essas demandas por um luxo sutil têm se mostrado bem aquecidas no Espírito Santo. No mês de agosto, o terceiro metro quadrado mais valorizado do país, entre as cidades monitoradas pelo Índice FipeZap, foi Vitória, sendo o primeiro lugar entre as capitais.
O município ainda registrou um crescimento, nos últimos 12 meses, de 7,40% no valor do preço médio dos imóveis residenciais. Enquanto a cidade vizinha, Vila Velha, registrou uma variação, considerando o mesmo período, de 12,10%.
O gestor imobiliário Kleverson Passos explica que ambas as cidades concentram o maior número de imóveis de alto padrão no Estado. Entretanto, outros municípios também se mostram atrativos para investidores, mas em outros formatos.
“Na Serra, por exemplo, temos um bom mercado de condomínios horizontais e casas de alto padrão. Da mesma forma que encontramos boas ofertas nas montanhas capixabas e em Guarapari, com condomínios de destaque”, pontua.
Segundo o diretor comercial da Grand Construtora, Gustavo Rezende, o Espírito Santo tem sido reconhecido como um dos endereços com um dos melhores custos-benefícios do Brasil.
“A tendência é que esse preço cada vez mais valorize e se aproxime de outros grandes mercados imobiliários do país”, afirma.
Aliás, o Estado também tem ganhado destaque internacional. Considerando os dois lançamentos mais recentes da Grand, o Una Residence, em Vitória, teve 25% das vendas até o momento para investidores de fora do Espírito Santo. Já o Taj Home Resort registrou 48% das vendas para o mesmo perfil de comprador, sendo, inclusive, 25% desse número apenas de investidores internacionais.
Apesar de serem termos similares e terem um tipo de público parecido, os imóveis de “luxo” e “alto padrão” não são sinônimos. Os empreendimentos de alto padrão são aqueles que se destacam pela localização privilegiada, geralmente, em áreas nobres e plantas maiores que as tipologias mais populares do mercado. Já os imóveis de luxo são focados em conceitos de experiências exclusivas para os moradores, tecnologia e projetos assinados por arquitetos renomados, por exemplo
O CEO da Nazca Incorporadora, Breno Peixoto, ressalta que o mercado de alto padrão desencadeia uma movimentação de todo o mercado imobiliário.
“Quando uma família se muda para um alto padrão, uma nova se muda para o apartamento de três quartos, uma outra para o de dois quartos, e assim movimentamos toda a cadeia de usados”, observa.
Para ele, hoje esse mercado é contínuo. A Nazca, por exemplo, encontra-se em pré-venda do terceiro lançamento do Reserva Vitória, na Enseada do Suá, em Vitória, chamado Cyan, e também do Soul for Life, na Praia do Canto, com duas unidades por andar, de quatro suítes e áreas e entre 188m² e 572m².
Dentre os bairros de destaque na Capital, segundo a diretora da Empar Incorporadora, Camila Menezes, estão a Praia do Canto, a Mata da Praia e a Enseada do Suá.
Todavia, há uma escassez de terrenos, o que tem feito com que muitas construtoras analisem cuidadosamente o que lançar e onde lançar.
“Outras alternativas vão surgindo em bairros próximos e antes não tão valorizados ou mais distantes, com condomínios de casas ou resort”, detalha Camila.
De acordo com ela, o Golden Barro Vermelho e o Alameda 25, ambos em Vitória, são os lançamentos recentes da Empar que já se pautam no conceito de “quiet luxury”.
O diretor executivo da Città, Roberto Puppim, afirma que a pessoa que compra um imóvel desse tipo quer se sentir exclusiva.
“Recentemente, tivemos um lançamento de alto padrão com o Arti Design Living. Nosso padrão é de quatro suítes com três ou quatro vagas de garagem e com a opção de escolher dois apartamentos por andar ou um andar privativo”, pontua.
“Quiet luxury”, que é entendido como luxo silencioso, é uma tendência de comportamento que vem ganhando espaço na moda, na arquitetura e no design de interiores com foco na sutileza sofisticada e com discrição.
Marcos Murad, diretor da Lopes Imobiliária, ressalta que, com a pandemia, as pessoas passaram a buscar espaços funcionais e empreendimentos mais conceituados.
“A cada empreendimento que lançamos, tentamos agregar um quesito a mais, dotando nossos imóveis com novidades e, por isso, temos perspectivas muito boas”, afirma
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