O levantamento de janeiro do Índice FipeZap mostrou uma queda significativa de 2,24% dos preços dos imóveis residenciais em Vitória. Vila Velha também registrou queda, mas esta menor, de 0,32%. O Índice FipeZap é feito tendo por base anúncios veiculados na internet de imóveis prontos.
No entanto, ambas as cidades continuam a trajetória de valorização iniciada em 2020, com 18,61% em Vitória, nos últimos 12 meses e Vila Velha, 18,62% no mesmo período. Além disso, Vitória ainda é a capital com o maior valor de metro quadrado (R$ 10.444).
Segundo o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis da 13ª Região (Creci-ES), Aurélio Capua Dallapicula, essa desaceleração no mercado imobiliário, no início do ano, é normal, por ser um período de férias.
“A normalidade somente é retomada após o Carnaval. O que importa será o resultado ao longo do período anual, que já conta com aumento no PIB, na taxa de crescimento da economia brasileira, e ainda a manutenção ou até queda dos juros. Isso continua a apontar para um 2023 de ótimas expectativas para o mercado imobiliário”, avalia.
Da mesma opinião é o presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Espírito Santo (Ademi-ES), Eduardo Fontes, que avalia ser ainda muito cedo para fazer uma análise pontual. Para ele, mesmo com essa variação o mercado permanece constante.
Reforçando a análise do mercado, o economista do DataZap+, Pedro Tenório, avalia que esta é a primeira vez que Vitória apresenta uma variação negativa, sendo que a cidade foi uma das primeiras a começar a se destacar no recente crescimento imobiliário proporcionado pelas baixas taxas de juros a partir de 2020.
Com relação a Vila Velha, ele indica um movimento semelhante, que difere apenas por já ter apontado desaceleração do preço do metro quadrado para compra e venda no município em dezembro de 2022.
Mas Tenório acrescenta que ainda é cedo para qualquer conclusão. Segundo o economista, é preciso acompanhar a definição das políticas econômicas nos próximos meses. “De forma mais macro, a expectativa é que o mercado perca força nos primeiros meses do ano, porque a taxa de juros continua alta e o mercado de trabalho, que vinha tendo um desempenho positivo, começa a desacelerar”, observa.
Olhando mais para a frente, para o segundo semestre, ele avalia que tudo vai depender das taxas de juros. “Em um cenário de inflação controlada, com queda na taxa de juros, a expectativa é que os preços dos imóveis comecem a reagir mais para o fim do ano, ficando muito em linha com esses 6% do índice geral, dado que a inflação também não deve superar os 5%. Já em um outro cenário, com aumento da taxa de juros e inflação alta, o mercado de venda de imóveis deve sofrer mais, com um crescimento próximo de 3%”, diz.
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