Com limitação nos financiamentos, os lançamentos e as vendas de imóveis no País devem oscilar perto da estabilidade em 2025, de acordo com estimativa divulgada nesta segunda-feira (17), pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). "Esperamos que 2025 vai ser um ano mais desafiador", afirmou o economista Celso Petrucci, membro da CBIC.
No Minha Casa Minha Vida (MCMV), a previsão é que os negócios fiquem estáveis, com lançamentos e vendas em 2025 próximos do recorde observado em 2024. Embora haja demanda dos compradores, o setor depende de financiamentos a juros baixos, subsidiados pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
No ano passado, o orçamento do fundo destinado ao programa já teve um salto relevante, passando de R$ 86 bilhões para R$ 130 bilhões. "O orçamento do FGTS já está no limite para 2025. Infelizmente, não podemos contar com mais orçamento do que o atual", avaliou Petrucci.
Fora do Minha Casa Minha Vida (MCMV), a perspectiva é que os lançamentos e vendas oscilem em torno de queda de 5% a uma alta de 5%. Neste segmento, as taxas de juros não são subsidiadas e já foram reajustadas pelos bancos nos últimos meses, o que esfria o apetite tanto de empreendedores quanto de compradores, assinalou.
O mercado imobiliário nacional ampliou os lançamentos e as vendas no quarto trimestre de 2024, fazendo o ano atingir um volume recorde de negócios, de acordo com pesquisa divulgada nesta segunda-feira pela CBIC. O levantamento traz dados de comercialização de imóveis residenciais novos em 221 cidades, incluindo aí todas as capitais e regiões metropolitanas do País.
No quarto trimestre de 2024, os lançamentos foram de 111.671 unidades, o que representa uma expansão de 10,1% em relação ao mesmo período de 2023. As vendas chegaram a 104.194 unidades, expansão de 19,4%. Com isso, o mercado imobiliário manteve a trajetória de crescimento vista nos meses anteriores.
No acumulado de todo o ano de 2024, os lançamentos chegaram a 383.483 unidades, avanço de 18,6% em relação a 2023. Por sua vez, as vendas no ano totalizaram 400.547 unidades, um crescimento de 20,9% na comparação com o ano anterior. Os números foram os maiores já registrados pela CBIC.
Com mais vendas que lançamentos, os estoques de imóveis disponíveis para venda (na planta, em obras e recém-construídos) caíram 7,8% em um ano, indo a 291.928 unidades. Nesse ritmo de vendas, esse estoque seria totalmente consumido em 8,7 meses, caso não houvesse novos lançamentos.
Os lançamentos e as vendas do Minha Casa Minha Vida (MCMV) foram o grande motor do crescimento do mercado imobiliário nacional no ano passado, de acordo com a pesquisa. Em 2024, os lançamentos dentro do programa cresceram 44,2% na comparação com 2023, totalizando 187.356 unidades; enquanto as vendas tiveram alta de 43,3%, chegando a 168.773 unidades. No ano, o MCMV teve uma participação de 48,8% do total de lançamentos e 42,1% das vendas no país.
No quarto trimestre de 2024, os lançamentos subiram 9,1% em relação ao mesmo período de 2023, indo a 52.430 unidades; enquanto as vendas saltaram 37,3%, para 46.123 unidades. No quarto trimestre, o MCMV foi responsável por 47% dos lançamentos e 44% das vendas no País.
O estoque do MCMV teve alta de 10,1% em 2024 ante 2023, chegando a 101.251 unidades. No ritmo atual de vendas, o estoque seria suficiente para abastecer o mercado por 7,9 meses, segundo a CBIC.
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