A quantidade de mudanças na legislação, no comportamento humano e até mesmo no formato dos empreendimentos, tem contribuído para mudar o perfil do síndico. Em constante evolução, ele deixa de ser aquele morador com tempo para se dedicar ao condomínio e toma ares mais profissionais, com mais treinamento, conhecimento e humanização no trato com as pessoas no dia a dia.
Segundo o presidente do Sindicato Patronal de Condomínios e Empresas de Administração de Condomínios do Espírito Santo (Sipces), Gedaias Freire, o novo perfil do síndico é de uma pessoa com espírito de liderança, que sabe ouvir para mediar conflitos e que também precisa estar constantemente atualizado.
Além disso, conta, é preciso ser um pouco psicólogo para poder ouvir as pessoas e entender os seus problemas. “O síndico deve ser um agente pacificador por natureza. Ele precisa usar o bom senso e o diálogo aberto para que possa mediar, de forma justa conflitos entre os condôminos ou entre estes e o condomínio”, diz.
Da mesma opinião é o diretor da Cecad Administração Condominial, Claudionor Brandão. Para ele, aquele síndico tradicional, orgânico, morador do condomínio, está com os dias contados. “Dificilmente as pessoas querem assumir essa função, ninguém tem mais tempo para isso”, avalia.
Segundo Brandão o perfil do novo síndico está se profissionalizando cada vez mais. “É um profissional que precisa ter um bom conhecimento administrativo, tributário, entender de obras e manutenção predial, além de ter noção das leis. O papel do síndico hoje se profissionalizou, ele não está ali apenas para pagar boletos”, avalia.
Peça fundamental no bom funcionamento de um condomínio, seja residencial, seja comercial, o síndico, além de tudo, precisa ter um bom jogo de cintura, principalmente na hora de resolver conflitos.
“Ele trabalha com a gestão de pessoas e precisa saber realizar uma comunicação não agressiva, ter empatia, principalmente em condomínios residenciais, onde alguns moradores trazem problemas pessoais constantemente. É preciso ser um juiz: julgar os fatos e não as pessoas e resolver conflitos com imparcialidade”, acrescenta Brandão.
A síndica profissional Aline Moraes, que atua no setor há sete anos, afirma que a paciência, a resiliência e a dedicação têm que fazer parte do perfil desse profissional.
“Ser síndico é um trabalho árduo, que requer dedicação e muita responsabilidade. A gente lida com vários problemas diariamente e muitos deles não são relacionados ao condomínio. Dedicação e empenho são importantes, além de ser um bom ouvinte”, conta.
Para além das exigências subjetivas, o síndico precisa estar atualizado constantemente. No caso de Aline, ela conta que tem formação em administração e MBA em Gestão Empresarial. Mas ela conta que está sempre fazendo cursos e antecipando tendências do mercado.
“A função de síndico profissional está crescendo no Espírito Santo, por isso, é importante ir a outros Estados, conhecer e entender o que os mercados maiores estão oferecendo e trazer para cá. E também participar de palestras, cursos na área, tudo o que possa permitir uma reciclagem da profissão”, acrescenta.
O síndico tem uma função de comando e deve estar sempre atualizado com a legislação e também as normas internas do condomínio. Nessa posição, ele precisa gerir os recursos financeiros, ter ética, transparência na prestação de contas, além de ouvir conselheiros e assessores para a melhor tomada de decisão.
Sua posição é de liderança e para isso, ele precisa ser um exemplo de motivação para funcionários do condomínio. É preciso buscar recursos para estimular as inovações e promover as mudanças necessárias para o melhor desempenho das suas funções.
Intimamente ligado ao perfil desbravador, o visionário enxerga longe para promover melhorias. Para isso, é preciso estar sempre ligado a tendências e inovações tecnológicas, projetando um futuro ligado às necessidades do condomínio e redução de custos.
Aqui é importante evitar pré-julgamentos, de agir com a subjetividade. o síndico deve buscar a isenção em todas as suas decisões, visando o equilíbrio e a solução de conflitos de forma justa, sem ser autoritário.
Fonte: Livro “Condomínio, administração na prática, à luz da legislação”, de Claudionor Brandão
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