A pauta ESG, sigla em inglês que reúne os termos “ambiental, social e governança”, tem se tornado cada vez mais pertinente, contribuindo para que empresas e também o setor da construção civil se posicionem adequadamente quanto ao Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU). Nele, estão previstos, até 2023, 17 objetivos e 169 metas para desenvolver uma nova forma de desenvolvimento sustentável para o planeta junto às empresas, independentemente da área em que atuam.
Trata-se de um caminho de sustentabilidade ligado ao desenvolvimento global, onde empresas precisam se posicionar. Na avaliação do presidente da Câmara de Construção Civil na Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), João Luís Moura Santos, o assunto é tão relevante para o setor, que integra a Visão de Futuro na Rota Estratégica da Construção 2035, definida como: ”Ser referência em inovação, sustentabilidade, produtividade, com integração das partes interessadas e promoção da qualidade de vida”.
“Nessa rota, que contempla 245 ações, uma das ações mais priorizadas é o ESG. Esse é um caminho sem volta, pois já é adotado em vários países. Hoje, o assunto ganhou a mídia e todos querem falar no tema e não dá mais para ficar de fora. O ESG é basicamente uma forma de organizar alguns assuntos dentro das empresas para entender as suas responsabilidades e trazê-los para sua estratégia”, ressalta Santos, que também é diretor do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado (Sinduscon).
Para o presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Espírito Santo (CAU/ES), Heliomar Venâncio, é importante que o empresário capixaba veja o ESG como uma oportunidade de melhoria nos processos internos de sua empresa.
“E demonstrando isso para a sociedade, por meio de políticas de acolhimento de seus colaboradores e satisfação de seus clientes, além de incentivos que impeçam casos de corrupção e assédio, e, claro, redução na emissão de carbono, dentre outras políticas ambientais”, afirma.
Segundo o diretor do Sinduscon, o maior desafio é começar a fazer isso e colocar esses temas no planejamento estratégico, da mesma forma que são postas as questões financeiras e comerciais. “Muitos dos assuntos já são abordados pela maior parte das empresas construtoras que conhecemos, mas, às vezes, está de uma forma desestruturada e inconstante”, avalia.
Por ser um processo cultural, a implantação do ESG em cada empresa é algo que demanda um tempo maior, apesar de a maioria das empresas do Estado já estar conscientes dessa mudança, afirma Santos. Mas é uma mudança inevitável, pois pode significar a largada na frente diante de concorrentes e também a visão da empresa por parte da sociedade.
“Será uma exigência dos clientes e da sociedade, principalmente pela nova geração. Também será exigido pelos agentes financeiros e fundos de investimentos. As que trabalham em obras industriais, principalmente, precisam se aprofundar no assunto, pois será logo exigido, assim como aconteceu com os programas/certificações de qualidade, meio ambiente e segurança”, afirma.
Para o presidente do CAU, as ações de ESG devem ser acompanhadas de outras, para o fortalecimento da marca da empresa, e apresentadas à sociedade de forma clara.
“Aqui no Estado ainda estamos engatinhando nesse assunto, mas acredito que, em breve, seremos referência. As vantagens para a empresa estão em vários aspectos, como a forma que clientes e a sociedade irão enxergar a empresa vendo suas ações em seus empreendimentos e impactos na cidade, construindo um mundo mais justo, e deixando pegadas positivas no planeta”, avalia.
Atualmente, o Espírito Santo possui uma unidade para reciclar resíduos não apenas da construção civil, como do beneficiamento de rochas. Trata-se da Unidade de Beneficiamento de Agregado Reciclado (Ubar), localizada em Nova Carapina, na Serra.
A usina é uma parceria da Central de Valorização de Resíduos (CVR) Marca Ambiental e Vila Recicla e tem a capacidade de transformar resíduos de construção e demolição (RCD), o Classe II B, e os casqueiros de beneficiamento de rochas ornamentais em agregados reciclados. Dessa forma, esse material pode ser reaproveitado na indústria da construção civil.
Com capacidade de processar 5.000 toneladas por mês de resíduos classe II B, a usina produz brita e areia reciclados, com comprovação de qualidade por meio de testes em laboratórios e seguindo as normas técnicas. Essa matéria-prima pode ser aplicada em camada de pavimentação, produção de concreto sem função estrutural, acertos topográficos, obras de saneamento, entre outros.
A sigla vem do inglês, que utiliza três palavras que resumem uma pauta socioambiental, baseada no Pacto Global da ONU. Ele prevê que, até 2023, 17 objetivos e 169 metas sejam cumpridos para que seja viabilizada uma nova forma de desenvolvimento sustentável para o planeta, contemplando empresas, sociedade e meio ambiente.
O “E” vem da palavra inglesa Enviromental, que traduzida significa Ambiental e diz respeito a tudo o que a empresa faz para promover a conservação do meio ambiente. Isso vai desde a redução das emissões de carbono até a defesa de pautas urgentes, como a redução do aquecimento global, a crise climática e a diminuição do desmatamento.
O S é de Social, que tem tudo a ver com as pessoas. Aqui, está relacionada não apenas a forma como a empresa lida com seus colaboradores e familiares, mas também com a comunidade a sua volta e seus clientes. Entre as diretrizes está a preocupação com ética no trabalho, o cumprimento das leis trabalhistas, a proteção de dados e a diversidade e inclusão.
A letra G vem de Governance, ou, em português, Governança. Nessa diretriz, a atenção é para a transparência das ações e foco da empresa. Ou seja, uma empresa mais transparente e ética tem uma visão melhor por parte de seus stakeholders, sejam eles clientes, investidores, trabalhadores ou mesmo a sociedade à sua volta.
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