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O que esperar da ampliação do Minha Casa, Minha Vida no ES?

O que esperar da ampliação do Minha Casa, Minha Vida no ES?

Com a ampliação do programa para famílias com renda de até R$ 12 mil, construtoras se preparam para lançar empreendimentos que contemplem a nova faixa

Publicado em 10 de abril de 2025 às 16:07

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Colina das Amoras Residencial Clube, Morar
O Colina das Amoras é um dos lançamentos planejados para Vila Velha que já atende o preço da nova faixa. (Divulgação/Morar)

O governo federal ampliou para R$ 12 mil o teto de renda necessário para que as famílias possam financiar um imóvel pelo programa Minha Casa, Minha Vida. Anteriormente, a faixa era até R$ 8 mil.

Com a mudança, surge a "Faixa 4" do programa, que irá beneficiar aqueles com renda familiar de R$ 8 mil a R$ 12 mil. A iniciativa também permitirá a compra de imóveis de até R$ 500 mil com financiamentos em até 420 meses, com taxa de juros de 10,5% ao ano. Esse fator, inclusive, é um dos itens mais atrativos do programa, já que essa taxa não varia de acordo com a alta da Selic.

No entanto, o governo ainda não respondeu quando esse financiamento começará a ser ofertado. Mesmo assim, as construtoras que atendem a esse público já estão se preparando e lançando empreendimentos que se encaixam no novo valor, projetando um aquecimento nas vendas. 

O diretor comercial da Morar Construtora, Filippe Vieira, considera a mudança positiva pela defasagem no teto anterior dos imóveis enquadrados no Minha Casa, Minha Vida, que aconteceu pelo fato do programa não ter acompanhado a inflação e o aumento dos juros, que geraram aumento dos custos da obra e, por consequência, dos preços.

"Percebemos um grande número de lançamentos de médio e alto padrão que partiam de R$ 700 mil, R$ 750 mil. Como o Minha Casa, Minha Vida ia até R$ 350 mil, começou a existir uma demanda muito grande nesse meio, já que não existiam lançamentos logo acima dessa faixa. Essas pessoas estavam desassistidas e muitas acabavam comprando imóveis que se encaixavam no teto do programa ou optando por pagar aluguel. Entendendo essa demanda, começamos a comprar terrenos e a projetar imóveis na faixa de R$ 350 mil a R$ 500 mil", conta. 

Já pensando nesse público, que, por pagar mais, também é mais exigente, a Morar lançou no ano passado o Colina das Amoras Residencial Clube, um condomínio em Ataíde, Vila Velha, que conta com acabamentos e melhorias diferenciados em relação aos empreendimentos das outras faixas do Minha Casa, Minha Vida. 

A taxa fixa do programa nos permite um planejamento melhor e mais confortável, porque, independentemente da Selic, as pessoas interessadas terão acesso a uma taxa mais atrativa, o que ajuda o cliente a tomar sua decisão com mais rapidez e também a conseguir um crédito melhor. O Colina das Amoras, nosso último lançamento. já está com a primeira fase quase toda vendida, e a segunda será lançada agora em maio. Mais para o final do ano, estamos projetando também o lançamento do Morada Vitória, no Bairro de Fátima, Serra", ressalta Filippe. 

Cenário é positivo para a classe média

MRV Parkside Residence
MRV Parkside Residence é um dos empreendimentos da MRV que se encaixa na nova faixa do programa. (Divulgação/MRV)

Outra construtora que também está entusiasmada com a nova faixa anunciada é a MRV. Hoje, cerca de 90% das vendas líquidas da empresa vêm do programa do governo federal e a empresa finalizou 2024 com quase 40 mil unidades vendidas e R$ 10 bilhões em vendas líquidas.

“Há uma parcela significativa da população que não se encaixava nas faixas que existiam até então e que ainda enfrentava dificuldades para financiar um imóvel. Com o anúncio, poderemos atender a um público que hoje acaba ficando refém de taxas de juros muito altas no financiamento tradicional”, analisa o diretor executivo comercial da MRV, Thiago Ely.

Ely também defende que a combinação entre políticas públicas, iniciativas estaduais que complementam os subsídios e um ambiente de crédito mais acessível para a população de média renda cria um ciclo positivo para o mercado imobiliário, pois movimenta a economia e reduz o déficit habitacional. 

A situação também melhora quando se tem em vista  o início do calendário de saque do FGTS de 2025. “Com o valor disponível, muitas famílias poderão dar entrada no imóvel ou amortizar parcelas, o que reforça o momento ideal para transformar o sonho da casa própria em realidade”, acrescenta.

No momento, a MRV conta com dois empreendimentos no Espírito Santo que se encaixam na Faixa 4:  o Parkside Residence, com 50 unidades disponíveis; e o Residencial Giardino di Bali, com 220 unidades. De acordo com Johann Souza, gestor comercial da MRV no Estado, a construtora lançará, no segundo semestre deste ano, mais um empreendimento na Serra: o Giardino di Florença, que contará com 472 unidades – todas também dentro dessa nova faixa do programa.

“Sabemos que uma parte significativa da população não se encaixa nas faixas atuais do programa, mas ainda enfrenta dificuldades para acessar o financiamento de um imóvel. A inclusão na Faixa 4, com condições de financiamento atrativas e taxas competitivas, nos permite atender a esse público que, de outra forma, ficaria refém das altas taxas de juros do financiamento tradicional. Nossa expectativa é acelerar os lançamentos e manter o ritmo de vendas”, afirma.

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