Completando 472 anos nesta sexta-feira (8), Vitória mostra toda a sua potencialidade junto ao mercado imobiliário. A Capital capixaba ocupa o 4° lugar no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2021. Também tem o maior valor médio do metro quadrado entre as capitais, segundo o FipeZap+, acumulando uma valorização de 7,4% nos últimos 12 meses.
Apesar bastante adensada, sem muito espaço para novos lançamentos, Vitória concentra, atualmente, 37% dos empreendimentos em construção (atrás apenas de Vila Velha, com 46,2%), de acordo com o 41º Censo Imobiliário do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Espírito Santo (Sinduscon-ES). Ao todo, são 2.470 unidades em produção no município. E o mercado tem buscado novas áreas para continuar a expansão imobiliária em Vitória.
De acordo com o estudo Radar Imobiliário, divulgado com exclusividade pelo DataZap+, Jardim Camburi, Jardim da Penha, Praia do Canto, Bento Ferreira e Mata da Praia, nessa ordem, são os cinco bairros mais desejados tanto para locação quanto para compra.
Para o diretor de Economia e Estatística do Sinduscon-ES, Eduardo Borges, o que justifica essa procura está na característica desses bairros, que são verticalizados e com muita oferta de residências, comércio e serviços abundantes próximos.
“Jardim Camburi, Jardim da Penha, Praia do Canto são também os três bairros mais populosos, na mesma ordem. Natural que a busca seja maior num bairro com população maior”, complementa.
Lembrando que os números levantados pelo DataZap+ são de anúncios de imóveis de terceiros, ou seja, não são considerados os lançamentos imobiliários, com compra direto com a construtora, ainda na planta ou na fase de obras. Mas quando se faz um paralelo com os lançamentos, eles coincidem por se localizarem nesses principais bairros.
“Em linhas gerais, esses também são os bairros com maior quantidade de lançamentos, ou vizinhos a eles. As empresas buscam lançar em mercados maduros como os desses bairros”, avalia.
Isso mostra que Vitória ainda tem espaço para crescer, mesmo com o adensamento. Segundo o vice-presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Espírito Santo (Ademi-ES), Alexandre Schubert, apesar do município se concentrar nesses cinco bairros, existem oportunidades para outros eixos de desenvolvimento da Capital.
Ele destaca cinco, que devem seguir o caminho do desenvolvimento imobiliário da cidade, nesta ordem: o entorno do Aeroporto de Vitória, o trecho da Enseada do Suá até a Ilha de Santa Maria, o Centro e a Serafim Derenzi, que deve tomar corpo no futuro.
“Vitória, hoje, não tem muito mais terra para crescer, que é a matéria-prima do mercado imobiliário. O mercado se consolida nesses cinco primeiros bairros, mas tem oportunidades para esses novos espaços”, avalia.
Segundo Schubert, cada nova região deve concentrar um segmento diferente de produtos a serem lançados. Por exemplo, ele acredita que os de alto padrão não devem se deslocar dos cinco principais bairros.
Mas, dentro desse eixo de desenvolvimento, as imediações do aeroporto devem se concentrar em empreendimentos diferenciados, voltados para serviços com facilidades, com foco no turismo de negócios e no novo perfil social dos jovens, que buscam mais praticidade no dia a dia, como uma lavanderia no prédio, por exemplo.
Com relação ao Centro de Vitória, os investimentos devem se concentrar no retrofit ao invés de demolições para lançamento de novos empreendimentos. Já a Serafim Derenzi deve ser o último eixo de desenvolvimento da Capital, afirma. “O movimento urbano vai levar a cidade para lá, mas será preciso readequar o entorno. Pode ser que ocorra um ou outro lançamento pontual, mas o crescimento em direção da Serafim Derenzi vai acontecer naturalmente”, explica.
Ainda sobre o levantamento do DataZap+, Jardim Camburi, Jardim da Penha e Praia do Canto, que ocupam as três primeiras posições do ranking de mais buscados para locação, concentram mais de 72% da demanda relativa. Isso significa que, aproximadamente, três em cada quatro pessoas interessadas em alugar imóveis optam por esses locais.
O estudo Radar Imobiliário também avaliou o comportamento de busca no período de um ano (entre julho/2022 e julho/2023) e constou que Jardim da Penha, apesar de ser um dos destaque do mercado de locação, apresentou também a maior queda na demanda de interessados (-4,55 p.p.). Em oposição a isso, Jardim Camburi foi a região que alcançou o maior crescimento na demanda de busca, atingindo 3,47 pontos percentuais.
“Ambos os bairros têm localização estratégica e são próximos do aeroporto da cidade. Jardim Camburi, além de ser o maior de Vitória e abrigar parte da praia mais longa, com seis quilômetros de extensão, tem boa infraestrutura, tanto de turismo quanto de serviços, e ainda conta com comércio local bem desenvolvido. Jardim da Penha não fica atrás, com acesso facilitado a importantes vias do município e próximo à Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). A região também abriga cinemas, teatros e restaurantes. Quem reside nesses locais não precisa se deslocar muito, encontrando praticidade e qualidade de vida”, comenta a economista do DataZAP+, Larissa Gonçalves.
A pesquisa também apurou os atributos das casas e apartamentos que são mais requisitados na hora de comprar ou alugar um imóvel na Capital capixaba. A metragem preferida é de 70m² a 100m², tanto para compradores (33,2%) quanto para locatários (35,81%). No caso de quem procura um lar para alugar, essa preferência também se divide com imóveis de 50m² a 70m², que correspondem a 33,73% da demanda.
No mercado de locação (55,59%) destaca-se a procura por espaços com dois dormitórios, já no setor de vendas (48,36%) a preferência são três quartos. Em relação às vagas de garagem, espaços que tenham uma vaga são os mais buscados tanto pelos interessados em comprar um imóvel (50,25%), como aqueles que buscam opções de aluguel (73,27%)
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