O ano de 2023 deve terminar como o terceiro melhor na concessão de crédito imobiliário no país, perdendo somente para os últimos dois exercícios. Segundo projeção da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), as expectativas indicam que até dezembro o Brasil registrará cerca de R$ 238 bilhões em concessões de financiamento imobiliário, sendo R$ 82 bilhões referentes ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), 32% a mais em relação a 2022, e R$ 156 bilhões vindos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) – 13% a menos do que o ano passado.
Para efeito de comparação, 2021 chegou a R$ 255 bilhões no total (R$ 49 bilhões com FGTS e R$ 205 bilhões com SBPE), e 2022 fechou com R$ 241 bilhões em concessões (R$ 62 bilhões com FGTS e R$ 179 bilhões com SBPE).
Somente no Espírito Santo, até agosto deste ano, foram registrados R$ 830,83 milhões em concessões de financiamento imobiliário com os recursos da poupança, segundo levantamento da Abecip.
A presidente da Caixa, Maria Rita Serrano, também divulgou em setembro a marca histórica atingida pela instituição financeira, de R$ 700 bilhões em carteira ativa de crédito imobiliário no país, com 6,6 milhões de contratos. Isso representa um crescimento de 9,56% em relação a 2022, com R$ 638,9 bilhões.
Por meio de financiamentos do Minha Casa, Minha Vida, a Caixa está contribuindo para ampliar o acesso à habitação em todo o país, com volume inédito de recursos e política robusta de subsídios. Isso significa que mais pessoas estão tendo a oportunidade de conquistar a casa própria.
Na avaliação da instituição, esse crédito, que proporciona a aquisição imediata do imóvel, influencia diretamente o mercado capixaba. “Esses recursos dinamizam a economia regional e nacional, ao proporcionar a geração de emprego e de renda no segmento da construção civil”, aponta a Caixa, em nota.
Conforme explica o diretor de Negócios e Recuperação de Ativos do Banestes, Carlos Artur Hauschild, as principais vantagens desse tipo de crédito é a possibilidade de financiar até 90% do valor do imóvel, com prazo de até 420 meses e, geralmente, com taxas de juros menores do que as de outras linhas.
O gerente de Crédito e Agronegócio do Sicoob ES, Eduardo Ton, complementa que a queda na taxa Selic tende a gerar redução do custo de captação das instituições financeiras (IFs). “A tendência é que o custo do crédito também diminua e, com isso, as taxas de juros praticadas se tornem mais atrativas”, analisa.
A partir de 8,99% a.a.
A partir de 8,89% a.a.
10,19% a.a.
Nos maiores bancos do Brasil é possível encontrar taxas entre 9,8% e 11,5%. Os dados foram informados pelos bancos citados e são referentes a setembro de 2023.
Uma outra opção para financiar um imóvel é o consórcio, que teve 3,93 milhões de novas adesões em 2022, segundo dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac). Esse número recorde de cotas vendidas representou um aumento de 13,6% no país em relação a 2021.
O diretor administrativo e financeiro da empresa de consórcio Mycon, Francis Augusto Silva, explica que o consórcio é uma alternativa que vem sendo cada vez mais procurada, já que se trata de um sistema de financiamento coletivo em que um grupo de pessoas se reúne para atingir um objetivo.
A gerente-geral da Banestes Corretora, Arianny Magnago Tosi, argumenta que a vantagem é que o custo financeiro do consórcio é bem menor comparado com os empréstimos. “Já a desvantagem é que o cliente poderá ter de esperar um tempo maior para a compra do imóvel”, pondera.
Em uma pesquisa recente realizada também pela Abac, o consórcio de imóveis representa 12,3% das compras de imóvel no Brasil. Tudo indica que esse cenário se repete no Estado.
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