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Intenção de comprar imóvel recua, mas número de compradores aumenta

Intenção de comprar imóvel recua, mas número de compradores aumenta

Estudo realizado nos três primeiros meses do ano mostra também queda na proporção de transações com desconto e percentual negociado

Publicado em 18 de maio de 2023 às 14:14

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O levantamento inclui informações sobre compras realizadas e intenção de compra. (Freepik)

A pesquisa Raio-X FipeZap+ do primeiro trimestre de 2023 trouxe novos dados a respeito da percepção e do comportamento dos agentes do mercado imobiliário no país. Entre os destaques, está a queda da proporção de quem tem intenção de compra, que diminuiu 44% em comparação aos últimos quatro meses do ano passado.

Para o economista do DataZap+, Pedro Tenório, a intenção de compra medida pela pesquisa atingiu pico histórico no terceiro trimestre de 2020, com 48% dos respondentes afirmando ter intenção de comprar um imóvel nos próximos três meses, devido ao nível mínimo histórico da Selic à época (2% ao ano).

Ele enxerga que o principal fator para a diminuição da intenção de compra foi a suavização da pandemia. “Uma vez que as pessoas compram o novo imóvel já pensando na situação presente, elas sanam a necessidade de adquirir outro”, analisa.

Ainda de acordo com ele, outra força igualmente importante para essa queda foi o aumento das taxas de juros de financiamentos imobiliários. “Com a Selic saindo de 2% ao ano para 13,75%, a taxa de juros média de financiamentos também aumentou de 6,6% para o que fica agora ao redor dos 10,5%, dificultando o acesso ao imóvel", explica.

No entanto, o economista avalia que isso pode mudar aos poucos: "Entendemos que existe a barreira dos juros mais altos para quem quer comprar e que, uma vez que essas taxas diminuem, o mercado volta a aquecer de forma contínua e lenta. Até porque esse também deve ser o comportamento da Selic quando o ciclo de cortes começar”, sinaliza.

O estudo também apontou que pouco mais da metade declarou indiferença entre imóveis novos e usados (53%), seguida da preferência por usados (37%) e novos (10%). Além disso, a maior parte dos compradores potenciais informou que tem intenção de utilizar o imóvel para moradia (91%), superando a frequência da finalidade investimento do primeiro trimestre de 2023 (9%).

Número de compradores aumenta

Em compensação, a participação de pessoas que declararam ter adquirido imóvel nos últimos 12 meses variou de 9%, no quarto trimestre de 2022, para 10%, no primeiro trimestre de 2023. Segundo a pesquisa, esse fenômeno interrompe a trajetória de queda observada desde o início de 2022.

A maioria dos compradores mencionou a preferência por imóveis usados (59%); ao passo que, entre os objetivos declarados, a destinação do imóvel para moradia prevaleceu à de investimento, abrangendo 61% do público que integrou este grupo.

Considerando apenas aqueles que adquiriram o imóvel para moradia, a maior parte das pessoas tinham intenção de morar com alguém (72%). Enquanto isso, entre os investidores, a intenção de alugar o imóvel adquirido se destacou em 57% das respostas.

Veja o resumo de outras características dos compradores de imóveis:

  • 1

    Transações nos últimos 12 meses com redução no valor do imóvel

    O percentual médio negociado entre os compradores e os vendedores oscilou negativamente 8%. É o menor patamar observado desde 2014.

  • 2

    Percepção sobre os preços atuais

    A parcela de respondentes que classificaram os valores dos imóveis como “altos ou muito altos” oscilou de 76%, no primeiro trimestre de 2022, para 75%. Já a parcela de quem enxergava os preços atuais dos imóveis como “razoáveis” declinou de 16% para 15%, assim como a percepção de que os preços atuais se encontravam em níveis “baixos ou muito baixos” – de 4% para 3%. Quem não soube opinar sobre o tema passou de 4% para 7%.

  • 3

    Expectativa de preço

    Houve uma queda no percentual de respondentes que projetavam alta nominal no valor dos imóveis, de 44% para 38%. Mais especificamente a participação de respondentes que partilham uma expectativa de manutenção dos preços atuais oscilou negativamente de 25% para 23%, opondo-se, assim, ao também discreto incremento observado no grupo de respondentes que apostaram na queda para os preços (de 12% para 14%).

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