Apesar da crescente demanda pelo modelo de trabalho em home office ou híbrido, potencializada pela pandemia do coronavírus, ainda existem muitos serviços que dependem de imóveis comerciais, como salas e lojas. Hoje, a busca por esse equilíbrio é uma realidade do mercado que encara esse período de retomada das atividades presenciais como uma fase de transformação e de oportunidade nesse tipo de imóvel.
O vice-presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Estado do Espírito Santo (Ademi-ES), Alexandre Schubert, explica que o mercado, atualmente, divide-se em dois blocos: o destinado a serviços e comércios, que vai precisar transformar a experiência de compra em algo mais atrativo ao consumidor, e os escritórios, que mesmo afetados pela pandemia ainda são essenciais em alguns serviços.
“O fundamental em ambos os modelos é que serão produzidos novos núcleos urbanos que vão aproximar residências, áreas de trabalho e serviços. Não vamos mais ter lojas afastadas de centros residenciais e eu acredito que essa será a principal característica das novas cidades”, revela Schubert.
De acordo com a diretora da Kemp Engenharia, Rubia Zanelato, os empreendimentos conhecidos como mistos ou multiuso já são tendência há alguns anos. Ela explica que nesse tipo de empreendimento encontram-se as unidades residenciais e, no térreo, opções de comércio e serviços.
“Para o morador, uma das vantagens é a facilidade para sua rotina, reunindo o que ele precisa no mesmo lugar. As lojas, quando estiverem em funcionamento, podem oferecer serviços como saúde, beleza, estética, além de produtos como roupas, sapatos, alimentação, facilitando assim a vida do morador, que não precisa sair do condomínio para adquirir o produto ou serviço que desejar”, explica Rubia.
Esse processo de transformação começou ainda em 2015, com a crise macroeconômica, explica o diretor do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Espírito Santo (Sinduscon-ES) Leandro Lorenzon. De acordo com ele, hoje o mercado busca encontrar um equilíbrio e alguns fatores já chamam atenção nessas tipologias.
“Escritórios bem localizados têm performado muito bem. Também observo uma conversa muito grande sobre espaços de trabalho mais focados na vivência em que os trabalhadores podem se sentir mais à vontade em ambientes humanizados”, destaca.
Compartilhamento, portanto, é a palavra-chave entre as tendências para imóveis comerciais, e quem garante isso é o diretor comercial da Rio Realty, Samir Ginaid. Segundo ele, o mercado para imóveis comerciais precisou se reinventar na pandemia e, desde então, tem enfrentado um período de retomada em meio a novas oportunidades.
“É uma tendência muito forte, principalmente em salas de coworking e nos espaços corporativos. Tenho percebido também espaços temáticos em que um centro de inovação de engenharia, com a Base27, por exemplo, instala-se em um mesmo espaço e compartilha com outras empresas para trocas de ideias”, destaca Ginaid.
Entretanto, de acordo com o diretor comercial, apesar das alterações em estrutura, em Vitória, os pontos centrais ainda permanecem na Enseada do Suá, Praia do Canto e Jardim Camburi.
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