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Imóveis comerciais: retomada com volta ao escritório

Imóveis comerciais: retomada com volta ao escritório

Estudo aponta que a tendência de home office tem diminuído no país, o que dá novo fôlego ao investimento no mercado de salas comerciais

Publicado em 5 de março de 2024 às 08:30- Atualizado há 8 meses

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Muitas empresas estão dando preferência ao trabalho presencial, ou híbrido, o que ajudou a reaquecer o mercado de imóveis comerciais
Muitas empresas estão dando preferência ao trabalho presencial, ou híbrido, o que ajudou a reaquecer o mercado de imóveis comerciais. (Shutterstock)
Vinícius Viana
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Alguns dos principais impactos da pandemia da Covid-19 estão nas mudanças de comportamento das pessoas, seja nos hábitos de higiene, seja na dinâmica de trabalho com a popularização do home office. Entretanto, com a volta para o escritório, o mercado de imóveis comerciais no Brasil e espirito Santo volta a reaquecer.

De acordo com um levantamento realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgado em março de 2023, apenas em 2021, mais da metade das empresas entrevistadas (57,5%) afirmaram ter adotado o home office. Já em outubro do ano passado, esse número caiu para 32,7%.

Esse cenário também pode ser comprovado pelo Índice FipeZap, que, considerando as cidades monitoradas, registrou uma de 6,37% nos últimos 12 meses no valor de locação de imóveis comerciais no país. A diretora da MZI Incorporadora, Rachel Menezes, explica que, se antes a cultura mercadológica era uma demanda por consultórios e salas menores, hoje a dinâmica tem mudado e a busca por espaços mais amplos têm sido cada vez mais expressiva.

6,37%
Foi a variação pelo FipeZap nos últimos 12 meses no valor de locação de imóveis comerciais

De acordo com a especialista, esse fenômeno ocorre, principalmente, porque as empresas mais engajadas querem visuais mais modernos e atrativos para os colaboradores, que tragam espaços de descompressão para trocas diárias e ambientes mais criativos.

“No Espírito Santo, tivemos uma devolução de espaços comerciais por parte das empresas que passaram para o trabalho remoto, mas o que vemos hoje é uma retomada que, na minha visão, teve início há um ano e meio mais ou menos. Entretanto, é claro que estamos falando também de um mercado que precisa voltar a ter unidades e, por isso, necessitamos de um tempo de ajuste e maturação”, assinala Rachel Menezes.

No primeiro semestre de 2017, havia 1.879 unidades comerciais em produção no Estado, segundo o Censo Imobiliário do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Espírito Santo (Sinduscon-ES), gerando uma oferta de torres de escritórios entregues nos últimos anos na Grande Vitória, com destaque para Enseada do Suá e Jardim Camburi, na Capital; Praia de Itaparica e Praia da Costa, em Vila Velha; e região de Laranjeiras, na Serra.

Desde então, esse número caiu consideravelmente. Para se ter uma ideia, o levantamento apontou que, no primeiro semestre de 2019, a quantidade de unidades comerciais em produção no Estado era de 728. Já nos primeiros seis meses deste ano, apesar das novas demandas da pandemia e da retomada do trabalho presencial, foram contabilizadas 110 unidades em produção.

Expectativas por lançamentos

Para quem busca investir no setor e tem pressa, há opções. A MZI Incorporadora, por exemplo, conta com o Ventura Office, em Morada de Laranjeiras, na Serra, com salas comerciais em frente ao Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves. Já a Canal Construtora tem salas prontas no Canal Office Tower, em Itaparica, próximo à sede da prefeitura.

Mas os dados do Censo Imobiliário também apontam um cenário promissor para o próximo ano, já que novas unidades devem ser lançadas para atender a essa demanda do mercado, pois o estoque, comparado ao de anos anteriores, está reduzido.

O diretor-executivo da Canal Construtora, Patrick Klein, confirma que há uma escassez de produtos no Estado. Ele pontua que, mesmo para empresas que não tenham retornado completamente ao trabalho presencial, o modelo híbrido também exige um espaço físico, o que tem tornado as expectativas ainda mais positivas para os próximos meses.

“O Espírito Santo está entre os Estados que mais crescem no país. Com todo o desenvolvimento que estamos vivendo, essas empresas que têm investido aqui vão demandar novos e modernos empreendimentos comerciais”, prevê.

É de olho nesse cenário que a Proeng já prepara novos lançamentos para esse mercado. De acordo com o diretor-geral da empresa, Antonio Gonçalves, para o próximo ano é esperado um empreendimento totalmente comercial, com lojas no térreo, na Praia do Canto, em Vitória.

Aspas de citação

Estamos vivendo uma nova fase para esse mercado, em que, logo após aprendermos a trabalhar em casa, agora entendemos que podemos sair desse ambiente e crescer um pouco mais. Acredito que é um dos motivos para a volta da procura por esse tipo de imóvel

Antônio Gonçalves 
Diretor-geral da Proeng
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Vale a pena investir?

Historicamente, o mercado de lojas e salas comerciais atrai investidores, já que muitas empresas não têm interesse em adquirir um imóvel próprio, optando pela locação. Afinal, existem a possibilidade de crescimento do corpo de colaboradores e das demandas da instituição e a necessidade de se reajustar o tamanho do espaço.

O presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis da 13ª Região/ES (Creci-ES), Aurélio Cápua Dallapícula, explica que as salas são opções mais acessíveis em comparação a espaços mais amplos, como galpões, o que permite um retorno financeiro, seja por meio do aluguel, seja por meio da venda.

“As salas comerciais, normalmente, são procuradas por profissionais liberais, pequenas empresas e startups. No entanto, para rentabilidade, têm dividido espaços com os coworkings, o que implica a redução da demanda e a valorização do imóvel. Independentemente do caso, é importante sempre considerar fatores como localização, infraestrutura do prédio e tendências de mercado para tomar a decisão de investir em salas comerciais”, orienta.

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