Localização, tamanho, estado de conservação e, principalmente, preço. Estes são alguns dos fatores considerados na hora de escolher um imóvel. Mas não para por aí. A posição do sol também é levada em conta e, muitas vezes, pode ser decisiva para a compra. De acordo com a corretora de imóveis Andressa Spagnol, o sol da manhã é a opção preferida dos capixabas.
“A questão da posição do sol, seja da manhã, seja da tarde, é um fator decisivo na compra de um imóvel. E, normalmente, os clientes optam pelo local que recebe o sol da manhã. Porém, vale ressaltar que esta é uma característica muito forte de nós, capixabas”, afirma.
Receber raios solares menos intensos, deixando o ambiente mais fresco, é o principal motivo que explica a preferência em apartamentos com sol da manhã. Por outro lado, o sol da tarde acaba sendo visto como vilão por deixar o espaço quente e abafado, principalmente no verão.
No entanto, um ponto que muitas vezes não é levado em conta, mas faz diferença é a ventilação. Isso porque um ambiente que não é ventilado, mesmo que receba somente o sol da manhã, tende a ficar abafado. Em contrapartida, um apartamento que recebe sol da tarde mas possui uma ventilação cruzada tem chances de ser mais fresco.
Por isso, analisar se o imóvel recebe uma corrente de ar frequente é tão importante quanto observar a posição do sol. É o que afirma Andressa.
“Não é apenas olhar a posição do sol, deve-se analisar se o apartamento é ventilado, se ele recebe a ventilação nordeste, que predomina o ano inteiro no nosso Estado, além da posição da coluna. Uma frase que digo muito é: melhor o sol da tarde ventilado do que um sol da manhã sem vento”, destaca.
Optar por um apartamento que recebe boa incidência solar é o mais recomendado para pessoas com alergias respiratórias, uma vez que os ácaros e os mofos se reproduzem em ambientes escuros e úmidos.
“Os ácaros, principais causadores de alergias respiratórias como rinite e asma, e o mofo, se proliferam em ambientes escuros e úmidos. Diante disso, um ambiente ensolarado e aquecido é mais apropriado para pacientes sabidamente alérgicos a ácaros ou a mofo”, pontua a pneumologista pediátrica, alergista e imunologista Aline Camporez.
De acordo com a médica, há casos em que o paciente toma remédio, mas mesmo assim a alergia não passa por conta do local em que a pessoa está inserida. “O primeiro pilar para o tratamento das alergias é o controle ambiental. Se alguém está usando remédio ou fazendo imunoterapia e mesmo assim não está melhorando, provavelmente é o ambiente que precisa ser revisto”, destaca.
Nesse sentido, o sol da tarde pode ser a solução para quem sofre com rinite e asma.
Além disso, apartamentos posicionados para receber o sol da tarde tendem a ter vistas livres e voltadas para o pôr do sol. Segundo Andressa Spagnol, o ideal é avaliar a oportunidade de forma geral, considerando todos os fatores, não só a posição do sol.
“Alguns clientes abrem mão do sol da manhã para ter uma boa localização, uma boa vista, um imóvel completamente reformado e decorado. Já tive casos em que clientes só queriam o sol da manhã e, no final das contas, compraram um sol da tarde, porque o imóvel era uma oportunidade muito boa analisando todos os fatores”, afirma.
Existem algumas formas de atenuar as altas temperaturas, principalmente durante o verão. Uma delas é a utilização de cortinas de tecido 100% blecaute, que contribuem para amenizar a incidência solar dentro de casa. Além disso, existem películas que bloqueiam consideravelmente a incidência de raios UV.
Construtoras também estão pensando em formas de planejar edificações com materiais que regulam melhor a temperatura interna. Um exemplo é a utilização de blocos de concreto celular, conhecidos como blocos sical, que são mais resistentes, duráveis e isolantes termoacústicos.
Outra opção é o uso do bloco verde. Ecológico, economicamente viável e também termoacústico, o material já está sendo utilizado pela MZI Incorporadora. De acordo com a empresa, a redução de temperatura interna dos ambientes construídos com ele, em relação ao bloco tradicional de concreto, chega a 14 ºC.
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