O Minha Casa, Minha Vida (MCMV) volta a estar em evidência, principalmente após as novas regras do programa, em vigor desde julho, que também teve uma retomada da faixa 1 (que contempla famílias com renda até R$ 2.640).
Segundo o estudo Indicadores Imobiliários Nacionais, divulgado nesta segunda-feira (27) pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o programa registrou um avanço no terceiro trimestre de 35,8% de lançamentos a mais do que nos três meses anteriores.
Ao todo, foram 29.657 unidades lançadas pelo programa, representando 46% das unidades lançadas no terceiro trimestre e 36% das vendas no período. Comparativamente com o trimestre anterior, o programa foi responsável por 31% das novas unidades e 23% das vendas.
Segundo o economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, a maioria desses lançamentos aconteceu a partir de setembro, uma vez que as mudanças do programa se deram em julho. “O MCMV cresceu significativamente, principalmente em setembro e esse crescimento deve continuar no quarto trimestre deste ano e início dos três primeiros meses de 2024”, analisa.
A expectativa é de que a participação nas vendas cresça também nesse período, o que significa que o programa passa por uma fase de equilíbrio, após a adequação dos tetos, descontos e subsídios. Com relação à oferta final, o MCMV teve uma queda de 17%, com 75.990 unidades de estoque, representando 28% da oferta total do país.
Fábio Tadeu Araújo, sócio-diretor da Brain Inteligência Estratégica, destacou o aumento de 3,9% no valor dos imóveis no período, acima do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC). Para ele, dois fatores foram responsáveis por isso: “a recomposição de preços, com aumento acima da inflação. E A mudança de tipo de produto lançado, com mais opções de médio e alto padrão, ajudando o preço médio a subir”, avalia.
O presidente da CBIC, Renato Correia destacou que desde o final de 2020, com o aumento dos insumos da construção, o INCC se manteve acima do preço e a inversão da curva reforça a sustentabilidade do mercado.
“Por um longo período ficamos pressionados pelo custo e agora o mercado está em um patamar um pouco mais amigável. Este fato demonstra saúde e capacidade para responder à demanda”, explica.
Com relação às vendas e lançamentos, a expectativa é de um 4º trimestre ainda melhor, segundo o economista-chefe do Secovi-SP.
Para ele, o mercado está bastante “aderente” à oferta e à produção. “O mercado está muito maduro, quando falamos de oferta e seus produtos. As vendas estão aderentes, saudáveis e o preço, sustentável. desde 2020 o mercado tem respondido às necessidades habitacionais do país e à continuidade dos negócios dos incorporadores”, comenta.
E para 2024 a previsão é de continuidade desse crescimento. Segundo o presidente da CBIC a expectativa é de que seja um ano ainda melhor. “Este ano também será ainda melhor, o 4º trimestre, pois 2023, tende a ser o melhor ano de vendas”, complementa.
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