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O que esperar da economia para o mercado imobiliário em 2024?

O que esperar da economia para o mercado imobiliário em 2024?

Com a redução da Taxa Selic e expectativa de que esse processo continue nos próximos meses, especialistas apontam as oportunidades para o setor

Publicado em 29 de novembro de 2023 às 17:00

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2024, economia
Especialistas falam de cenário favorável para a economia em 2024. (Shutterstock)

Depois de um período de juros de financiamento no seu patamar mais baixo, a economia brasileira passou por um período de estagnação e de inflação em alta, o que fez com que a taxa básica de juros, a Selic, chegasse a 13,75% em setembro de 2022, um dos patamares mais altos desde 2016, quando começou o ano em 14%.

Isso fez com que o mercado imobiliário, que vinha crescendo até então, tivesse um freio no seu avanço, visto que o financiamento tem um papel importante na movimentação desse segmento. E, para um investidor, comprar imóvel torna-se menos atraente do que optar por deixar seu dinheiro no mercado financeiro.

No entanto, desde agosto, o Banco Central vem reduzindo a Selic, que chegou, no dia 20 de setembro, a 12,75 pontos percentuais, retração provocada pela inflação em queda e estabilização da economia. Para o economista e titular do quadro da CBN “O Assunto É Dinheiro”, Teco Medina, a expectativa é que esses cortes na Selic continuem até chegar a um índice na casa de um dígito apenas, até meados de 2024.

“Tudo vai depender do cenário externo. Mas a economia do Brasil tem se mostrado mais robusta do que há cinco anos. Estamos diante de uma oportunidade interessante, pois, em 2024, o mundo inteiro deve começar uma movimentação para a redução de juros e, em 2025, este atual ciclo econômico na economia mundial deve mudar, com corte de juros e aumento do crescimento”, comenta.

Teco Medina, mediador do debate: humor com os governadores
Teco Medina: expectativa é que a Selic chegue à casa de um dígito. (Vitor Jubini)
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Tudo vai depender do cenário externo. Mas a economia do Brasil tem se mostrado mais robusta do que há cinco anos. Estamos diante de uma oportunidade interessante, pois, em 2024, o mundo inteiro deve começar uma movimentação para a redução de juros.

Teco Medina
Economista e comentarista da CBN
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Da mesma opinião é o consultor imobiliário e colunista do Hub Imobi A Gazeta, Juarez Gustavo Soares. Segundo ele, apesar das altas taxas de juros e da economia que começa a andar novamente, o mercado imobiliário se mostra forte e positivo.

“A taxa de juros alta é muito cruel com o mercado, mas este se mostrou muito forte, pois, em outros períodos, o baque seria muito maior. No último ano, por exemplo, o desempenho de ritmo se manteve, mas menor do que vimos em 2021 e 2022”, avalia.

O colunista do Hub Imobi A Gazeta, Juarez Gustavo, defende que a profissionalização do mercado atrai mais investidores devido à segurança financeira
Juarez Gustavo Soares calcula que o ritmo de que da Selic deve continuar até o próximo ano. (Arquivo pessoal)
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A taxa de juros alta é muito cruel com o mercado, mas este se mostrou muito forte, pois, em outros períodos, o baque seria muito maior. No último ano, por exemplo, o desempenho de ritmo se manteve, mas menor do que vimos em 2021 e 2022.

Juarez Gustavo Soares
Consultor imobiliário e colunista do Hub Imobi A Gazeta
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Ele também calcula que esse ritmo de queda da Selic deve continuar até o próximo ano, contribuindo para a redução das taxas de juros. “O efeito é positivo tanto para o financiamento da produção quanto para o comprador final, que tem prestações mais acessíveis”, diz.

Mas Soares também cita outros dois fatores da economia que podem contribuir para uma expansão maior do mercado imobiliário já a partir do próximo ano. Um deles é a taxa de desemprego, que encontra-se em um patamar menor que no ano passado, o que viabiliza maior interesse nos segmentos médio e econômico. O segundo é o volume de ofertas do mercado, que indica que ainda estão relativamente baixos, mas há a previsão de lançamentos expressivos para o próximo ano.

“Mas é preciso que se tenha uma cadência saudável no volume de lançamentos para que não haja desequilíbrio. Esse é um ponto de cautela. Mas não há cenário de queda no preço de imóveis, o que pode acontecer com uma quantidade maior de ofertas é haver um desequilíbrio na velocidade de vendas”, complementa.

Outro destaque na economia deve ficar para o Minha Casa, Minha Vida (MCMV), segundo o economista-chefe do Sindicato das Empresas de Administração, Comercialização e Atividades Imobiliárias (Secovi-SP), Celso Petrucci. “O crescimento nos lançamentos e nas vendas do programa já está sendo sentido na Caixa, e esperamos que, em 2024, tenhamos orçamento para suportar a produção e a aquisição dos imóveis financiados pelo programa”, avalia.

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Para Celso Petruci os últimos meses do ano serão mais propícios ao mercado imobiliário e aos financiamentos. (Divulgação)
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Os últimos meses do ano serão mais propícios ao mercado imobiliário em geral e aos financiamentos imobiliários em função da contínua (esperada) queda da taxa Selic e do alinhamento das operações do Minha Casa, Minha Vida.

Celso Petrucci
Economista-chefe do Sindicato do Secovi-SP
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Para ele, os últimos meses do ano serão mais propícios ao mercado imobiliário em geral e aos financiamentos imobiliários. “Isso, em função da contínua (esperada) queda da taxa Selic e do alinhamento das operações do MCMV correspondentes ao novo teto e subsídios realizado em julho passado”, complementa.

Previsão de taxas de juros mais atrativas

Segundo o diretor de Negócios e Recuperação de Ativos do Banestes, Carlos Artur Hauschild, a projeção de encerrar o ano de 2023 com uma Selic em 11,75% ao ano indica um movimento de flexibilização da política monetária por parte do Banco Central, que tem o potencial de influenciar positivamente o mercado imobiliário.

“A expectativa para o financiamento imobiliário em 2024 é, em parte, dependente da trajetória da Selic", avalia.

Carlos Artur Hauschild
Diretor de Negócios do Banestes
Carlos Artur Hauschild: redução de juros. (Divulgação)
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Se essa redução (da Selic) se concretizar, é plausível que as instituições financeiras também busquem ajustar suas taxas de juros para manter a competitividade no mercado. Isso pode resultar em condições mais favoráveis para os compradores de imóveis, com taxas de juros mais atrativas.

Carlos Artur Hauschild
Diretor de Negócios e Recuperação de Ativos do Banestes
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Durante 2023, ele acrescenta que o banco concedeu mais de R$ 500 milhões em crédito imobiliário, um incremento de mais de 150% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

“Quanto à perspectiva de crescimento na concessão de crédito, a tendência é que haja um aumento gradual, uma vez que as condições financeiras se tornem mais favoráveis. O crescimento econômico e a retomada do mercado imobiliário são fatores que contribuem para o aumento da concessão de crédito”, diz.

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