O e-commerce trouxe a necessidade de criação de mais galpões logísticos para fazer a distribuição dos produtos, criando, assim, um nicho em franca expansão dentro do mercado imobiliário. Dados da corretora SDS Properties, divulgados para a Associação Brasileira de Logística (Abralog), mostram que o mercado nacional de galpões e condomínios logísticos aumentou cerca de 60% somente no segundo trimestre deste ano, com relação ao mesmo período do ano passado.
Impulsionado também pela pandemia, principalmente nos períodos de isolamento social, quando o e-commerce deu um salto de expansão, o setor alcançou o maior patamar de absorção líquida, com 962 mil m² de abril a junho, em todo o país. E no Espírito Santo o cenário não é muito diferente.
Segundo o CEO da TX Negócios, Sandro Márcio Viturini, o Estado tem hoje cerca de 1 milhão de metros quadrados construídos de equipamentos de quarta geração de galpões logísticos.
Os estoques estão no limite, afirma o vice-presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Espírito Santo (Ademi-ES), Alexandre Schubert. “Atualmente estão disponíveis cerca de 2% dos galpões logísticos no Estado, ou seja, isso demanda um senso de urgência, pois precisamos colocar mais galpões nos próximos dois anos”, diz.
Outra área que também já está demandando e se encontra em pleno crescimento, é a da logística reversa, que pede outros equipamentos separados, já que o funcionamento é diferente. De acordo com Viturini, este nicho já cresceu, nos últimos seis meses, 9% e a expectativa de crescimento, até meados do ano que vem, é da ordem de 25% a 30%. “Significa ter de 25% a 30% a mais de armazéns nesse perfil, nesse período, porque a logística reversa não se mistura com a comum”, observa.
O crescimento desse setor dentro do Estado tem se dado por condições favoráveis que o Espírito Santo oferece. Segundo o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Espírito Santo (Sinduscon-ES), Douglas Vaz, a atividade portuária do Estado e o fato de estarmos em uma região central, facilita a distribuição; mais os incentivos fiscais, que tornam atraente a fixação de empresas especializadas e de centros de distribuição.
“Serra e Cariacica são dois municípios já consolidados e Vila Velha começa a despontar no mercado de galpões logísticos também. Um dos motivos é a movimentação no Porto de Vitória e no TVV, que poderá sair direto pela ES-388, que está sendo pavimentada e ligada à BR-101. A região de Terra Vermelha deve ser um ponto que receberá galpões logísticos por conta da sua proximidade com essas vias”, diz.
Ele acrescenta ainda que a região oferece diferenciais, como ter um metro quadrado ainda mais em conta, o que possibilitará a instalação desses galpões com custo menor. Além de proporcionar desenvolvimento, já que é possível qualificar e treinar mão de obra local para trabalhar nessas novas empresas.
Além de galpões logísticos, os três fatores elencados também têm atraído plantas industriais para o Estado. De acordo com Alexandre Schubert, o crescimento vai se espalhar pelo Espírito Santo.
“O Norte tem atraído indústrias. Já a Grande Vitória deve absorver muita coisa relacionada à logística, em torno de 50% a 60% dessa área bruta locável (ABL). O setor está muito aquecido e o poder público precisa trabalhar na racionalidade para a simplificação de processos para a liberação desses projetos”, complementa.
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