O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil anunciou, nesta semana, mais um corte de 0,50 ponto percentual na Selic, que é a taxa de juros básica da economia brasileira. Se antes a taxa era de 12,25%, ela passa agora para 11,75% ao ano. Apesar de ser considerada conservadora, a decisão, que já era aguardada, foi elogiada principalmente pelos especialistas do mercado imobiliário, já que contribui para financiamentos com taxas de juros mais atraentes.
Para o vice-presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Espírito Santo (Ademi-ES), Alexandre Schubert, a redução tem sido de forma conservadora, mas consistente. “Com a nossa inflação em queda e também a americana, esta em velocidade menor, a expectativa é de que isso afete o mercado de forma positiva. Com isso, teremos taxas decrescentes e prestações menores para financiamento”, avalia.
Segundo ele, uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) mostrou que 24% das famílias têm a intenção de adquirir um imóvel nos próximos anos. “O mercado comprador com taxas mais baixas consegue adquirir um imóvel, pois ele se torna alcançável”, complementa.
O diretor do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis e dos Condomínios Residenciais e Comerciais do Espírito Santo (Secovi-ES) e executivo da Gava Crédito Imobiliário, Ricardo Gava, também vê um 2024 bastante positivo para o mercado imobiliário com a redução da taxa Selic.
“Sua influência se estende a diversas linhas de crédito, afetando empréstimos, financiamentos e o rendimento de investimentos. Com a tendência de queda esperada para o próximo ano, essa mudança impacta a rentabilidade dos investimentos em renda fixa, levando os investidores a considerar alternativas, como investir no mercado imobiliário”, diz.
Para Marcel Lima, membro do Conselho de Finanças do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo (Ibef-ES), a expectativa de queda na taxa de juros “favorece o mercado imobiliário, estimulando a compra e financiamento de imóveis”.
“A taxa de juros tem relação direta com a atividade econômica, especialmente no setor imobiliário. As quedas nas taxas de financiamento podem não ser imediatas, mas a tendência de queda na Selic é favorável ao custo do crédito. Isso aquece a economia, estimulando a demanda, e beneficia fortemente a indústria imobiliária”, reflete.
O Comitê do Copom também sinalizou que pretende manter esse ritmo de corte para os próximos encontros, conforme indicações prévias de seus membros. No entanto, é importante notar que o efeito da redução da taxa não é imediato e pode variar de acordo com outras condições econômicas e expectativas do mercado, afirma o diretor de operações da Crediblue, Sacha Aprile.
“O Copom parece estar em busca de um equilíbrio entre estimular o crescimento econômico e, ao mesmo tempo, manter o controle inflacionário, sem comprometer a meta fiscal. A menção a uma situação econômica global mais favorável sugere que o Banco Central está atento aos efeitos do contexto externo sobre a economia doméstica, o que pode influenciar suas futuras decisões de política monetária”, avalia.
Para ele, a expectativa de um impacto maior na economia deve acontecer ao longo do ano que vem, especialmente a partir do segundo semestre. “Mas espera-se que a queda torne o crédito mais acessível à população, estimulando consumo e desenvolvimento. Com mais investimento por parte das empresas haverá mais empregos e crescimento da economia”, diz.
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